capítulo 4<----

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Estava quase dormindo até que ouço um barulho muito alto, automáticamente eu pulo e dou um berro, era um trovão, eu detestava eles. Eu tinha medo. Embora eu não contasse pra ninguém eu sempre estive aliviada com a seca de nossa cidade, assim não chovia e sem chuva sem trovões. Mas tinha que chover logo hoje.

Mais um trovão, bem mais alto que o anterior, dei um grito. E me enfiei em baixo das cobertas. Sempre que acontecia isso eu ia dormir com meus pais, depois que a minha mãe morreu, eu ainda ia lá, embora eu já tenha 16 anos, meu amigo sabia disso era o único que sabia do meu medo.

Eu amo ia conseguir dormir desse jeito, e amanhã eu tinha aula. Então resolvi ir ao quarto de meu pai e pegar um remédio dele que me fazia dormir que nem pedra, eu tomava ele quando tinha crises de ansiedade também, ele nunca desconfiou.

Sai do quarto e indo em direção ao quarto do meu pai, no escuro, esbarrei em alguma coisa, não em alguém.

- oque está fazendo aqui?! - perguntei.

- ia ver oque aconteceu com você, já que deu um grito que deu para escutar do meu quarto - respondeu grosso.

- olha eu tô bem ok? Pode volta para seu soninho da beleza.

- não preciso dele, já sou um gato mesmo. - respondeu, eu só revirei os olhos e voltei a ir para o quarto do meu pai.

Entrei lá e foi ver se o remédio estava em sua gaveta da cômoda, onde sempre estava na verdade. Peguei o remédio e me virei, me assustando ao ver, bem só meio que a sombra dele pois tava muito escuro, Aidan na porta me olhando.

- vai fazer oque? - ele perguntou.

- não interessa. - respondi já saindo do quarto.

Passei por ele, e só de dar alguns passos ele me parou e me prendeu contra a parede, tirando a cartela de remédio de minha mão.

- tá com dor muscular? - ele perguntou lendo o nome, qua só conseguiu pois tinha um abajur no corredor.

- não.

- então porque vai tomar um remédio bem forte para isso?

- ele me faz dormir. - respondi suspirando e tentando pegar o remédio de volta.

- não deve tomar remédios assim, principalmente esse que é super forte.

- você não manda em mim Aidan e como você sabe pra que serve esse remédio? - perguntei.

- Meu pai tomava exatamente esse. Mas isso não é história pra agora. - ele falou ainda me prendendo na parada, acho que deve gostar disso.

Um trovão forte de novo soou, dei um pulo e um mini gritinho.

- não vai me dizer que não consegue dormir por causa dos trovões? - ele perguntou com diversão na voz.

- sim Aidan é por isso, agora pode rir e me humilhar por isso. - suspirei novamente.

- você sempre ficou tomando remédio quando tem tempestade? - ele perguntou.

- quando estou sozinha sim, e caso não saiba aqui nessa cidade há uma seca então não chove muito, ou seja, não fico tomando todo dia agora pode me dar o remédio? - perguntei já ficando irritada.

- e oque faz quando não está sozinha? - perguntou maliciosamente. - e não, não vou te dar o remédio.

Revirei os olhos. E falei:

- não ri ok? - falei olhando em seus olhos verdes, ele assentiu. - eu ia dormir na cama dos meus pais, mas caso não tenha visto eles não estão mais aqui.

Ele engoliu a risa deu pra perceber.

- seu pai eu sei que tá viajando mas e sua mãe onde está? - perguntou.

- ela tá em um caixão, enterrada a 7 palmos abaixo de nós. - falei como se não fosse nada, mas até hoje tenho pesadelos com a morte da minha mãe.

- eu sinto muito. - ele disse olhando para os próprios pés. - já que não tem mais ninguém aqui, e você não vai tomar esse remédio eu deixo você dormir comigo. - disse simples me olhando novamente.

- não. - neguei e voltei pro meu quarto. Me cobrindo e tentando dormir.

Passou um tempo, mas ainda estava chovendo. Um trovão. Gritei. E comecei a chorar de Pânico.

Escutei minha porta abrir e já sabia quem era mas como eu estava em baixo da coberta chorando nem me dei ao trabalho de olhar para ele.

- tem certeza que não vai aceitar minha proposta? - ele perguntou, não respondi.

Pensado que ele havia ido embora, mas alguém deitando em minha cama me provou que eu estava errada.

- vamos deite-se. - eu não queria mas fiz oque ele pediu. Deitei e ele arrumou acoberta em mim e se deitou ao meu lado em uma distância respeitosa. - não se acustume, não sou bom assim com todo mundo. - não falei nada, e o silêncio ficou no ar, só dava para ouvir o barulho da chuva.

Um TROVÃO. pulei na cama e gritei de novo.

- calma... Calma... Vem cá. - Aidan falou me puxando para perto dele, me aninhei ali. Um braço dele estava me abraçando, o outro ele colocou em baixo do meu pescoço, Fui mais pra trás até encostar minhas costas em seu abdômen. Outro trovão, ele me abraçou mais forte, falando "calma" e fazendo carinho.

Assim foi até eu dormir com ele abraçado a mim.

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Volteiiii
Quem é vivo sempre aparece não é?

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⏰ Última atualização: Jun 24, 2021 ⏰

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