Dia seguinte

401 26 5
                                    

No dia seguinte acordei e me arrumei para ir pra escola.
Desci, passei na cozinha pra tomar café.

-- Bom dia Mathias!
   - bom dia mãe.
-- Dormiu bem?
   - sim, dormi. E a senhora?
-- Também.

Tomei meu café, me despedi da minha mãe e fui pra escola.
Ao chegar lá, Lídia estava me esperando no portão.

-- Oiie amigo, bom dia.
   - Oi Lídia, bom dia.
-- Vamos rápido, que hoje iremos ter aula de Educação Física no ginásio.
   - Onde fica o ginásio?
-- Fica por trás da escola.
   - Ah, sim. Então vamos.

Saímos andando rápido e já fomos diretamente para o ginásio.
Ao chegar lá, alguns dos alunos da turma já estavam. A maioria meninos. Entre eles o Breno.

Assim que entramos, procuramos um local para nos sentar na arquibancada.  Ao sentar, olho pra onde os meninos estavam, e o Breno estava olhando pra nós dois .

-- Amigo, é impressão minha ou o Breno está olhando pra nós?
   - Verdade. Percebi também. Deve ser pra você né.
-- Será amigo? Ruim pra ele. Não tem chance alguma comigo.
   - kkkkkkk
-- verdade mesmo kkkkkk
   - eu sei que é.

Paramos um pouco de conversar, e ficamos prestando atenção nos meninos, pois já iria iniciar o jogo.
Após uns 15 minutos de jogo, eu percebi que alguns meninos ( especificamente os amigos do Breno) estavam olhando pra nós dois.  Achei estranho.
Quando de repente, sinto o reflexo de algo vindo em minha direção.

--- BOOOOMMM

Esse foi o barulho da bola acertando o meu rosto

Ao sentir a bola, o meu rosto foi lançado pra trás e bateu na parede. A pancada foi muito forte, e eu só conseguia ouvir os meninos no ginásio gargalhando de mim, e a Lídia gritando comigo, perguntando se eu estava bem. Até que senti algo quente descendo pelo meu rosto e por trás da minha cabeça. Nesse momento, só consegui enxergar o rosto dos meninos ficarem sério antes de tudo se apagar.

VOZ: Mathias, Mathias, acorde!!!

Eu conhecia essa voz. Mas o meu rosto estava muito dolorido, e fiquei sem forças de abrir os olhos. Novamente tudo se apagou.

Algum tempo depois, comecei a acordar e a ouvir algumas pessoas conversando.

--- Eu irei entrar em ação contra essa escola e contra os alunos que fizeram isso com meu filho.
- Calma senhora. Nós sabemos que isso foi totalmente errado, e os responsáveis irão ser punidos.
--- Eu só espero que isso não aconteça novamente, e que os responsáveis não saim impunes.
- Pode ficar tranquila, que nós iremos resolver.

   - Mãe!

--- Ele acordou - disse minha mãe.
--- Como você está filho?

   - Eu estou bem. O que aconteceu?

Minha mãe e a diretora se entre - olharam por um momento, até minha mãe falar:

--- Você foi atingido por uma bola e desmaiou.

Na hora me veio na cabeça o momento exato em que a bola atingiu minha cabeça.
Lembro de ter olhado para o Breno, e ele estava sorrindo. De repente o semblante dele ficou sério e eu apaguei. Essas foram as minhas últimas lembranças.

  - Eu estou aqui desde quando?
--- Desde hoje cedo.
   - Que horas são?
--- 17:30.
   - Nossa, eu preciso ir pra casa pra fazer o trabalho com a Lídia.
--- Filho, acho melhor você descansar um pouco mais, pois o seu rosto está um pouco inchado.
   - Como assim?

Ela pegou um espelho e me trouxe. Ao olhar no espelho, os meus olhos encheram de lágrimas e eu comecei a chorar.

Todo o meu rosto estava inchado e muito roxo.

Me deitei novamente na maca, e as lágrimas não paravam de descer.

--- Não chore meu filho, isso vai passar.

Eu estava chorando de vergonha, de raiva, de decepção. Como os meninos tiveram a coragem de fazer isso? Um raiva imensa começou a surgir dentro de mim, e a minha única vontade era de destruir cada um deles.

Após alguns minutos, eu me acalmei mais e minha mãe me soltou.

- Diretora, vamos aqui fora comigo.

As duas saíram e ficaram conversando fora do quarto. Eu não consegui ouvir muito bem, pois elas estavam conversando muito baixo.

De repente, minha mãe entra no quarto

--- Você irá mudar de escola. Eu não quero que você continue estudando naquela escola.
   - Mãe, não precisa disso. Eu sei me cuidar muito bem. Se isso aconteceu comigo, poderia ter acontecido com qualquer um. Eu não vou mudar de escola por conta desses garotos imaturos.

--- Mas eu não quero mais que você fique perto  desses garotos, então, você irá sim mudar de escola.

   - Não mãe, não precisa. Eu fico lá. Já fiz vários amigos também. Não quero ter que me readaptar em outra escola.

--- Você tem certeza?
   - Sim, mãe. Pode ficar tranquila.

--- Hummmm. Mas se alguma coisa acontecer com você novamente, eu entro em ação contra a escola e contra esses malditos garotos.

   - Tá certo mãe. Isso não irá acontecer. Eu espero.

--- Você irá permanecer aqui no hospital por mais essa noite. O médico pediu pra você ficar em observação. Pra ter certeza que não houve algum outro dano.

  - Tá certo mãe. E a senhora vai ficar aqui?

--- Sim. Vou ficar.

   - Não mãe. Não precisa. Eu já estou um pouco melhor. A senhora pode ir pra casa descansar, amanhã a senhora vem me buscar.

--- Tem certeza que quer ficar sozinho?

   - Tenho mãe. Pode ir.

--- Tá certo. Amanhã cedinho eu venho te buscar. Tchau ( beijo na testa). Qualquer coisa me ligue.
 
   - Tá mãe. Tchau.

Ela foi embora e eu fiquei lá. A sala estava bem geladinha por conta do ar condicionado, e eu estava um pouco cansado. Fechei meus olhos e durmi.

Quando eu acordei, a enfermeira estava passando servindo o café da manhã. Peguei uma torrada e um pouco de chá e tomei. Uns 30 minutos depois minha mãe chega. O doutor me libera, mas eu só posso voltar pra escola próxima semana ( Hoje é quarta).
Saímos do hospital e fomos pra casa. Todo o percurso a minha mãe vinha reclamando da escola e de como estava indignada.
Eu também estava, mas não iria sair de lá por conta da Lídia. Falando nela, assim que cheguei em casa ligue pra ela.

    - Oi amiga!
--- Amigo, como é que você está? Eu liguei várias vezes pra você, mas só chamava.
   - O meu celular minha mãe trouxe pra casa. Não estava comigo. E eu tô melhor. Estava com o rosto inchado, mas agora melhorou. Está só um pouco.
--- Tá. Me manda o teu endereço pra eu ir aí.
   - Tá vou mandar.

20 minutos depois ela chegou lá em casa, conheceu minha mãe e ficamos conversando a manhã inteira. Minha mãe insistiu para que ela almoçasse conosco, e assim ela fez. Umas 16:00 ela foi embora, e eu fui me deitar um pouco.
Acordei 19:00 pra jantar, me banhei e voltei a dormir. Durante os próximos 04 dias, essa foi minha rotina. Dormir, comer e tomar banho. Todas as tarde a Lídia ia lá pra casa para fazermos o trabalho de Biologia. Estávamos bem desenvolvidos. As apresentações seriam na próxima semana.

Domingo

22:00
Já havia deixado minha farda pronta para o outro dia, e estava um pouco nervoso por voltar. Me deitei e dormi rapidinho.

O Playboy, meu amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora