prólogo

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O sol aparece no horizonte. Seus raios dourados, refletindo nas copas frondosas das árvores, lentamente despertam os pássaros que se agitam, emitindo melodiosamente saudando a formação de um novo dia. A distância, plantações de milho e trigo balançam ao toque suave da brisa. O vento brando tocava o rosto da garota em uma suave carícia. Ouvindo o roçar das folhas dos pinheiros e o trinar dos pássaros que cantavam em doce sinfonia.

A pequena moça caminhou entre as plantações que pouco agradável era o toque, andou até um tronco esquecido cortado ao meio naquele trigo e sentou recolhida. O olhar da garota dizia muito sobre ela, é como se fosse o reflexo da sua alma. Às vezes ela poderia até estar sorrindo, mas os seus olhos entregavam a tristeza, não havia como esconder de ninguém.

De repente sentiu certa nostalgia. Uma saudade dolorida, anônima, visitava-lhe o coração. Suspirou, deixando o pensamento divagar no mundo da consciência. Estava assim, nesse doce colóquio íntimo, quando sentiu um arrepio a percorrer-lhe o corpo. Os campos e as árvores pareciam ainda mais bonitos sob a luz do sol.

Os pássaros cantavam alegremente enquanto atravessavam o céu azul. As suas lágrimas escorreram quando chegou no limite e, então, começou a pôr para fora tudo aquilo que estava dando angústia e o que tinha a ferido. Seu rosto ardia feito brasa e sentia até mesmo que nesse momento dóia ainda mais chorar, porque a tornou frágil. A questão é que, independentemente do motivo, ela poderia expor e colocar a mostra o que estava sentindo. Isso não era um problema para ela e ninguém tinha o direito de julga-la por nada, nem pelas lágrimas, nem pela dor e muito menos por quem era ela. Então naquele paradísiaco vazio, ela sussurou:

''Bem-vinda de volta à Felícia''

Lágrima De VênusOnde histórias criam vida. Descubra agora