Playhouse Hollywood

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O X3 de mais cedo parou a minha frente, Niall abaixou um pouco do vidro me fazendo constatar que realmente era ele. Levantei rapidamente arrumando minha roupa e fui em sua direção até a janela do passageiro, ele apenas destravou a porta me fazendo entrar.
Assim que sentei no banco ao seu lado, ele me cumprimentou com um beijo na bochecha, o qual eu retribuí ainda com as bochechas ardendo de vergonha, ele pelo visto não iria esquecer mesmo.

- Você estava caminhando sozinha? - Dei de ombros.

- Um dos motivos para eu vir como Au Pair era conhecer vários lugares do mundo. Então já que estou aqui mesmo, porque não?

- Porque não caminhar sozinha por aí, não é? - Confirmei com a cabeça. - Ainda bem que te chamei para sair, sou um excelente guia turístico.

- Uau! E pra onde iremos, guia? - Perguntei bem irônica. - Passear na calçada da fama?

- Não, esse aí é bom de dia, se quiser te levo amanhã. - Meu coração saiu do ritmo. Ele estaria me convidando para sair amanhã também? - Hoje eu vou te levar para uma boate maravilhosa, espero que goste.

- Vamos ver se você consegue me surpreender. - Ele riu alto ao meu lado.

- Isso é um desafio?

- Quem sabe? - Dei um sorriso bem sacana. - Você lembra que eu vim do Brasil e as festas lá são regadas a funk e álcool, né? Sem contar que só terminam depois que o sol nasce.

- Desafio aceito, Srta. Barcelos. - E ouvindo meu sobrenome em sua voz, todo meu corpo se arrepiou.

Niall tratou logo de engatar um outro assunto, começou a fazer diversas perguntas sobre minha vida no Brasil, como estava minha atual relação com meus pais, meus amigos brasileiros e quanto tempo eu tinha ainda no país norte americano. Por alguns momentos eu sentia que estivéssemos flertando, porém tratei logo de tirar essa ideia maluca da minha cabeça.

Fanfics não se tornam realidades, Louise! Ele está sendo simpático pelo almoço. Apenas isso.

- Você sempre sonhou em cuidar de crianças?

- Não, mas o destino meio que me levou a isso. - Dei de ombros. -  Quando eu era mais nova, cuidava dos meus sobrinhos para meu irmão ir trabalhar, sabe? Ele me dava R$ 200 reais para ficar com os dois, e isso não dava nem para pagar meus cursos.

- E porque você não pedia para aumentar?

- As pessoas ao meu redor diziam que ele nem sequer deveria me pagar por eu ser sua irmã. Consegui um emprego razoável e saí da escravidão, daí um dia enquanto estava lendo as famosas fanfics, vi uma sobre uma Au Pair, procurei saber o que era, vi que eu tinha os requisitos e aqui estou.

- Cuidando de duas crianças novamente. - Niall completou.

- Mas dessa vez recebo em dólar. - Pisquei o olho em sua direção como se eu tivesse um ótimo argumento. - A diferença é que estou morando na casa de estranhos e isso no começo me incomodava um pouco.

- Eles não são gentis?

- Até que são, muita gente daria tudo para terem meus "hostos", porém é estranho você estar ali, eu durmo no meu emprego, acordo nele, faço minhas refeições ali... É estranho. No início eu não me sentia a vontade nem para pegar água, hoje em dia as coisas melhoraram bastante.

- Você me disse que os pais são psicólogos e a mãe trabalha lá, né?

- Sim! Eles têm um escritório no centro, porém ela faz algumas consultas por Skype. O fato deles serem psicólogos me ajudou bastante, a Hillary conversou diversas vezes comigo sobre como eu deveria agir dentro da casa, de não precisar pedir permissão para mexer nas coisas e tal. Enfim, eles são bem gentis comigo.

Writing our Destiny [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora