Único

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Dejun estava puto. Na verdade, puto era pouco para como estava se sentindo naquele momento. Bem, vamos recapitular desde o início. Dejun era um recém morador na grande Seul e apesar de já ter tido vários contatos com o país antes de sua vinda definitiva, obviamente se sentia amuado por estar embarcando em uma coisa totalmente nova e fora de seu país sozinho. Sim, Dejun ostentava seus vinte e dois anos, grande o suficiente para se virar sozinho no país ao lado mas não contava que, viveria altas emoções.

     A primeira delas foi seu colega de apartamento a qual já conversava a semanas antes da mudança, deixando tudo estrategicamente combinado. Sicheng era chinês assim como si, dois anos mais velho — ou seja, 24 anos caso você seja ruim na matemática. — e com um emprego fixo. Tudo lindo, tudo perfeito, ambos viviam em harmônia apesar de as vezes o Dong fosse uma bomba explosiva de chatice (escorpiano, pois é). As altas emoções era que a cada semana uma pessoa diferente aparecia na casa deles, Dejun não fazia ideia de quem eram mas nesse meio tempo sem explicações muitas coisas se passou na sua cabeça, até mesmo que Sicheng vendia seu corpo. No final ele apenas dava aulas de coreano para recém chineses que não sabiam nem dizer oi.

    Depois disso, conheceu outros chineses na área na qual trocava informações, memes e algumas saídas legais. A segunda emoção foi ficar boiola por um coreano, sim, é isso aí. O garoto que havia deixado Dejun de quatro abanando o rabo era o Moon Taeil, ah, aquele garoto era lindo, talentoso, gentil, perfeito em todos os sentidos. Era quase humanamente impossível não cadelizar cem por cento por ele. O problema era que Dejun não sabia mas este namorava, ainda por cima era com seu amigo Donghyuck.

A tristeza durou dois dias mas depois passou e tudo ficou bem.

      Ah, Dejun até mesmo havia se metido em briga mas não entenda mal, naturalmente não faria isso nem se precisasse, tudo foi um grande de um mal entendido. Dejun estava caminhando de noite com ramens e garrafas de cerveja que havia comprado, quando trombou com uns encrenqueiros. Aconteceu que, o garoto e amigo na qual eles esperavam era extremamente parecido consigo e Dejun foi arrastado para um local de briga, na qual foi obrigado a se defender se não quisesse no final virar churrasquinho.

    Foi cômico quando os encrenqueiros perceberam que Dejun não era o colega deles mas agradeceram a ajuda, tomaram cerveja juntos e no fim, se tornaram amigos. Esses caras eram constituído pelo americano Johnny, o japonês Yuta, o coreano Taeyong, o macaense Hendery e tailandês Ten. O mais bizarro era que eles eram gente decente durante o dia mas de noite viravam uma gangue mega doida. Bom, era aí que o problema reinava.

       Hendery tinha um super, hiper, full, mega, blaster crush em Dejun e não fazia questão alguma de esconder, o que rendia várias situações constrangedoras. E Dejun nunca conheceu o amigo que era parecido consigo mas depois descobriu que naquela mesma noite ele havia sido pego pela polícia e agora estava no reformatório. Voltando a Hendery, o garoto lhe rendia altas vergonhas alheias pelas cantadas chulas e a nas horas péssimas feitas. Como na vez que Dejun pela primeira vez iria pular um muro e acabou se desequilibrando, ganhando um pé quebrado.

    O clima ficou pesado e os amigos se culpavam por estar levando o chinês para o mal caminho e então, para descontrair Hendery solta um "ele está acostumado com a dor". Dejun o olhou deitado na cama com cara de what the fuck garoto? E então foi completado "É porque você caiu do céu, do jeito que é um anjo". O silêncio reinou, Kunhang parecia não se abalar com a falta de resposta e Dejun apenas ligou para Sicheng o implorando para que o buscasse.

E essa não foi a última vez, aliás, foi a primeira de muitas.

   Acontece é que todos já estavam pra lá de saber que Hendery não descansaria até fazer o amigo ceder. E ninguém o julgava, Dejun era um poço de beleza, tinha um sorriso lindo e ainda aquela personalidade meio abestada e séria ao mesmo tempo, era perfeitinho. Aliás, era de concordância mutua que os dois fariam um ótimo casal mas o chinês era cabeça dura e o macaense também não era lá o cara com mais lábia do mundo. Agora, voltando ao início.

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