eu nunca entendi a minha doença mental, posso chamar de doença, porque não acho normal uma pessoa ficar horas correndo em um lugar de mais ou menos 2 metros de um lado pro outro, que eu possa correr pelo menos um espaço de tempo de cinco pés rápidos, e voltar com um impulso grande o bastante que me faça sentir como se estivesse pulando de paraquedas ou que estivesse fazendo um pulo de um bailarino, eu chamo isso de pular, apesar que eu nunca pulo, só corro o nome ficou.
Eu não entendo bem, é bem difícil pra mim, mas algo em mim me fala que preciso correr é pensar em uma coisa que nunca vai aço, eu tenho um mundo próprio, na verdade eu tenho mundos próprios, eles são lindos, contos de fadas, são tristes, mas tem finais felizes, como livros e novelas.
Eu saio da minha realizar, é literalmente a minha válvula de escape, eu posso ir pra outro mundo é ficar nele, e como se eu estivesse dormindo, é algo que não consigo viver sem.
Você pode até pensar, como assim?, Correr de um lado pro outro que loucura, você não consegue parar? ou sei lá vai pra um psicólogo, bem eu já tentei, mas eu chamo pular de vício vicioso adictivo 100% imparável, eu já fiz um esforço pra parar, mas no máximo 4 dias sem pular, se eu não consigo pular bem, eu posso conseguir outros meios, o importante é meu corpo estar num movimento constante.
Mas é uma desculpa, eu posso parar de pular, mas eu não quero, a resposta é clara, eu não gosto de mundo real, não como os romancista que odiavam o mundo e queriam voltar a ser criança ou viver numa era medieval, não eu só não consigo respirar direito nesse mundo que eu vivo, não me sinto real, me sinto presa, incompleta, incompreensível, insegura.
Eu já tentei.
Me sufoca, como algo enchendo toda a minha boca e meu coração, eu não posso parar, todo o meu ser se nega a sair dessa mundo a força, ou pra viver, sinto que terei uma vida miserável, já que ninguém nunca vive assim se dá bem, todos os que tinham algum probleminha mental estranho, ou se mata ou acaba morrendo cedo demais tentando procurar alguma maneira de parar, eu vou tentar algo que eu acho que eles não pensaram, tentar conviver com isso.
Desde pequena faço isso, não é algo fácil de se parar, eu odeio isso, mas me odeio por não conseguir me parar, me acho uma inútil, as vezes penso que seria melhor eu morar com meu pai, porque ele não ligaria pra mim e além do mais eu conseguia de alguma forma querer morrer, as vezes eu tenho medo da pressão, a ansiedade me pega desprevenida ou o pânico e o medo, eu me sinto completamente sozinha.
Eu me sinto ruim, sempre me consolo com pular, não sei o que irá acontecer no futuro com isso, mas coisa boa não é.
É estranho as vezes eu queria ter algumas dessas doenças de morte rápida, mas ao mesmo tempo não, talvez por achar que meus sonhos quando pulo aconteçam ou talvez por querer ver até onde vai chegar.
Guardo sempre as melhores coisas de mim, penso que posso usar no futuro se meus olhos se abrirem e eu finalmente enxergar que estou em mundo que posso respirar e me sentir real.