15;; a consciência de Hanguang-Jun

607 84 104
                                    

Era, finalmente, primavera em Gusu. O Recanto das Nuvens que se mantinha silencioso e calmo, agora estava agitado e eufórico com os novos inquilinos barulhentos.

Lan Sizhui segurava a mão infantil com carinho, andando lado a lado, lentamente, pela grande montanha. Eles paravam a cada dez ou quinze minutos, dando tempo para que Lan Zhian se acostumasse a andar por longos caminhos. O bebê era muito mimado, sempre carregavam-o no colo em todos os momentos, quase nunca o deixando seguir com os próprios pezinhos e, por isso, mal conseguia andar por cinco minutos sem chorar e reclamar de dor.

Lan Yuan havia decidido dar mais carinho e atenção para seu irmãozinho, levando-o para passear de manhã e alimentar Maçãzinha. Os dois tinham uma boa relação desde o primeiro segundo de vida do mais novo, sendo amado e respeitado por seu Gege a todo momento, com extrema dedicação do mais velho. Porém, com todas as coisas, Lan Sizhui acabou deixando-o de lado.

"Yu-Gege, eu não quero mais!" Lan Zhian murmurou, coçando a bochecha. Estava cansado e com sede, desejando seus pais e uma cama quentinha.

"A-Zhi, já estamos chegando." Lan Sizhui parou, se abaixando na altura do menininho, "Vamos alimentar Maçãzinha e Cenourinha."

Lan Sizhui sorriu, tentando animar o irmão menor, que só fez um bico enorme e desviou o olhar, chateado.

"Zhian não quer ir!" Lan Zhian disse, se sentando no chão.

Lan Yuan suspirou, segurando-o pelos ombros e apertou de leve, "A-Zhi vai deixar o Cenoura sem comidinha?"

O garotinho pareceu ascender, levantando os olhos e encarando o irmão mais velho com receio. Lan Sizhui quis rir com a expressão engraçada.

Lan Zhian, "..."

O mais novo abriu a boca várias vezes, franzindo o cenho, como se pensasse em como falar. Depois de longos segundos, ele fez uma carinha chorona e de pura manha, balançando o corpo em birra.

"Só porque o Cenourinha tem que crescer!" foi a única coisa que o bebê disse, antes de virar a cara.

Lan Sizhui sorriu, se levantando e pegou a mão pequena e cicatrizada, acariciando o machucado já curado, enquanto os dois voltavam a caminhar.

Depois de mais dez ou quinze minutos andando, com Lan Zhian reclamando menos do que antes, os irmãos Lan finalmente chegaram ao seu destino. Os dois seguiram juntos, indo para perto do lugar onde Maçãzinha e os coelhos costumavam ficar.

No entanto, o barulho da lâmina lisa de uma espada muito bem afiada cortando a brisa fez Lan Sizhui congelar. Ele estava sem Linchen, com Lan Zhian e um possível inimigo ao redor de GusuLan. O Primeiro Lótus Lan¹ puxou seu irmão menor, o segurando nos braços firmes e andou lentamente até uma árvore aberta, com um buraco no tronco.

Lan Yuan se abaixou, enfiando o Segundo Lótus na fenda. Lan Zhian estava confuso e assustado.

"Zhian, fique aqui." ele sussurrou, acariciando os cabelos do irmão mais novo.

"Gege, não quero ficar sozinho." Lan Zhian segurou seu braço da forma que pôde, com as mãos minúsculas geladas.

"Shh..." Lan Yuan abaixou a face, beijando a bochecha quente do irmão, "Yuan-Gege vai olhar uma coisa e já volta. Eu prometo."

"Yu-!"

Lan Sizhui tampou a boca pequena quando ouviu passos se aproximando, lentamente, quase como sendo uma tortura para seus ouvidos.

"A-Zhi, ouça o Gege. Sabe contar?" Lan Zhian balançou a cabeça, negando, "Então... Sabe a musiquinha que o Mama sempre cantava pra você dormir?" Lan Zhian concordou, com os olhinhos abertos demais, "Você vai cantar ela cinco vezes. Sabe?" outro assentir, "Ótimo. Você vai cantar cinco vezes, se eu não voltar nesse tempo, eu quero que saia devagar, bem escondidinho e vá para dentro."

A memória do Patriarca Yiling - WangXianOnde histórias criam vida. Descubra agora