The beginning - Taeyoonseok.

Prólogo.

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Yoongi nunca teve muitas pessoas em sua vida. Foi abandonado por sua mãe biológica, deixado na porta de desconhecidos. Desde então sua família sempre foi baseada em Jihye, agora sua nova mãe, Yeri, sua prima/irmã e Doyun, seu pai, que não apoiou tanto Jihye quando a mesma decidiu que eles ficariam com aquele pequeno bebê de cabelos tão escuros que estava enrolado em um manto na porta de sua casa, mas teve certeza que aquele acontecimento foi o que mais fortaleceu sua família.

Yoongi não tem muitas lembranças de seu pai já que ele se foi muito cedo, quando o mesmo completou onze anos. Desde então, Jihye teve que trabalhar muito duro para tomar conta de Yoongi e de Yeri, que morava com a família Min já que o irmão de Jihye, Junseo, havia entrado no mundo das drogas e só saía dessa vida morto e a mesma foi gerada por uma prostituta, que a entregou para o pai da criança e se recusou a cuidar da bebê.

Junseo morreu pouco tempo depois que Doyun se foi. Outro enterro para comparecerem. Yeri não chorou, não se foi nem uma sequer lágrima de seus olhos. Ela guardou todo o sentimento que possuía dentro de si e não deixou transbordar em nenhum momento, mas afinal, como ela sentiria tristeza sendo que em vida, Yeri só sentiu nojo daquele que foi um dos culpados por te dar vida?

Quase 10 anos depois de tudo isso, com 23 anos, Yoongi se encontrava segurando a mão gelada de sua mãe que estava deitada na cama de um hospital particular em Daegu. Havia descoberto o câncer de pulmão há 1 ano atrás. Ele acreditou que podia cuidar de tudo, sem a ajuda financeira e emocional de Yeri e de qualquer outra pessoa, mas não aconteceu desse jeito. Ele teve que parar sua vida. Saiu do curso de informática e teve que entrar em mais um emprego para conseguir cobrir o valor do tratamento. Sim, ele podia ter deixado sua mãe em uma situação de merda em um hospital público, mas quis lutar até pelo último suspiro da mulher que o deu de tudo, sem ter seu sangue.

Entretanto, nem sempre nossos esforços são o suficiente e a medicina não consegue salvar tudo. Jihye fez a cirurgia definitiva e tudo havia ocorrido bem, mas houve algumas complicações e quando viram, a mulher estava internada já fazia três meses. Nas semanas anteriores, havia apresentado uma melhora e apesar disso, os médicos não estavam nada satisfeitos. Na noite anterior, havia conversado muito com Yoongi e pela primeira vez depois de muito tempo, comeu sem a ajuda de alguém.

Teve esperanças. Na parte emocional de Yoongi, ele pensou que Deus o havia livrado da maior perda de sua vida, mas na parte racional, sabia que sua mãe, apesar de estar fisicamente ali, seu espírito já havia ido para toda eternidade, que tudo aquilo era apenas despedidas silenciosas.

E foi naquele momento, quando o barulho da máquina não parava de fazer um barulho infernal, reafirmando que os batimentos do coração de sua mãe havia parado, que ele teve a certeza que Deus não existe. Ele não quis encarar a mais velha, sabia que tudo que estava ali era apenas um corpo, sua mãe de verdade havia morrido. Suas lágrimas não paravam de escorrer em seu rosto e todo seu corpo estava gelado, da cabeça aos pés.

O que te trouxe de volta foi quando, no outro lado da maca, Yeri soluçou profundamente e explodiu em um choro alto. O mais novo não sabia o que fazer, já que ele também precisava de ajuda.

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   — Hoseok? — Taehyung entrou no dormitório do amigo, tudo estava em silêncio, as luzes estavam apagadas e o Jung jogado em uma cama apenas com uma calça de moletom, com seu peito descoberto, encolhido e com seus olhos fechados e inchados de tanto chorar.

   Ele não estava dormindo, havia acabado de ter uma crise de ansiedade e seu corpo tremia um pouco. As palmas de suas mãos estavam marcadas por unhas e seus braços também. Taehyung se apressou para se sentar ao lado do corpo que, naquela situação, parecia frágil e pequeno, diferente de todos os dias.

   Hoseok é confiante, extrovertido e todo que o conhece, tem sua vida um pouco mais iluminada. Não é a primeira vez e com certeza não será a última, que o Jung tem acontecimentos do passado atormentando seus sonhos. Todas as vezes, tudo parece confuso quando ele acorda, mas sua primeira reação sempre é ligar para seu melhor amigo.

   — Meu amor, o que houve? — Passou as mãos no rosto delicado do outro — Ei, eu sei que você não está dormindo.

   O único som presente no ambiente, além da voz de Taehyung, era a respiração pesada e cansada do mais velho. Aquela situação era uma das poucas vezes que o Kim encontrava Hoseok já mais calmo. Na maioria das vezes, ele que tinha que acalmar o garoto.

   Respirou um pouco mais fundo, lutou para abrir seus olhos que estavam pesados e se sentou na cama, olhando Taehyung.

   — Tive um pesadelo.

   — Você sonhou com aquilo de novo? —  O amigo perguntou.

   Hoseok assentiu e Taehyung se curvou para abraçar o outro.

   — Parecia mais real dessa vez. Os sonhos andam mais frequentes e é tão... desesperador — E então, caiu no choro novamente.

   — Não precisa falar Hobi, foi apenas um sonho, agora você está aqui comigo. Nós dois contra o mundo, lembra? — O acolheu firmemente em seus braços e beijou o topo de sua cabeça, deixando Hoseok chorar alto.

   Taehyung odiava lidar com os problemas dos outros desde novinho. Odiava ter que confortar as pessoas, dizer que tudo iria ficar bem, na verdade, ele nunca foi muito bom em fazer isso e nunca soube muito bem como confortar os outros. Mas com Hoseok era diferente. Ele lidava com os problemas do amigo como se fosse os dele, confortava o garoto e dizia que tudo ficaria bem, era como se fosse um instinto. Ele cuidava de Hoseok desde novo, mesmo o Jung sendo o mais velho, e adorava fazer isso. Mas quando situações desse tipo aconteciam, o que infelizmente era com frequência, ele não sabia reagir, não sabia o que dizer e nem o que fazer. Ele só sabia dizer que estava tudo bem, que ficaria tudo bem. Mas e se não ficasse?

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   Yoongi estava congelado ainda. Sua prima havia terminado de preencher os papéis para o corpo de sua tia ir ao necrotério e assim, poder a proporcionar um velório digno. O Min estava sentado em uma das cadeiras de espera do corredor quando a mais velha se juntou a ele.

   — Você pode ficar no meu apartamento se quiser. Tem um quarto sobrando e como vou me mudar em breve, pode ficar por lá — Yeri disse ao seu primo.

   Por uma fração de segundos, se lembrou de Yeri o contando que iria se mudar para Seoul, mas durante aqueles meses, essa informação não foi relevante em sua vida. Parecia que sua ficha havia acabado de cair. Quem estaria ali por ele agora que a única pessoa que sobrou de sua família, estava se mudando?

   — Você se muda em quantos dias?

   — Três — Respondeu, meio desconfiada da pergunta.

   — Não pretendo ficar em Daegu, Yeri. Não tenho mais nada aqui, e vou ter menos ainda quando você for embora — Disse, firme — Eu vou me mudar.

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OI, GENTE! Finalmente o prólogo. Espero que vocês tenham gostado pelo menos um pouquinho do gostinho que é The Beginning.

Durante ao decorrer da fanfic, tenho o objetivo de introduzir vocês mais ainda nas histórias dos Taeyoonseok, que são três sofridos. Quero de verdade que vocês conheçam todos eles e sinta que eles são muito mais que personagens.

Nos vemos no primeiro capítulo e beijinhos.

com amor, geo.