Prólogo

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Uma vez na primavera, sonhei que estava caindo.
E por alguma razão mais tarde quando acordei senti como se precisasse mais daquilo, e quanto mais eu caia e caia e caia, mais sentia que o vazio dentro de mim se preenchia.

Depois disso, todas as noites eram as mesmas.

Eu dormia, sonhava que estava caindo e acordava precisando de mais.
Dormia, sonhava que estava caindo e acordava precisando demais.

Mergulhando todas as vezes no vazio que se instalava mais e mais no meu peito até que tudo o que sentia era nada.

Eu me tornei o nada, eu respirei o nada e aquilo me sufocou até não saber mais respirar.

Eu dormia, sonhava que estava caindo, sentia meu ar se esvaindo de mim e acordava.

Acordava, sentia todo o vazio voltando, encarava o teto como se implorasse por mais e chorava.

Muitas daquelas vezes desejei o fim e quando vi que não podia tê-lo desejei mais e mais por um conforto que não existia.

Mais uma vez eu dormi e não sonhei mais que estava caindo.

Eu dormi, acordei e chorei.

E quando finalmente encontrei naquilo o fim, meu coração se partiu em dois.

Depois de All StarOnde histórias criam vida. Descubra agora