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"You got a girl so don't
get too close to me
I mean, ain't that how
it's supposed to be
You got me wanna risk it all
Regretting this but it's too late
I wish you didn't
know my name..."

Faço uma prece silenciosa ao tentar controlar a raiva crescendo dentro de mim. Seria exagero da minha parte pegar um vaso de cerâmica na floricultura e quebra-lo na cabeça de Serkan? Não lembro de nenhuma cláusula no contrato que me impedia especificamente de agredi-lo. Em último caso, tenho Ceren. Ela é uma advogada incrível e se não conseguir me livrar da cadeia ao menos irá tentar reduzir minha pena.

— Eda, pare de ser teimosa. Entre no carro, lutfen. — pediu pela terceira vez, abrindo a porta e apontando para o banco confortável de sua BMW.

— Pare você de ser teimoso. Já disse que não irei com você. Me recuso a passar mais um sábado ao seu lado, Serkan.

Eu o deixaria louco se fosse preciso, mas não iria voltar atrás com a minha palavra. Usar a desculpa de querer os sábados livres de sua companhia teria que servir.

Após ouvir minha tia dizer que eu estava apaixonada, algo em mim mudou. Para ser sincera, eu já me sentia mudada há algum tempo, mas me convenci de que era apenas a minha vida se ajeitando, entrando nos trilhos. Daqui há um mês eu teria a Itália como plano de fundo para realizar meu sonho e pela primeira vez eu conseguia visualizar meu diploma na mão. No entanto, acabei me enganando ao acreditar que aquele homem, no qual eu havia me algemado – literalmente –, não teria controle sobre mim. Passamos por tanta coisa coisa que daria até uma novela! E foi devido a todos esses momentos falsos que os sentimentos passaram a ser verdadeiros. Ainda doía lembrar de Antalya. Lembrar de como eu me sentia bem ao lado de Serkan, meu noivo de mentirinha.

Forcei meu cérebro a optar pela linha racional e se manter longe dessa Eda tola que tinha entrado na maior furada ao gostar de um homem apaixonado por outra. Seria cômico se não fosse trágico. Tudo só piorava com o tempo, pois eu estava cada dia mais certa do amor de Serkan por Selin. Ele estava fazendo de tudo para reconquista-la, incluindo enviar flores para o seu escritório. Fiz questão de escrever o maldito bilhete, enchendo-o de significado. "A sua presença torna a minha vida mais bonita", foi o que escrevi em nome de Serkan. Ceren tentou interferir, mas já era tarde. Não tinha mais o que ser feito.

O plano agora é evitar Serkan a todo custo. Só estaria junto dele quando fosse estritamente necessário. Fora isso, bateria minha cabeça na parede todos os dias até parar de sentir coisas estranhas que faziam meu coração acelerar desordenadamente.

— Vai acontecer um jantar na casa dos meus pais. Não posso chegar lá sozinho. Vão perguntar de você e, sendo muito sincero, preciso de você lá, Eda.

— Precisa? — deixei escapar um tom esperançoso, mas logo me repreendi mentalmente por ser tão boba.

— Bom... — pigarreou – Selin e Ferit estarão nesse jantar.

Serkan era mestre em escolher palavras erradas.

— Tudo bem. Vou com você a esse jantar. – digo em um desânimo absoluto.

Por que ficar animada se a atenção dele estaria toda em Selin durante o jantar?

— Mas é claro que vai. Não foi exatamente um pedido, Eda. Está no nosso contrato. — sorriu por fim, daquela maneira única e provocadora.

Encurtei a distância e o vi prender a respiração imediatamente, temendo nossa aproximação. Mais um centímetro e nossos narizes se tocariam.

The One | EdserOnde histórias criam vida. Descubra agora