𝓑𝓕𝓕... 𝓸𝓻 𝓷𝓸

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"Sinceramente… é confuso lembrar. Começou de maneira boba, eu achava que era besteira fazer vexame por isso, talvez por ele ser o jogador principal do time, talvez por eu ser amiga dele, alguém que ele dizia cuidar, mas que só estragava tudo a cada crise de ansiedade, alguém que ele apresentava como uma irmã. Eu frequentava a casa dele e ele a minha. Tínhamos uma história e não era algo pequeno, quero dizer… eram anos de amizade. Éramos literalmente OS melhores amigos.
Eu considerei algo tão pequeno, até achei parte da situação nada preocupante, eu tinha apenas 18 anos, ele tinha 19 e isso faz mais ou menos 4 anos. Eu não me afastei, porquê achei que era natural, eu achei que deveria normalizar isso, até contar pra uma ou duas pessoas e receber respostas preocupantes. Eu não vou dizer que o fiz crescer no time, mas prometi apoiá-lo e estar aqui para aplaudir cada vitória dele, mas a nossa amizade se limitou apenas a ele, às suas conquistas, ao seu tempo livre, ao que ele queria ou podia fazer. Eu não o contextava, eu sentia que toda a aceitação que ele demonstrava a mim era o suficiente para amá-lo e fazer qualquer coisa por ele, até mesmo morrer em seu lugar.
Em uma noite, após uma festa, eu fui para a casa dele, já que era bem próxima do local da festa. Eu tinha bebido e consumido drogas. Quando chegamos na casa dele, percebi que estávamos sozinhos, para mim, não seria a primeira vez sozinha com ele, então, jamais imaginei que ele faria algo do tipo. Eu o amava demais para desconfiar dele e achar que ele poderia fazer algo tão grave quanto me molestar ou me estuprar. Eu pedi a ele uma camisa e uma cueca emprestadas, eu estava exausta e realmente queria tomar banho e dormir. Ele me disse que eu não iria conseguir me lavar sozinha e se ofereceu para me dar banho, eu apenas disse não... três vezes seguidas, mas ele seguiu insistindo, então permiti que ele entrasse no banheiro comigo e que me despisse. Depois de me despir, ele começou a falar sobre como eu era linda e como meu corpo era atraente, eu fiquei muito desconfortável, já que era virgem e sempre deixei explícito minhas 'preferências' sexuais. Eu pedi a ele para sair, mas ele entrou embaixo do chuveiro comigo. Eu estava cada vez mais desconfortável e aquilo parecia nunca ter fim. Em determinado momento, ele simplesmente desligou o chuveiro e me alcançou uma toalha. Eu achei que pararia ali e sinceramente, torci para estar certa, que tudo não passava de uma preocupação de amigo.
Eu sinceramente, não consigo lembrar com clareza o que ocorreu naquela situação, eu lembro que após o banho eu fui para o quarto de hóspedes dormir, lembro de ouvir a porta batendo e ele entrando. Ele começou a fazer perguntas e piadas quanto a minha sexualidade, piadas incômodas como:'você é lésbica porquê não me provou ainda.' Eu não quis desrespeitá-lo ou começar uma discussão, então dei risadas, já que estava exausta. Pensei que se desse risada, ele iria desistir e dormiria, mas não foi como aconteceu. Ele voltou a fazer elogios em meu corpo, elogios que pareciam sutis, como:'Seus seios são lindos.' 'Suas nadegas são muito bonitas' e os elogios o levaram a me tocar, mesmo eu pedindo para parar. Eu estava cansada e chapada até o último, então, talvez eu tenha permitido, ou talvez só não disse não, mas eu também nunca disse sim. Nesta noite, ele apenas apalpou minha bunda e depois disso, nós adormecemos, eu lembro de chorar até dormir e no outro dia, ter dores de cabeça e crises de pânico muito fortes. Ele não ligou pra crise, apenas me deixou sozinha e mandou que eu parasse de chorar antes que estragasse tudo. Eu me forcei a engolir cada lágrima que estava pendurada no canto dos meus olhos e deixei que ele me manipulasse. Eu nem mesmo notei que ele estava fazendo aquilo. Depois daquela noite, pensei que aquilo pararia ali. Então, na noite seguinte, tudo voltou a ocorrer, ele começou a pedir para me tocar, após ele me oferecer bebidas e comprimidos. 'Posso tocar sua bunda de novo?', 'posso tocar seus seios?' E chegou a um ponto onde eu não conseguia mais me mover, ou dizer não. Eu só estava deitada, em estado de pânico. Eu me sinto literalmente incomodada em escrever isso e saber que todos da Universidade irão ler, mas eu fui penetrada contra a minha vontade, eu era virgem, isso me fez sangrar e ter o hímen rompido. Quando ele percebeu o que fez, me deu banho e me levou ao hospital, eu já estava chapada e bêbada, após o abuso, eu mal conseguia andar. Ele garantiu que ninguém ligasse pro que eu dissesse e me calou por anos, mas… não há dúvidas ou segredos mais, eu fui molestada e estuprada por ele. Sei que os fãs dele dirão que sou mentirosa, os torcedores do time dirão coisas horríveis e até escrever isso, eu repensei mais de mil vezes. Eu sinceramente não sei como terminar isso, apenas quero que reflitam que ele não é perfeito por ser o zagueiro do time da escola, ou por ser o que todos chamam de 'pessoa exemplar'. Eu o amava tanto que encobri até mesmo quando ele me destruiu e sinceramente, não quero que ele seja destruído após isso, apenas quero que acreditem em mim. Sinto muito!"

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