𝙸𝚖𝚊𝚐𝚒𝚗𝚎 𝙱𝚎𝚘𝚖𝚐𝚢𝚞 •𝙿𝚊𝚛𝚚𝚞𝚎 𝚌𝚊𝚗𝚒𝚗𝚘•

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O "cãozinho" já tinha urinado pela terceira vez no pneu de um dos carros estacionados na rua, e você olhava preocupada para os lados, procurando por alguém que pudesse ter visto o crime.

Ao constatar que ninguém presenciara tal cena, você solta um suspiro de alívio que não dura muito tempo, pois Kai avista um esquilinho no quintal da sua vizinha e começa a correr atrás dele.

Você é arrastada pelo animal à força, sendo que o golden retriever tinha quase o dobro de seu tamanho e de sua musculatura.

"KAI!" você tenta freá-lo a todo custo, firmando os calcanhares ao chão, mas ainda assim o enorme cão continuava a fazer força no sentido contrário, a língua de fora e os olhos saltados como o cachorro energético que era.

No momento em que você conseguiu puxar a coleira com mais afinco, o animal parou de lutar e soltou um latido triste, sentando na grama do quintal da sua vizinha.

Você prometeu a si mesma que jamais aceitaria ajudar sua mãe novamente para cuidar do cachorro Kai. Ela estava viajando, e voltaria em cinco dias, o que significava que você precisaria ficar com ele, passear com ele e dar banho nele por todo esse tempo. Ou seja, tortura.

O cão era extremamente dócil e carinhoso, é claro, mas por conta de seu tamanho e força era difícil para você, ainda que não fosse tão magrela, controlar aquele espírito bagunceiro.

Eram por volta das cinco da tarde quando você decidiu levá-lo para passear pela vizinhança, mas estava começando a se afastar de casa conforme o cão ia cada vez mais longe, buscando alguma diversão pelas ruas.

Você quase caiu novamente com a guinada súbita de Kai, que estava farejando o chão e parecia ter encontrado algo que chamou sua atenção, pois ergueu as duas orelhas e pôs-se a correr como se não houvesse amanhã, com você no encalço, tropeçando nos próprios pés ao tentar acompanhar o ritmo frenético do cachorro.

Quando ele finalmente para em frente a um parque repleto de cães, você solta uma exclamação de surpresa por nunca ter visto tal local antes. Kai começou a latir a saltar de um lado para o outro, a língua de fora e a pata gigante tocando seu joelho como se estivesse pedindo sua permissão.

"Então é aqui que você queria vir..." Você sorri pela fofura e acaricia seus pelos cor de caramelo. Kai lambe sua mão e você faz uma careta, mas ri. Ele era impossível.

"Seu cachorro é uma graça." uma voz masculina em sua frente disse, e você olhou de imediato, dando de cara com um garoto magro, de cabelos escuros e dono do sorriso mais fofo que você já vira.

Ele segurava em uma coleira cor-de-rosa uma pequena cadela dálmata, que logo se aproximou de Kai e os dois começaram a cheirar o traseiro um do outro antes de latirem, felizes.

"Desculpe, eu te conheço?" você pergunta, um pouco insegura por conversar com alguém tão bonito.

"Sou Choi Beomgyu, prazer. Eu te vi correndo com o cachorro e pensei em te dar uma mão. Sei que esses cães tem uma força incrível e podem acabar... arrastando seus donos." ele parece estar segurando o riso, e você cora, se sentindo incomodada pela zombaria.

"Hum. Me chamo S/n."

"Esse é um nome estrangeiro... de onde você é?"

"Brasil."

"Uau! Eu fui para lá alguns anos atrás. Um país bonito, mas perigoso. Fui assaltado duas vezes."

Desta vez você quem precisou segurar o riso.

"Parece que eles se deram bem." ele apontou para os cães, que estavam se mordendo e latindo um para o outro numa brincadeira.

"É, parece. Como se chama sua garota?"

𝑻𝑿𝑻 | ɪᴍᴀɢɪɴᴇs |Onde histórias criam vida. Descubra agora