Capítulo 06

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VERSÃO ANAHÍ

Eu não conseguia olhar Poncho nos olhos. Só ficava olhando aquela carta.

- Se você não quiser me dizer nada, Anahí, não precisa! – ele me disse. - Eu só escrevi porque eu precisava, de alguma maneira, desabafar...

- Eu... - olhei para ele, abaixei o olhar e voltei a olha-lo. - Eu quero falar algo, mas eu não sei o que dizer!

- Fala dos seus sentimentos... O que você sentiu ao ler essa carta? Achou engraçado, triste, ridículo, bom, ruim...

- Eu não sei se é algo bom ou ruim, Poncho... Talvez pelas condições atuais sejam ruins...

- Você diz pelo fato de estar casada?

- É...

Ficamos em silêncio e eu prestei atenção no meu coração que batia tão disparado que eu parecia ouvir o som aqui do "lado de fora".

- Eu vou começar pelo final: essa festa! – eu disse, depois de respirar fundo. - Desde que você chegou, eu realmente senti ciúmes quando a Camila estava do seu lado. Achei que fosse uma namorada. Não classifiquei como ciúmes naquele momento, mas agora, olhando tudo isso, eu sei que foi ciúmes!

Ele me olhava tão profundamente que parecia que nem piscava.

- Quando eu percebi o jeito que vocês se olhavam, tive vontade de afasta-la! Não queria que você se interessasse por ela, não queria você perto dela, não queria que você falasse com ela... Eu não queria nada! – falei nervosa, atropelando as palavras. - E confesso que eu tentei evitar que isso acontecesse, mas foi em vão! Quando olhei, vocês estavam se beijando. Aquilo me surpreendeu tanto que eu fiquei olhando sem saber o que fazer. Então foi aí que o meu marido viu e ficou morrendo de raiva. Ele saiu, pegou o carro e foi embora.

- Foi por causa do meu beijo com a Camila?

- Sim, ele se incomodou porque eu não parava de olhar para vocês!

- E porque você olhava tanto para nós? – ele me perguntou.

- Eu já falei... ciúmes!

- E por que o ciúmes?

- Não sei... – respondi.

Ele continuava me olhando e então, de repente, percebi que seu rosto se aproximava do meu. Estávamos cada vez mais perto. Obviamente se iniciaria um novo beijo. Meu coração estava disparado, minhas mãos trêmulas e não conseguia me mexer. Poncho segurou minha cintura enquanto seu rosto se aproximava.

Estava tão envolvida naquele clima que nem percebi que a porta havia se aberto.

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI???? – Velasco entrou no quarto, gritando.

Eu gelei! Gelei mais do que todas as vezes que ele havia me surpreendido naquela noite. Poncho levou um susto também que foi para longe de mim em fração de segundo.

Ali na nossa frente, meu marido me olhava com muita raiva.

VERSÃO DULCE


Fomos para o estacionamento e quando chegamos perto do carro, Christopher abriu a porta para mim.

- Brega, como sempre! - sorri para ele.

- Cavalheiro... - ele disse em meio a uma risada.

Cavalheiro? Até parece! Eu sabia bem as intenções dele! E eu diria que não! Esse pensamento ficou mais forte quando ele entrou no carro e perguntou:

Feliz Ano-Novo! (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora