No final da tarde, depois de um dia cansativo no trabalho, estava vendo TV no sofá da sala quando a campainha tocou. Abri a porta com um sorriso no rosto, pois já sabia quem era:
— Pensei que você não viesse mais, irmãzinha! — Beijei a bochecha da minha irmã mais nova.
— Culpa do Mateus, que quase não saía lá de casa! — Dinah falou impaciente.
— Hum! Cuidado, viu? — Fingi admoestá-la.
— Ah, Camila, me poupe! Eu sei me cuidar! — Dinah falou altiva.
— Espero que sim! O papai e sua mãe já viajaram?
— Já! Hoje de manhã cedo.
— Bora, entra logo! Você já sabe onde fica seu cantinho especial, né?
— Sei sim! — Dinah sorriu e entrou faceira para o quarto onde ela ficava sempre que dormia em minha casa.
Meu pai e a mãe de Dinah costumavam viajar muito. Assim, toda vez que isso acontecia, eles pediam para hospedá-la em minha casa. E, apesar da nossa diferença de idade, eu adorava a sua companhia.
Quando meu pai ficou viúvo, eu ainda era adolescente. E, pouco tempo depois, ele conheceu a mãe de Dinah, casou e eles me deram a minha única irmã, que eu amo muito e que sempre foi meu xodó.
Dinah tinha 17 anos e estava no último ano do ensino médio. Na época, eu tinha 29 anos, já era arquiteta há seis anos e morava sozinha desde os 20 anos, quando assumi minha homossexualidade.
À noite, enquanto jantávamos, Dinah me perguntou:
— Mila, tenho um trabalho da escola pra fazer, que é de dupla. Posso chamar minha amiga pra vir pra cá? A casa dela é tão barulhenta! Ela tem três irmãos menores e fica sem condições de estudar lá!
Eu ri do jeito irritadiço dela falar e disse:
— Claro que pode, Di! Você sabe que pode ficar à vontade aqui, né? Só não bagunce muito a casa, tá bom?
— Tá certo. Vou ligar logo pra ela e combinar pra gente fazer o trabalho amanhã depois da aula.
Depois que ela desligou com a amiga, eu perguntei:
— Essa sua amiga é nova na escola? Nunca ouvi você falar dela.
— É sim.
— E esse nome dela? Lauren não é muito brasileiro...
— É porque ela é filha de um americano com uma brasileira. Nasceu nos Estados Unidos, morou lá até os 11 anos e depois eles vieram morar no Brasil, em outra cidade. Agora eles se mudaram pra cá. Então, o professor pediu pra eu fazer o trabalho com ela pra ajudá-la. Sabe como é, né? Eu sou a melhor na matéria e tal... — Dinah riu se vangloriando.
— Entendi. E como você é modesta, irmãzinha! — Brinquei com ela.
No dia seguinte, cheguei do trabalho no final da tarde e encontrei o apartamento em silêncio. Como de costume, deixei minha bolsa em cima da mesa e fui em direção ao quarto de Di. A porta estava entreaberta. Não sei porque fiz isso, mas me aproximei, sorrateiramente, e, pela fresta, ouvi minha irmã e a amiga conversando:
— Você nunca beijou uma menina, Dinah? — Ouvi Lauren perguntar a minha irmã em um português com um pouco de sotaque.
— Eu não! Nunca pensei nisso e nem senti vontade. Inclusive, tenho namorado!
— Você não sabe o que tá perdendo! É melhor do que beijar os garotos, sabia?
— Sério?!
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CONTOS ERÓTICOS LÉSBICOS - Livro IV
Short StoryCinco contos eróticos lésbicos diferentes, todos de minha autoria. PLÁGIO É CRIME