Depois de ouvir a briga dos meus pais nessa madrugada resolvi dormir, com a ajuda do meu calmante que o meu psiquiatra me receitou. Mas logo amanheceu o dia e meu pai estava batendo na porta do meu quarto. O nome do meu pai é Rafael Solano só pra vcs saberem mesmo.

Ele bateu na porta e Eu disse, entra.

R: Vou tentar ser compreensivo antes de brigar com você, me explica o que aconteceu ontem.

M: Qual a minha punição? Não quero falar disso...

R: Mirella não! Eu exijo uma explicação, as tatuagens... Os antidepressivos, as tentativas de suicídio, as drogas, o cheiro de cigarro, as bebidas alcoólicas, o cara que te trouxe pra casa ontem...

M: Pai, sinto muito. Mas eu não quero mais. Eu só não consigo mais.

R: Não consegue o que?

M: viver.

R: não é só vc que tem uma vida difícil, eu também tenho. O trabalho, os meus filhos, a minha filha que eu nem reconheço mais. Eu estive conversando com a sua mãe, ela acha que é melhor te internar em um centro de recuperação.

M: eu não preciso disso. Eu não preciso mesmo, eu não sou viciada, eu uso pq quero morrer. Eu uso muito pra ver se eu consigo ter uma overdose e morrer. Eu não sou viciada.

R: eu disse a sua mãe que eu não permitiria que você fosse internada. Vou te mudar de psicólogo e de psiquiatra, eu me importo com você, mesmo que não pareça.

M: obrigada. Ela respondeu secamente, o pai dela nunca tinha sido flexível, mas dessa vez ele foi.

R: Só mais uma coisa, o homem de ontem... Você conheceu ele aonde?

M: em um aplicativo.

R: isso é perigoso, podia ser UM MANÍACO QUE IRIA TE MATAR, VOCÊ TEM NOÇÃO DISSO?

M: o que eu quero é que ele me mate. Ela riu ironicamente.

R: eu vou voltar pra Oregon, em umas duas semanas estou de volta. Vou agora mesmo. Eu gosto de vc minha filha. Disse de um jeito delicado.

Meu pai nunca tinha dito que me amava ou que gostava de mim, eu nem soube o que dizer pra ele. Eu sou um fracasso.

Eu vi  que Spencer estava na porta criando coragem pra bater, e eu mandei ela entrar.

S: eu ouvi a minha babá dizendo que você tentou morrer, é verdade?

M: mais ou menos. Você ainda é pequena e não entende muito bem as coisas, mas eu estou aqui agora viva e eu te amo.

S: também te amo... Ouvi Melissa falando de vc ao telefone.

M: ela estava falando oq?

S: que ela não queria que isso tivesse acontecido e que estava preocupada com você.

M: você podia dar um tempo pra irmã pensar nisso? Vai brincar lá em baixo, depois eu vou lá te encontrar okay?

S: tá bom, te amo não esquece isso.

M: eu amo mais.

Quando Spencer saiu do quarto ela ficou pensando em Melissa, será que Melissa se importava com ela? Será que Melissa estava falando mal dela e Spencer entendeu errado?
Eram tantas dúvidas.

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