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Peccatu.

Pe.ca.do sm. 1. Transgressão de preceito religioso. 2. Falta, culpa.

 Falta, culpa

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A igreja abomina os pecados, de forma discreta, os pecadores. A palavra os ensina a amar todos, mas, as pessoas selecionam quem amar. Amam apenas as pessoas que lhes convém, e isso, é abominável.

Mas isso não importava para as pessoas do vilarejo, um pequeno e esquecido vilarejo, escondido em meio a enorme floresta. Embaixo de uma velha torre do vilarejo, uma espécie de porão, um padre observava a chuva cair fortemente pela janela.

O dia não estava belo e agradável, pelo contrário, estava sombrio e melancólico. O homem com olheiras embaixo dos olhos, virou-se de costas para a janela, observando seu laboratório. A pouca iluminação, dava um ar sombrio ao local.

Calmamente caminhou pela sala, o som da sola de seus sapatos se chocando contra o chão, era a única coisa que se ouvia na sala. O padre parou em frente a uma enorme cápsula de vidro, encarando a pequena criatura desacordada. Um líquido avermelhado a cobria por completo, um pequeno tubo grudado a sua boca, para ajudá-la a respirar, seus cabelos flutuando em meio ao líquido, um tubo ligado ao seu braço, com um liquido grosso e negro indo direto para sua veia.

Apesar dos traços delicados, em sua face havia uma expressão de dor, mesmo inconsciente, parecia sentir dor. O velho padre, encarava a pequena menina, seus olhos transmitiam toda a curiosidade sobre a pequena garotinha, que a meses atrás devastou metade de uma floresta.

ㅡ Você é um espécime fascinante.

Colocou sua mão esquerda no vidro, como se pudesse tocá-la, no instante seguinte a pequena menina abre seus olhos, revelando orbes tão vermelhas quanto o sangue, encarou o homem à sua frente friamente. O padre mal teve tempo de raciocinar o que houve, a cápsula que prendia a garotinha explodiu em milhares de pedaços, jogando o homem longe.

Com diversos cortes do corpo o homem se força a sentar-se encostado na parede, conseguindo observar a menina arrancar os tubos de si com violência, parecia irritada, seus olhos vermelhos se focaram no padre e pareceram escurecer mais ainda. Em passos lentos caminhou em direção ao padre, pouco se importando com a nudez de seu corpo.

ㅡ Não se aproxime! Se afaste!

A dona dos olhos escarlates apenas ignorava as ordens do padre, o encarava atentamente, as aparências enganavam, um homem corrupto. Parou em frente ao padre e o mesmo tentava a todo custo se afastar.

ㅡ O que você quer de mim?! ㅡ indagou desespero ㅡ

ㅡ Quero que pague. ㅡ a voz infantil da garotinha ressou fria ㅡ Que pague por seus pecados, padre. ㅡ debochou.

𝐌𝐘 𝐒𝐈𝐍, nanatsu no taizai Onde histórias criam vida. Descubra agora