It's a sign - Shawmila

capítulo 1

Atenção:

*Fonte comum escrita entre asteriscos* = Lingua de sinais

"Fonte comum" = Conversa falada.

"Fonte em itálico" = Conversa enquanto faz sinais

Vou adaptar a fanfic do jeito que está.
Qualquer coisa corrijo depois.
Boa leitura!

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Agosto de 2010

Enquanto eu levava Melissa para o carro, não pude deixar de suspirar em frustração. Mais um jantar em família, e mais um discurso imposto em mim.

- Shawn, você precisa se abrir mais. Não dá pra ficar no seu mundinho pra sempre. Não é saudável. Nós só queremos sua felicidade. Já faz quatro anos.

O mesmo discurso todas as vezes.

Quatro anos desde o quê?

Quatro anos desde que minha filha fez 1 ano e sua mãe a abandonou. Desistindo, dizendo que não podia conviver com uma filha deformada.

Depois que ela disse isso da minha menina, eu abri a porta para a vadia. Mostrei o caminho da rua. Fora da minha vida,
da nossa vida.

Papéis foram assinados, seu anel de noivado devolvido, e é isso aí.
De repente, virei um pai solteiro aos vinte e quatro anos. Pai de uma menininha maravilhosa que não pode me ouvir. Não ouve quando eu digo o quanto a amo.

Quando descobrimos que Bruna estava grávida, eu surtei.

Eu tinha acabado de começar no meu novo emprego, depois de estudar música por cinco anos. Irônico, eu sei. Música sempre foi uma parte enorme da minha vida, e daí uma filha que é surda. Mas não me ressinto. Eu amo aquela menina com todo o meu ser, e ela é realmente perfeita do jeitinho que é.

Mas enfim, eu surtei quando descobri que Bruna estava grávida. Em parte porque eu não estava pronto para ser pai, e por outro lado porque eu e Bruna não éramos... compatíveis. Eu sei que nos amamos por um período, mas não era sério. E era mútuo. Era passageiro.

A gente se conheceu em Julliard; ela queria ser uma cantora, e eu queria compor música.

Mas eu encarei minha responsabilidade, a pedi em casamento, e quando a barriga da Bruna começou a aparecer, eu estava totalmente envolvido. Até desejando ser pai dessa criança. E nós demos um jeito. Eu consegui uma grana boa escrevendo jingles, e na época tudo estava perfeito. Bruna no entanto... não estava entusiasmada. Mas ela foi "levando".

Melissa Mendes nasceu no dia 19 de Julho, o dia que eu fiz vinte e três anos e logo, Bruna não estava mais "levando". Foi quando descobrimos que nossa filha era surda.

Todos nós ficamos arrasados, claro, mas Bruna estava horrorizada. E demorou um ano pra ela dizer "chega".

Eu não ligo a mínima por mim, mas eu fiquei enojado com o seu comportamento para com o anjo a quem ela deu à luz.

Já foi tarde, vadia.

Graças à minha irmã Allysson, e à minha mãe, ela tem representantes do sexo feminino na sua vida. Mulheres que sabem como reagir quando Melissa fica aos berros porque o Papai não sabe fazer tranças em seus cabelos.

É, eu preciso da Allysson e da minha mãe tanto quanto a Melissa precisa.
Mas de uma forma ou outra, eu diria que a minha vida é boa. Sei lá.