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Diz a lenda, que duas almas gêmeas, carregam consigo o fio do destino... Que é laçado em seus dedos anelares.
Muitos não se importam, outros são ansiosos pra encontrar, finalmente, o outro lado de seus fios... Mas eu... Eu nunca tive um...
- Professora... Eu não tenho o meu fio... - todos me olham. Uns com cara de poucos amigos, outros com cara de espanto... Como se eu fosse um alien. Isso quando eu tinha apenas 7 anos.
Hoje tenho meus 16 anos. Continuo sem um fio.
Nunca me incomodei com isso, nunca me foi uma necessidade ter uma alma gêmea ou algo do tipo, mas também nunca disse que era algo que não gostaria de ter...
As vezes eu me pegava me imaginando tendo uma vida amorosa de filme, ou então dos vários livros que já li.
Saio dos meus devaneios quando meu ônibus para em frente a escola. Desço sem prestar muita atenção ao meu redor, me dirigindo ao meu armário.
Já na sala de aula a Professora apresenta um aluno novo.
- Pode entrar meu jovem. Se apresente para a turma... - diz ela enquanto um garoto entra na sala.
- Oi... Meu nome é Dylan. - diz o garoto novo. Ele tinha o cabelo ruivo acastanhado, os olhos num tom chocolate e usava um jeans escuro com um moletom preto escrito "I don't believe in humans".
- Certo... Pode se sentar na carteira ao lado de Meggie. - a Professora aponta para o lugar vazio ao meu lado e ele sem muita expressão apenas se dirige ao local indicado.
Ele se senta ao meu lado e me dá um sorriso sem mostrar os dentes como cumprimento, mas logo se volta para a explicação da Professora.
Sinto uma leve coceira na mão direita, mas não dou tanta bola assim. Logo torno minha atenção para a aula também.
Agora no intervalo, estou eu mostrando a escola para o novato, a pedido da Professora.
- Bom acho que é isso, né... É melhor voltarmos, logo o sinal toca. - informo.
- Claro. E obrigado por me mostrar a escola, Meggie. - ele sorri tão sincero que faz com que seus olhos se fechem em uma linha fina.
A coceira em minha mão aumenta um pouco, porém continuo sem dar muita importância.
Já na saída da escola ele me chama perguntando se eu tornaria amanhã. Uma pergunta um tanto quanto boba, já que praticamente temos a obrigação de ir para a escola todos os dias da semana, mas descido responder sem parecer muito grossa, mas também não demonstrando muita importância.
- Claro. - seus olhos parecem se iluminar com minha resposta.
- Certo. Te vejo amanhã então, Meggie! - acena animado para mim com um sorriso fofo estampado no rosto.
Sinto mais uma vez a coceira na mão direita, um pouco mais intensa, fazendo com que eu automaticamente coce a região, mas ainda sem dar muita atenção.
No caminho pra casa, dentro do ônibus, perdida em meio as músicas que tocavam através do fone de ouvido, me lembro do seu sorriso. Não podia negar que era, de fato, um lindo sorriso. Mas não podia negar também o fato de ser estranho pensar nisso agora, afinal, era um sorriso feliz, de uma pessoa feliz, como qualquer outra.
A coceira parece se intensificar, então eu finalmente dou atenção a região da minha mão, aquilo já estava a me incomodar.
Me surpreendo ao olhá-la.
- Mas oq - me interrompo ao enxergar o causador da minha coceira.
Um fio. Era um fio, preso ao meu dedo anelar, mas que se enroscava por toda minha mão até seguir um caminho. O qual eu não podia ver o fim. Ele era vermelho e fino, bonito de ver.
A visão de Dylan sorrindo invade minha mente mais uma vez.

Será??

Um "será??" clichêOnde histórias criam vida. Descubra agora