Uma série de cabelos se espalharam entre as suas claras almofadas . Os seus cabelos eram castanhos mas doces e suaves como o mel . O nosso personagem , sem hesitar , foi ao encontro deles com as suas mãos , queria poder tocar neles . Foi num lesto gesto mas que parecia demorar séculos . Paralisou o seu olhar no rosto febril , tapado pelo lençol .
Os lençóis moveram-se conforme a respiração da enferma tornava-se novamente audível , eram pequenos doces murmúrios que proviam dos seus pequenos lábios . Ela acordara ao sentir os dedos do homem na sua testa , deu um pulo assustada :
- Quem é ? - perguntou duvidosa - é o dono desta casa ?
- Não sois vós a primeira a perguntar mas sim eu , que fazeis aqui ? Como conseguistes entrar ? - olhou-a embasbacado .
- Eu ... estava a fugir - disse olhando para o lado com um ar preocupado .
- A fugir de que ? Estais em maus lençóis ?
- Eu em maus lençóis ? Não , não ... Eu tenho problemas na minha família , saí a correr de casa sem dar um aviso .
- Devia ter avisado ... Não sabe o quão perigoso é uma rapariga estar fora de casa sem proteção !? Quantas más notícias nós recebemos ! E depois vemos uma menina sozinha fora de casa !
- Mas ... a casa onde eu vivo já era perigosa , eu só quero um refúgio , julguei que esta casa fosse abandonada e por isso entrei . Sempre a olhei de longe durante o trabalho , era muito sossegada por isso estranhei . Eu não quero voltar para casa , por favor deixe-me ficar por um tempo - espirrou para o braço desconsoladamente .
- Oh ? Está constipada ... Poderá ficar por aqui por algum tempo , não se preocupe . Compreendo a sua situação . Lamento tê-la julgado no início . Por favor deite-se , irei ajudá-la da melhor forma .
O homem saltou da beira da cama e dirigiu-se ao seu armário . Abriu as grandes portas e retirou de lá uma grande colcha .
Ela deve estar com frio estava toda a tremer , pensou suspirando alto .
- Desculpe ter sido tão inoportuna mas seria melhor o conhecer ... Qual é o seu nome ?
Eu não me lembro do meu nome ...
- Lamento informar-lhe mas nem mesmo eu me conheço assim tão bem , eu não tenho nome ...
- Como assim não tem nome ? - perguntou ela espevitada de curiosidade abundante - algum problema ?
- Nem eu sei , Como se chama ? - virou-se para ela ao mesmo tempo que segurava nas colchas .
- Bem ... Pode me chamar Marta ...
- Muito bem Marta , descanse , durma . Irei tratar de si - deu-lhe um leve sorriso .
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Ilusões
FantasyEsses humanos só pensam em trabalhar , esforçam-se , no final não têm tempo para eles mesmos . Ficam perturbados quando se apercebem que o seu tempo está cada vez mais perto de acabar . Começam a pensar que a imortalidade seria de facto a melhor sol...