𝓡𝓪𝓹𝓮

why do this to me?

"Isso é um relato mínimo, afinal não houveram toques, o que descarta a idéia de um abuso, não é? Eu pensava tanto isso, que cheguei ao ponto de me chamar de dramática quando me peguei chorando, afinal de contas, foram apenas mensagens... mas meus amigos discordavam, todos, exceto os amigos deles me diziam o quão desconfortável, abusiva e perigosa foi essa situação. Éramos amigos e eu, como uma garota inocente pensava que garotas não podiam abusar ou assediar e vejo agora o quão errada sobre isso eu estava. Nós éramos amigos, ela, o namorado dela e eu. Na verdade, eu só me dei bem com ela por causa dele. As vezes me pego pensando em quantas vezes eu descreditei as pessoas que o descreviam como insensível ou escroto, porquê o via como um irmão e eu acreditavam que ele me via assim também. Quer dizer... tudo começou sutilmente com ela me elogiando e demonstrando quantas coisas em comum tínhamos e ele me dizendo o quão lindas minhas fotos eram.
Após isso, pequenos flertes que ele permitia que acontecessem por parte dela, eu os levava como uma brincadeira e ria.
Depois, 'piadas' que se seguiram com ele apertando pontos sensíveis (arrepiantes) no meu corpo, de forma a serem tocadas sem meu consentimento e usadas como 'brincadeira' e motivo de risos, além de relatos extremamente desinteressantes sobre a vida íntima deles, que estranhamente vinham com detalhes sobre o corpo dos dois.
Logo, tanto a minha sexualidade quanto dela viraram pauta frequente de conversas entre nós duas, sempre puxadas e insistidas por ela. Eu estava sensível naquele momento e decidi me afastar por um determinado tempo, sentindo como se estivesse sendo 'obrigada' a carregar o peso do relacionamento deles nas minhas costas.

Naquela noite, eu deixei claro que estava em um compromisso, mas ele me mandou mensagem mesmo assim. Era sábado e eu estava extremamente atarefada, porém eu sempre tinha tempo para ele, pois afinal o via como irmão, mas infelizmente, vi que ele não via assim.
Era uma mensagem com a proposta de nós três nos "divertirmos" juntos que recebeu uma recusa minha e a primeira vista, parecia ter sido compreendida, ao menos foi o que eu pensei.
Na semana seguinte a esta situação, eu estava sem falar direito com nenhum dos dois, até ela me mandar mensagens. Para mim, ela apenas queria conversar e eu tentando ser gentil, respondi da melhor maneira que pude. A conversa estava rolando normalmente quando ela começou a me mandar fotos "provocantes", mesmo após eu ter dito não e explicado bem os motivos do "não". Fotos onde ela estava sem roupas, ou com poucas roupas, apenas de peças íntimas, todas seguidas de mensagens como:'se você mudasse seu ponto de vista poderia aproveitar isso.' Ou 'mas você precisa abrir mais sua mente.' Tentei ignorar e ser educada, rir e até tirar onda da situação desconfortável, mas ela não parou até eu ser mais direta. Pensei que ele não estivesse sabendo de tudo e de repente, comecei a receber convites dele para bebermos juntos em sua casa — ele sabe exatamente que nunca sei o que fazer nem o que rolou no dia anterior depois de beber. — eu comecei a estranhar os convites, pois eles nunca aconteciam normalmente, até a noite onde ele propôs que eu fosse para a casa dele enquanto sua mãe estava fora, sua namorada estava lá e haveriam bebidas. Eu senti um alerta e disse não da maneira mais grosseira possível... mas aquilo doeu excessivamente, porquê não esperava aquilo dele e nem mesmo gosto de relatar isso. Eu não pude acreditar que eles estavam planejando me estuprar, além de todo o assédio em que me colocaram. Eu só queria entender como foi que eu não vi a maldade dele quanto a mim e como deixei aquilo acontecer.
Essa é a minha história..."