Capítulo 1 - Ágata

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"Todas as garotas querem ser assim, meninas más lá no fundo" - Ariana Grande, Dangerous woman.


Oie! Gente eu ando bem sumida, mas a loucura que tá minha vida de universitária no TCC vai ter que me dar espaço para postar um pouco. 

Esse é um livrinho saindo do forno para vocês, espero que gostem da história da Ágata e do Vítor! 

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Acordei pelo barulho insuportável do despertador do meu celular. Eu estava muito sonolenta graças à noite passada, que havia sido muito trabalhosa, mas ou levantava da cama, ou perdia a manhã de aula e isso era inaceitável, já que todo o meu cansaço se dava ao esforço de ter voltado a pagar uma faculdade. Eu havia passado um ano e meio parada por falta de dinheiro, precisava recolocar minha vida nos eixos e esse tempo foi essencial. Até por que, não é fácil se adaptar a novos horários, e eu precisei fazer isso em pouquíssimo tempo.

Olhei rapidamente a agenda no celular, tinha três compromissos agora à tarde, mas valia a pena. Eu chegaria da universidade, tomaria um banho demorado e me vestiria a altura do que pediram. A noite, sem compromissos, ainda me preocupava, mas eu sabia que podia sempre contar com minha amiga, então, eu não ia perder dinheiro, isso era um luxo que eu não podia me dar, visto que ainda faltavam dois anos e meio de estudos a serem pagos. 

Engoli um café preto e forte, não liguei para os cabelos ainda molhados, eles ficariam assim, eu estava indo estudar, não conquistar ninguém. Minhas roupas também eram casuais, eu não era o tipo de mulher que vivia gastando com futilidades, só o básico, as exigências do trabalho, por isso, hoje, eu estava usando uma blusa preta que cobria até a altura do bumbum, contrastando com uma calça jeans claro, apesar de tudo, eu odiava o fato de homens imbecis ficarem me assediando no ônibus, por isso eu sempre optava por calças, visto que o ônibus estava quase sempre lotado. Minha mochila de couro falso e, eu estava perfeitamente pronta pra recomeçar o meu sonho de nutricionista.

Era meu objetivo desde os 8 anos de idade, quando, por ser gordinha e propensa a obesidade, eu havia conhecido uma. Em alguns semestres, seria eu. Eu seria a mulher que consultava meninas gordinhas ou magras e ajudava elas a aceitarem seu corpo, mas a serem saudáveis. Eu já não tinha mais o sobrepeso, por que meus pais me puseram em aulas de educação física e desde então, eu me apaixonei por exercícios. Agora, eu mantinha o hábito por conta do trabalho. Esse exigia que meu corpo estivesse belo, para que assim, mais olhares estivessem sobre ele.

A essa altura é provável que suspeite que meu trabalho seja com o corpo, ele é. Meu trabalho é transar com homens, fazendo com que fiquem aos meus pés e me paguem cada vez mais por sexo. Como é um trabalho sem horários exatos, tive que me afastar da faculdade que tanto amo, até conseguir refazer tudo. 

Eu havia precisado correr algumas quadras para não perder o ônibus, estava um pouco ofegante agora, mas consegui pegar um lugar sentada, o que era coisa muito rara naquele horário. Alguns olhares estranhos, como já era costume e uma mensagem no celular marcando um horário para noite, as coisas estavam melhorando, esse exigia que eu fosse vestida de lingerie preta e não dava muitos mais detalhes. Analisei mentalmente e conclui que deveria comprar uma, pois já havia usado as que tenho com aquele cliente, ele merecia, já que me pagava muito bem. Abri um sorriso imenso ao tocar meus pés no campus, finalmente eu estava retomando os rumos, meus pais teriam orgulho de mim um dia. Entrei na sala e escolhi um lugar no canto, discreto. O professor da vez era um homem de mais ou menos 50 anos, cabelos grisalhos e barba feita, era alto e tinha olhos azuis. Inevitável olhar para sua mão esquerda e ver a aliança grossa tilintando, eu havia aprendido isso com meu trabalho. 

PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora