foi ali onde tudo começou. quando eu vi que você não estava bem e senti falta do brilho em seus olhos.
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eu e han éramos amigos a quase três anos. muito íntimos e não nos desgrudávamos pra nada, estávamos sempre juntos.
tudo começou quando em um dia de sol, com tudo para ser perfeito, eu andava pelo parque da cidade triste e abalado, de fones e com a música no volume mais alto, sem prestar atenção em nada. até que esbarrei em um garoto que andava todo animado, estava feliz por causa de algo, mas logo o sorriso se esvaiu, quando eu derrubei todo o sorvete em sua roupa. era um estranho? sim, mas como a culpa foi minha, eu deveria pagar outro sorvete, me sentia com essa obrigação. eu pedi desculpas, ele aceitou, eu paguei o sorvete e acabamos andando juntos até o destino dele. a partir daí não nos desgrudamos mais.
ele era o amigo risonho, feliz, animado, entusiasmado, empolgado e tudo mais, eu era o amigo carrancudo, que reclama mas que se rende no segundo argumento sem sentido do outro.
eu era sinceramente feliz com ele ali do meu lado, em todos os momentos, nos bons e nos ruins, em qualquer situação.
até que um dia eu percebi que estava gostando dele. já havia ficado com outros caras, me apaixonado e quebrado a cara, mas eu estava me apaixonando por ele, meu melhor amigo. han jisung, o garoto mais doce e carinhoso que poderia existir em todo mundo, o que me fazia bem por estar ao meu lado todos os dias.
fazia um ano que estava gostando dele, tentava não demonstrar e até fiquei um tempinho evitando-o, sem sucesso. ele não merecia isso, por isso fingi que nada acontecia e apenas pedi desculpas e voltei para o seu lado, de onde prometi a mim mesmo e a ele que nunca iria sair.
naquele um ano, muitas coisas aconteceram, eram sentimentos novos, dando vida a outros muito desconhecidos. as vezes eu sentia um ciúme absurdo dele, tanto que já discutimos várias vezes por causa disso, mas eu sempre pedia desculpas por saber ser o culpado. a paixão ia crescendo, o significado de gostar havia mudado e eu estava quase tendo um treco.
tínhamos um grupo de oito amigos, e sempre saíamos juntos. de dois meses pra cá jisung estava estranho, nada fora do normal no quesito comportamento, era só que o brilho em seus olhos estavam desaparecendo, e eu sentia falta dos sorrisos frequentes.
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até que num sábado os meninos nos chamaram pra sair, mas você mandou mensagem falando que não iria porque não estava bem. claro que eu estava preocupado, mas por algum motivo, eu sentia que precisava ver você urgentemente, e só falei que iria avisar os meninos.
falei que ia avisá-los, não que iria sair com eles.
depois de uns quarenta minutos eu já estava na porta de seu apartamento, no qual você morava sozinho. você morava tão pertinho de mim, isso era incrível. eu toquei a campainha várias vezes e nada de você atender, e eu fiquei absurdamente preocupado, até lembrar da chave reserva perto da porta e era como se uma luz tivesse acendido.
eu abri a porta e ao entrar em sua casa, encontrei o lugar todo bagunçado, o que não era típico. te chamei algumas vezes e quando você respondeu senti uma dor em sua voz, e corri até seu quarto.
quando entrei, você estava aos prantos. nunca havia visto você assim, claro que era bem emocionado e chorava muito em meu ombro, mas não desse jeito, dessa maneira, com esse desespero.
você estava sentado na cama. todo embolado em cobertores e com os joelhos encolhidos e as mãos nos olhos, numa tentativa falha de enxugar as lágrimas. você estava de pijama, uma calça e uma blusa fina de manga comprida. janelas fechadas e quando você olhou pra mim... você não sabe a dor que eu senti. um desespero enorme, um aperto, uma tristeza e um pesar por não saber o que estava acontecendo. por que não me contou, han?
quando abri as cortinas e vi sua situação, corri até você e te abracei. você começou a chorar mais. tentei me acomodar na sua cama enquanto te abraçava e tentava te acalmar e você só pedia desculpas, e chorava mais e mais. eu me sentia de mãos vazias, sem saber o que fazer.
eram tantas lágrimas, tantos resmungos e gemidos de dor... eu olhei bem pra você, levantei sua cabeça para que olhasse pra mim e analisei seu rosto. os olhinhos inchados, o nariz escorrendo e um biquinho nos lábios. você me olhou nos olhos. e lá no fundo eu vi o brilho.
-hyung, me perdoa, por favor- você voltou a chorar.
-ei ei calma, eu tô aqui okay?- você abaixou a cabeça e eu a levantei- okay?
você apenas assentiu e acomodou sua cabeça no meu peito. seu cabelo estava cheiroso, você ainda estava chorando, e eu só acariciava seus fios loiros tentando te tranquilizar e passar carinho para você.
depois de parar de chorar, olhou pra mim.
-você pode me perdoar, hyung?
-pelo que, hannie?
-hyung, eu não tenho culpa- você ia começar a chorar mas segurou as lágrimas-, eu gosto muito de você, e não falo no sentido da amizade. tenho medo de te perder, não sabe o bem que você me faz. eu não sei viver sem você, me desculpa por isso- você falou isso olhando no fundo dos meus olhos, han jisung. e foi aí que eu achei o brilho verdadeiro que estava escondido.
-hannie...
-tudo bem se não quiser continuar a amizade, eu entendo-
-hannie, eu também gosto de você- você parou de falar- e muito.
você me olhava como se não tivesse entendido o que eu havia dito.
-sério mesmo?
-sério mesmo.-eu sorri.
você me abraçou. um abraço onde se pode morar por milhões de anos, que se pode acomodar e se sentir seguro ali. eu senti falta desse seu abraço hannie, senti muita falta mesmo.
depois nós nos olhamos profundamente e eu abri um sorriso reconfortante pra você. senti que estava apreensivo, então te beijei.
foi um beijo tão doce e verdadeiro e apaixonado. você parecia tão pequeno ali nos meus braços. e realmente era, mas eu senti ali que deveria cuidar de você, era inevitável não o fazer.
nos separamos e nos olhamos.
-olha han...- eu comecei- faz mais ou menos um ano que gosto de você. o hyung aqui vem ficando cada vez mais apaixonado e peço desculpas por não contar antes, desculpas mesmo.
-tudo bem minho, ta tudo bem.- você pegou na minha mão e sorriu pequeno.- eu também gosto de você a um tempo e tava com medo de você não me corresponder ou pior, não querer pelo menos continuar a amizade.- você abaixou a cabeça como se tivesse se lembrando de algo amedrontador e eu a levantei.
-ta tudo bem agora, eu estou com você e sempre vou estar- o brilho estava voltando- prometo, han jisung, meu melhor amigo e por quem eu sou apaixonado, que vou sempre estar aqui- parei de falar tentando segurar as lágrimas que caiam e você as limpava- em qualquer situação ou momento. vou estar aqui pra colocar um sorriso em seus lábios e ver o brilho nos seus olhos.
você sorriu pra mim. agora um sorriso grande e olhos felizes com um brilho que mais parecia um turbilhão de estrelas num universo.
-eu não vou deixar apagarem esse brilho han. e muito menos esse sorriso perfeito- eu sorri em meio as lágrimas e te dei um beijo apaixonado. nós sorriamos em meio ao beijo, e me senti feliz e seguro ali, com você pertinho de mim.
nos olhamos de novo e lá estava você, com seu brilho e toda a sua luz.
você não sabe o quanto seu sorriso fez falta, han jisung.
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"onde está seu lindo sorriso?
porque você sorria muito, eu sinto ainda mais saudade
eu posso ver tudo, seu sorriso desajeitado fingindo que tudo está bem
porque você era tão brilhante, eu estou mais preocupado com você
eu sinto a sua falta
sinto falta do seu grande sorriso feliz
eu posso definitivamente ver, eu posso ver
o seu lado radiante, o jeitinho que eu conhecia" -M.I.A (stray kids)
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ᴍ.ɪ.ᴀ (ᴍɪɴsᴜɴɢ)
Fanfiction"foi ali onde tudo começou. quando eu vi que você não estava bem e senti falta do brilho em seus olhos." •one shot •plágio é crime! •boa leitura! ❤️