ᶜᵃᵖⁱᵗᵘˡᵒ ⁰⁴

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- Jaden Hossler. - recepcionista chama.

- Sou eu. - se levanta da cadeira.

- Pode entrar, Dr.Hall está lhe esperando.

- Obrigada. - sorri forçado e entra em uma porta que dá até um corredor com diversas portas.

Anda um pouco até encontrar uma escrito "04 psicólogo". Bate na porta e recebe um "entra" como resposta.

Ao adentrar a sala, encontra um homem sentado na cadeira olhando alguns papéis. Ele era moreno da pele clara, estava trajado com uma regata preta e uma calça meia canela jeans da mesma cor e um tênis branco.

- Jaden Hossler, certo? - pergunta e o outro assente. - Ok, pode se sentar. - aponta para a cadeira em sua frente. - Eu olhei sua ficha com outros psicológos e seu caso é bem sério. Poderia me contar mais sobre você?

- Bem, tenho 18 anos, estudo, escrevo algumas músicas, não sou de me relacionar com ninguém, tenho apenas uma amiga e acho que só. - da de ombros.

- Tenho certeza que não é só isso, mas sua relação com sua família, como é? - pergunta e Jaden engole seco.

- Err... Bom, meus pais são casados meio que forçados, meu pai teve que se casar com a minha mãe para conseguir um cargo melhor na empresa. Eles vivem jogando na minha cara que eu sou um erro, e que não era pra eu nascer. - suspira. - meu pai bebe muito e quase matou a minha mãe uma vez, mas eu lhe impedir de fazer isso.

- Já tentou levar esse caso na polícia?

- Não! E nem quero, não sei o que eles fariam comigo se denunciasse.

- Conte-me mais sobre seu passado.

- Ok, eu odeio o meu passado e não gosto de falar sobre, mas Avani vai me matar se não falar tudo. Enfim, meus pais trabalham muito, e eu sempre ficava na casa dos meus avós, ou na casa dos meus tios. - suspira. - Uma vez, meu tio levou alguns de seus amigos lá na casa dele, eles bebiam e jogavam cartas. Eu havia chegado da escola, tinha 13 anos na época.

- Eles olharam pra mim quase babando, como se estivesse me despindo com o olhar, eu subi rapidamente para o meu quarto e me tranquei lá. Tomei banho, me troquei e deitei e dormi.

- Acordei sentindo uma movimentação no quarto, me mexi um pouco e senti mãos no meu corpo. - sua voz estava embarga por conta do choro que estava segurando. - abri os olhos e vi três homens em cima de mim, meu tio e outros dois amigos dele. Um dos caras rasgaram minhas roupas, um deles me chupava, outro me penetrava e meu tio me forçava a chupar o pau dele.

- Eu tentava recuar mas eles eram mais fortes que eu, e quando eu não fazia o que eles queriam me batia muito e eu só sabia chorar e chorar. - Jaden já não fazia questão de esconder as lágrimas que escorriam pelo seu rosto. Bryce estava perplexo e esperou o garoto se acalmar um pouco, levantou-se e pegou um copo de água e entregou para o cacheado.

- Obrigada. - Jaden sussurra e bebe o líquido.

- Desculpa tocar nesse assunto. Sei que é difícil, mas é importante eu saber tudo que já passou para te ajudar a superar esses traumas.

- Tudo bem, você só está fazendo o seu trabalho. - sorri mínino.

- Bom, será que tem mais coisas para me contar? Tipo, namoradas ou namorados?

- Eu namorei uma garota quando tinha uns 16 anos, ela era tóxica pra caralho, eu realmente tenho um trauma de relacionamentos. Ela era abusiva e me obrigava a transar com ela. Eu tenho nojo de mim mesmo por não ter conseguido sair de um relacionamento abusivo.

- Quem te ajudou a se livrar dela?

- Minha melhor amiga, Avani. Ela sempre me ajuda em tudo que preciso, ela descobriu o que minha ex fazia e chamou a polícia.

- Você já passou por bastante coisas, e entendo o motivo dos traumas. Mas você não pode se fechar do mundo, não são todos que vão agir da mesma forma. Não é todas as garotas ou garotos que vão te assediar ou te manter em um relacionamento tóxico. - Bryce diz e anota algumas coisas em seu caderno.

- Mas é difícil. Pensamentos ruins me atormentam todos os dias.

- Eu sei que é difícil, mas estou aqui para te ajudar a superar tudo isso e começar do zero. Quando é seu aniversário?

- Ok. - suspira. - Por que quer saber do meu aniversário?

- Você convive em uma casa tóxica, já podia ter saído de casa. Não sei o que faz lá ainda.

- Não é tão fácil assim, não tenho para onde ir, e nem um emprego para me sustentar.

- Por que não vai para a casa da sua amiga? Você já tem dezoito anos, tento direito de sair de casa, seus pais não podem te barrar de viver.

- Não sei não. - se encolhe na cadeira. - eu posso pensar, não quero dá prejuízo pra Avani.

- Podemos encontrar um lugar para você trabalhar.

- Podemos?

- Sim, podemos. - sorri. - Conheço um amigo que pode te ajudar, ele é dono de uma loja de roupas e está precisando de um funcionário.

- Não sou uma pessoa muito simpática para atender clientes.

- Para tudo tem uma primeira vez. Você consegue.

𝙿𝚛𝚘𝚋𝚕𝚎𝚖 ✍︎ 𝚋𝚛𝚢𝚍𝚎𝚗Onde histórias criam vida. Descubra agora