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Jaden

"Sebastian," meu pai chama. "Não se esqueça, esse final de semana." 

Olho para ele, que senta no sofá da sala e calça seus sapatos, pronto para ficar fora de casa a negócios por três dias. 

"O que tem esse final de semana?" Pergunto, dando uma mordida no sanduíche que acabei de preparar na cozinha. 

"Jantar com os Lua," ele responde, ainda ajeitando seus sapatos. "Não te disse antes?" 

"Não, não disse. Mas nem me surpreendo mais, esses jantares nunca são marcados com antecedência." 

"Você que pensa," ele ri. "Já temos a agenda dos encontros do resto do ano." 

Me aproximo dele e fico em pé ao seu lado. Do resto do ano? 

"Do ano? É sério?" 

"Sim, porque? Não gosta deles?" 

"Claro que gosto, é que, mesmo que somos vizinhos e que vocês fazem negócios juntos, nos encontramos tantas vezes por mês que seria mais fácil começarmos a morar juntos."  Meu pai olha para mim de lado, me analisando. 

Não sei porque disse isso, já que eu namoro com a filha dos nossos vizinhos e realmente gosto de ir para lá. Mas é que quando se fala assim, quando vamos para lá, tudo que se fala é sobre negócios, e era eu que queria dar um motivo para nos vermos com frequência, queria que nossas famílias se encontrassem como uma verdadeira grande família. E quando estamos lá, quando conversamos, é como se o nosso namoro fosse parte do contrato, mesmo que eles ainda não saibam sobre mim e a S/n. 

"O que foi? O que te incomoda quando vamos para lá?" Pergunta. 

"Nada... você sabe." 

"Sebastian, você sabe que é na casa deles que resolvemos os problemas e planejamos o que vai acontecer em seguida. E por mais que não seja o lugar ideal para isso, é no final de semana que ambas as nossas famílias têm tempo, então você não tem outra alternativa a não ser ir comigo. Além do mais, você ainda tem muito a aprender como liderar uma empresa, deveria estar animado com isso, nada deveria atrapalhar isso essa parte do seu futuro." 

"Nada está me atrapalhando, eu só fiz um comentário," explico. 

Meu pai não pareceu muito convencido com o que eu disse. Ele olha para mim e faz que não com a cabeça, e já imagino o que passou por ela. 

"Achei que o problema que vocês tinham já estavam resolvidos, Sebastian," diz meu pai, ficando em pé e colocando suas mãos na sua cintura enquanto olha para mim impacientemente. 

Ele sabe de muita coisa que aconteceu no passado, e sabe que a minha relação e da S/n nunca foi muito boa, ou era. Mas com certeza não deve ter ideia do que está acontecendo agora. 

"Não tenho problemas com ela, pai," digo, colocando o sanduíche de lado e limpando minha boca. "Na verdade nunca estivemos melhor. Somos, é... amig... estamos bem." 

"É mesmo? Porque quando fala assim, parece que não suporta aquela menina. Olha... sei que vocês tiveram muitos desentendimentos entre vocês antes de você ir morar com a sua, sua mãe," ele limpa a garganta. "Mas ela é uma moça exemplar e de bom coração. Eu achava que vocês já tinham se acertado, porque nos jantares passados estavam conversando tanto, mas aparentemente não..." 

"Já disse que não tem nada de errado comigo e com ela, pai, é sobre outra coisa. Mas tudo bem, está tudo bem, você já me explicou o que eu queria saber, agora... deve estar na hora de ir pra escola, devo estar atrasado." 

𝗗𝗜𝗚𝗔 𝗠𝗘𝗨 𝗡𝗢𝗠𝗘  𝙓  𝗝.𝗛 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora