Sexta-feira chegou e Mariana desta vez veio sozinha. O seu objetivo era só um e encontrar Gabriel. Porém, algo dentro dela, sentia-se compilada a procurar uma relação e não só uma noite de pura luxuria.
Mariana parou no meio do bar a olhar para todos os lados e não viu Gabriel. Um rapaz aproximou-se dela com um shot e ofereceu-lhe. Mariana não negou logo, mas antes de aceitar deu outra vista de olhos e nada. Será que ele se esqueceu dela assim tão rápido?
Mariana não penses em nada! Ela sacudiu a cabeça ligeiramente e depois anuiu à oferta. Preferiu esquecer Gabriel por segundos e tomou o shot. O líquido transparente era puro whisky e ardeu-lhe na garganta.
- Mais um? – Ele questiona.
- Pode ser, porque não? – Ela voltou a anuir com um sorriso.
O rapaz desapareceu num ápice e Mariana continuou a observar em volta sem sair do local.
Estranho. Olhou para as mãos e estavam a ficar dormentes. A mente começou a andar à roda. Só tomei um shot e já estou assim?
- Desculpa o atraso Mariana. – Gabriel falou atrás dela.
Mariana sorriu ao escutar a voz grave dele, afinal ele não se tinha esquecido, só se atrasou. Devia de ter as suas razões.
Lentamente ela tentou virar-se, no entanto a cabeça dela estava cada vez pior. Tudo era agora meio turvo, e quando levantou um pouco as mãos para o alcançar, o corpo descaiu para cima dele.
- Mariana estás bem? – Ele perguntou agora preocupado ao agarrá-la e abraçá-la nos seus braços tonificados. – Pareces.... Estranha...- Observou o olhar dela que estava cada vez mais vazio.
- Acho que não.... Tomei um shot que me deram e fiquei assim. – Falou com alguma dificuldade. - Ela agarrou-se aos ombros dele e colou-se a ele, desta vez não era por interesse, mas para pedir um posto seguro do que sentia.
Mariana tinha acabado de ser drogada por um desconhecido e o efeito estava a ser rápido. O corpo amolecia e a reação dela era muito baixa. Quase que nem se aguentava de pé.
- Vem comigo antes que ele volte na esperança de te apanhar. – Gabriel ia para pegá-la ao colo quando o rapaz aparece com outro shot. – Ou então podemos ter uma conversa. – Viu o moço especado e sem saber o que fazer. – O que ias fazer com ela?
- Nada. – O moço respondeu prontamente.
- De certeza que não é nada? – Gabriel ainda agarrando Mariana agora com um braço para ela não cair, pegou no pescoço do moço com a outra mão. – Vamos lá fora. - Ordenou fixando nos olhos do moço e sem lhe dar outra hipótese.
O rapaz deixou cair o shot e por si só saiu do bar, atrás dele foi Gabriel com Mariana ao colo. A rapariga tenta levantar a cabeça para perceber o que se passava à volta dela, mas a única coisa que conseguiu foi descair a cabeça no ombro dele e sentir o seu aroma doce do perfume.
Quando chegaram à porta do bar, Gabriel explicara ao segurança que desconfiara que o moço tinha drogado Mariana. O segurança rapidamente pegou no telefone e enquanto fazia a sua chamada, começou a questionar-lhe.
Gabriel saiu do bar e deixou o problema para trás. Observou um pouco o corpo de Mariana e suspirou frustrado. Não era bem isto que ele tinha planeado para a noite. Uma rapariga bela e esbelta drogada por um imbecil.
- Vamos lá tratar de ti. – Gabriel foi até ao seu automóvel vermelho e pousou-a de pé, mas sem largá-la.
***
Mariana acordou zonza e com uma enorme enxaqueca. Olhou para o lado e viu um copo de água em cima da mesa de cabeceira e um comprimido. Ao lado uma nota em pé a dizer "Para a enxaqueca e má disposição."
Escutou o barulho do duche enquanto tomou o copo de água com o comprimido. Tudo à volta dela tinha o essencial para um quarto e era tudo branco. Ela depois olhou para baixo e viu-se de soutien e cueca. Porém ela não se lembrava de nada.
Coçou a bochecha, depois pousou o copo e foi até à casa de banho privada. Abriu devagar a porta e entrou em choque. O duche tinha acabado no momento que ela tinha entrado e viu duas enormes marcas em ferida grossa nas costas de Gabriel. Eram duas feridas na vertical.
Gabriel quando se apercebeu, sobressaltado gritou com ela para sair.
Mariana assustada com o berro, fechou a porta bruscamente e ficou agarrada à maçaneta.
Que lhe aconteceu?! Que foi que aconteceu ontem? Fui eu?! Não! Impossível.... Aquilo são feridas já velhas. Mariana afastou-se sobressaltada e procurou pelo seu vestido vermelho. Rapidamente vestiu e procurou a sua pochete. Apanhou-a e certificou-se que estava tudo lá dentro.
- Espera! – Gabriel abriu a porta da casa de banho com outro grito e já tinha uma t-shirt justa vestida e umas calças de fato treino negras vestidas. – Desculpa. Não estava à espera que entrasse de rompante.
- Eu não sei o que aconteceu, mas não importa. Eu saiu já para não te incomodar.
- Não, não vás. – Gabriel pediu ao aproximar-se um pouco. – Fica mais um pouco.
Mariana ficou surpresa com o pedido, ora queria que fosse e agora queria que ficasse. Que homem confuso.
- Há muito que não tenho boa companhia sem sexo. – Gabriel continuou.
Mariana olhou-o de alto abaixo e depois para a sua face máscula.
- Então não houve nada de nada? – Mariana questionou.
- Nada de nada.
- Hum.
- Hum? – Ele descaiu a cabeça. – Não entendi.
- Olha para ti. Quem é que resistiria alguém como tu? E aposto que o teu objetivo até era haver sexo.
- Era, mas não contigo drogada.
- Drogada? – Mariana pousou as mãos na anca e balançou um pouco a anca como se estivesse a pensar. Realmente ela não se recordava de nada. – Podias explicar-me então o que faço aqui, o que aconteceu...? – Pediu educadamente.
Gabriel explicou-lhe o que acontecera, que cuidou dela enquanto ela passou a noite toda maldisposta e cheia de febre. Teve que a despir para controlar a temperatura e ainda teve que limpá-la quando vomitou a droga para o chão.
Mariana ficou embaraçada e envergonhada, não soube bem o que lhe responder a não ser uma desculpa e agradecer pela ajuda. Se não fosse ele, o que será que lhe poderia ter acontecido?
- Eu faço-te o pequeno-almoço. – Gabriel convidou-a com um levantar da mão.
Mariana estava incrédula com o que via. Não era alguém que estava a usar a sedução, mas sim a simpatia.
- Okay. Vou aceitar. – Ela sorriu e foi ter com ele. Pegou na mão dele e seguiu até à cozinha, que também era branca de uma ponta à outra.
Ela ficou ao pé dele a vê-lo a cozinhar uns ovos mexidos, salsichas e torradas enquanto a mente dela divagava para outro lado.
O que será que aconteceu às costas dele?
- Gabriel desculpa perguntar... Mas porque gritaste na casa de banho?
Gabriel parou por uns instantes e engoliu em seco.
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Arcanjo, para onde foste?
RomanceGabriel, o Arcanjo, desafiou as ordens do Céu e desceu à Terra para combater o cavaleiro do Apocalipse, a Peste. Apesar do seu grande esforço e ter sido vitorioso, a maldição do cavaleiro encontrou refúgio dentro do corpo do Arcanjo. Agora Gabriel p...