Prólogo.

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Lauren.

Eu tinha um trabalho dos sonhos de qualquer esteticista. Trabalhava em dos espaços de beleza mais bem frequentados de Manhattan, onde celebridades e a nata socialite da cidade frequentavam. Tinha me especializado em sobrancelhas definitivas e usava o método da micropigmentação e microblanding, o mais novo sucesso da beleza.
Eu sempre sonhei em ganhar a vida e viver com o meu próprio esforço. Ainda não tinha condições de ter meu canto e por isso morava com meu irmão Pete, no Brooklyn, quando vim do Texas.
Ele me acolheu em sua casa quando eu decidi deixar a casa da minha mãe, depois que ela se casou pela terceira vez. Não conseguia mais conviver com um homem que me comia como os olhos quando ela não estava presente e eu estava ao ponto de cometer uma loucura. Para que isso não acontecesse e eu não fosse a próxima vítima de estupro a estampar as manchetes, saí de lá.
Ela tinha um dedo podre para homem, tirando o meu pai, é claro! Ele sim era homem de verdade. Uma pessoa doce e gentil, até que não  pisasse nos seus calos. Ele mora no Bronx e quando dava, nós nos encontrávamos para colocar a conversa em dia e matar a saudade.
Pete e eu sempre fomos unidos e quando ele soube do que eu estava passado, logo me chamou para morar com ele e seu namorado. Eu sabia que tiraria a privacidade deles, mas aquilo seria temporário.
Por ser boa no que faço, conquistei uma ótima clientela de senhoras de meia idade, que já estavam ficando com falhas nas sobrancelhas. Elas gostavam do meu trabalho e acabavam indicando para outras mulheres. Além do salário, sempre vinha boas gratificações daquelas senhoras podres de rica. Boba eu pareço, mas não era.

***
Era Sábado, dia de sair para dançar e beber, aproveitando que no dia seguinte não trabalharia e poderia dormir até mais tarde e curtir ressaca. Já fazia um mês que eu não tinha sexo e os meus encontros com o meu vibrador a pilha já não estava servindo e para aplacar o fogo que tinha na minha vagina.
Eu precisava de um pau grande e grosso, que me fizesse gozar até que eu ficasse assada e lembrasse no outro dia que tinha estado com alguém. Mas se calme. Sexo sem proteção, jamais! Cuidar de mim, vinha primeiro do que meu tesão ardente.
— Tenho dois convites VIPs para a boate Zoroasta, para hoje — falou Nicole, minha amiga, entusiasmada e deixando-me empolgada.
Nicole era uma garota linda de um tom de pele bronzeado artificialmente, um rosto em formato de coração e olhos castanhos  brilhante. Os lábios grossos era extravagantes como seus cabelos louros platinados. Era minha única amiga fora do centro de beleza.
— Essa boate é aquela que abriu no mês passado? — perguntei.
— Ela mesma. Ganhei os convites da minha cliente e não vamos precisar enfrentar fila. A fila naquele lugar é quilométrica.
— Tudo bem. Estou dentro. — Sorri.
***
Já em casa entrei no banheiro para tomar um banho quente para espantar o dia de trabalho. Quando terminei, segui até a cozinha para fazer um lanche.
Duas horas depois eu estava vestida vendo meu reflexo no espelho. Optei por um vestido preto de alcinhas finas com um corte que valorizava meu busto e um par de sandálias de salto alto da mesma cor. Tinha me maquiado como sempre, usando tons terrosos nos olhos, uma fina camada de base para esconder as sardas proeminentes no nariz, uma máscara de cílios incolor para ampliar meus olhos azuis já iluminados, um blush rosa suave e na boca um batom rosa claro. Esta era a única maquiagem que caia bem para meu tipo exótico de cabelo. Ser ruiva tinhas suas desvantagens. O problema era não passar do limite. Não abusar das cores fortes.
Diante o espelho, avaliei meu visual. Eu tinha um corpo perfeito não era de se jogar fora. Tinha pernas longas e torneadas, uma cintura fina da qual me orgulhava. Meus quadris eram levemente avantajados. Meus seios eram de tamanho médio e sempre ficavam bem emoldurados por meus longos cabelos ruivos ondulados naturalmente.
Peguei o metrô e fui andando uma quadra até chegar à frente da boate, onde encontrei Nicole na porta me aguardando para entrar. Fomos revistadas pelo segurança e entramos em seguida. Fiquei boquiaberta com o luxo do lugar. A boate tinha as paredes revestidas com alumínio cromado, que dava ao lugar um clima sofisticado e moderno ao mesmo tempo. O som da música eletrônica Big Jet Plane, do DJ Alok, incendiava o lugar. Um telão mostrava formas geométricas que acompanhava a letra da música. Eu tinha entrado no clima. Meu corpo vibrava.
Nicole me puxou para a escadaria e quando entramos na ala VIP, estava em outro mundo. O mundo da alta sociedade novaiorquina. A cliente dela nos cumprimentou simpática e nos levou até uma mesa, onde um garçom, provavelmente exclusivo, nos serviu champanhe que degustei na ponta da língua.
Depois de duas taças de champanhe, eu desci para dançar no meio do povo. Enlouquecida, me deixei levar pela batida eletrônica da música descarregando a intensidade da minha personalidade inquieta. Suada resolvi voltar. Quando já estava no topo da escada, levei um encontrão de uma maluca bêbada que fez com que me desequilibrasse e se não fosse um braço forte me amparar, eu provavelmente teria rolado escadaria a baixo.
Depois do susto ampliei a visão e pude perceber o dono do braço. O homem exalava um magnetismo que sugava toda minha força vital tirando-me o fôlego. Não consegui me afastar de imediato, só o que pude fazer foi encará-lo admirada. Ele tinha uma estrutura óssea de fazer qualquer escultor vibrar de felicidade. Um rosto másculo e os olhos verdes penetrantes e ao mesmo tempo inquisidores. Os cabelos eram negros bem cortados e combinava com o restante de sua aparência perfeito.
Sem ter o que falar, me afastei e agradeci indo ao encontro de Nicole. Meu corpo estava trêmulo, não sabia identificar se era devido ao susto ou pela presença do moreno que exalava perigo.
Comecei a dançar novamente, mas sentindo que estava sendo observada. Olhei para o lado e o encontrei bem perto com o olhar fixo em mim, parecendo um leão faminto prestes a devorar sua presa. Encarei-o de volta, já sentindo o desejo percorrer todo meu corpo. Eu não era de fugir de uma boa caçada, também era uma predadora.
Ele caminhou na minha direção. Não recuei o olhar, porém, Nicole aproximou-se parando ao meu lado e ele recuou. Minha amiga não tinha percebido nada, não fez por mal.
— Me acompanha até o banheiro? — falou ao meu ouvido.
Assenti.
Ela entrou no banheiro e eu fiquei do lado de fora esperando que saísse. Senti um braço envolver minha cintura e puxarme para trás. Virei rapidamente e vi o moreno perigoso agarrado a mim.
— Me acompanhe. Eu tenho acesso a um banheiro exclusivo — disse ao meu ouvido, deixando-me arrepiada com a entonação de sua voz grossa.
Eu sabia o que ele queria e eu desejava o mesmo.
Andamos em um corredor pouco iluminado e ele parou em frente a um espelho que logo percebi ser uma porta. Entramos e eu observei o lugar. Era um escritório bem decorado, e sem dúvidas o dono da boate era seu amigo.
— Quer beber alguma coisa? — perguntou ele parado perto da porta.
— Não. Obrigada.
Caminhei até o sofá e coloquei minha bolsa no canto.
— Como se chama? — perguntou levando o copo a boca, servido de conhaque.
— Lawren Evans — respondi sorrindo sedutora. — E você?
— É um prazer conhecê-la. Sou Oliver Downey — falou avaliando-me.
Ele caminhou em passos lentos e parou à minha frente. Seus dedos tocaram suave meus ombros e uma corrente magnética percorreu meu corpo deixando meus pelos do braço eriçados. Nossos olhos não se desconectaram por um segundo sequer e não foi preciso palavras ditas, nem apresentações para perceber que algo mais profundo que a chama do desejo estava presente entre nós.
Sem perceber, eu estava presa entre uma parede e um corpo alto e forte. Sua mão subia e descia contornando as curvas do meu corpo esguio. Seus lábios se aproximaram dos meus lentamente, e um beijo feroz se iniciou.
Meu desejo era tão grande, que tomei a iniciativa de abrir o zíper do seu Jeans e enfiei a mão para sentir o quanto ele estava duro sob a cueca. O moreno perigoso era tão grosso que me deu um frio na barriga. Eu não precisei ver para saber que eu precisava estar preparada para aguentar uma dorzinha incomoda no início. Ele se afastou o suficiente para abaixar a calça e eu salivei ao ver o espetáculo entre suas pernas. Em seguida ele retirou da carteira um envelope pequeno e prateado contendo um preservativo e o desenrolou em seu pau.
— Segure nos meus ombros e envolva suas pernas em meu quadril. Vou te comer em pé duro e forte — disse em um tom rouca e dominante.
Ele agarrou-me pela cintura e ergueu meu corpo. Fiz o que ele mandou e senti sua glande penetrar-me abrindo caminho com um só impulso, preenchendo-me. Doeu no início, mas o prazer sobressaiu segundos depois.
Logo que ele sentiu que eu estava relaxada, começou a se movimentar lentamente e foi aumentando gradativamente suas estocadas, até que os movimentos se tornaram duro e forte como prometeu. Eu estava tão úmida, que abaixo dos nossos gemidos, o som que se ouvia era de nossos sexos se chocando. O moreno perigoso era muito bom no que fazia.
Gozamos juntos um olhando para o outro, enlouquecidos. Ele esperou que nossos corpos se acalmassem e saiu lentamente de dentro de mim, deixando-me com uma enorme sensação de vazio e sentindo um líquido quente escorrer por minhas pernas. Olhei para seu membro e quando ele retirou o preservativo, gelei por dentro em desespero. Eu tinha acabado de transar com um completo estranho e o látex do preservativo estourou. Mil coisas se passaram por minha cabeça, principalmente, uma DST.
— Aí, merda!
Com as pernas tremendo com uma gelatina, consertei a calcinha de volta pro ligar, puxei o vestido para baixo e sentei-me no sofá.
— Você toma pílula? — perguntou preocupado, fechando sua calça.
Olhei para ele.
— E você tem alguma doença? — perguntei a beira de surto.
— Faço exames periodicamente, mas você não respondeu a minha pergunta — insistiu.
— Eu fiz exames um mês atrás — respondi ignorando mais uma vez sua pergunta.
Ele andou de um lado a outro puxando os cabelos para trás em plena angústia. Minha vontade era de sair correndo.
— Me responda, porra! Você toma pílula? — gritou assustando-me.
Levantei-me em um pulo e fui até ele, encarando-o.
— Eu aqui preocupada na possibilidade de você ter me contaminado com alguma doença e você pergunta se tomo pílula! Vai se foder! — respondi irada, saindo rapidamente do escritório e o deixando para trás.
Saí da boate sem falar com Nicole. Peguei um táxi e fui direto para casa. Passei a noite acordada remoendo o que tinha acontecido. O dia seguinte passou lentamente. Na segunda-feira, fui direto para o hospital, eu tinha que saber sobre as chances de ter sido contaminada pelo vírus do HIV.
O médico me informou que eu só poderia fazer o exame depois de trinta dias. Foram os piores dias da minha vida, até que fiz o exame e, graça a Deus, o resultado foi negativo. Porém, uma semana depois, comecei a enjoar e quando fiz o teste de gravidez, deu positivo. Eu estava grávida. Grávida de um completo estranho.
A possibilidade de fazer um aborto era zero. Não era contra a causa, mas não me imaginava fazendo algo assim. Eu sabia que seria difícil criar um filho sozinha, mas eu estava decidida. Teria meu bebê e o pai nunca saberia da sua existência, porque tinha certeza que se eu o procurasse, a primeira coisa que ele faria seria me escorraçar e propor um aborto.
Eu era capaz. Era uma mulher de opinião, pulso firme, não tinha medo de trabalho e tinha ao meu irmão e meu pai. Eu conseguiria, seria capaz de criar meu filho sozinha. Isso foi o que pense….

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