capítulo 1.

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Os alarmes de segurança tocaram, gritos podiam ser ouvidos, pessoas corriam pelas ruas, algumas se trancaram em casa assustadas, crianças choravam e os alarmes não paravam, diversos ônibus estavam nas ruas para evacuarem o pessoal da área, as ruas estavam um completo caos, os ônibus lotados saiam da cidade, algumas pessoas foram pisoteadas até a morte pela multidão.

O cenário era apavorante,  em menos de 40 minutos, menos de metade da cidade foi evacuada as pressas, o resto foi morto, pelo que?  Simples, por todo o ar tóxico e cheio de componentes radioativos, o ano era 1986, dia 26 Abril, era madrugada de sábado quando um dos reatores nucleares na cidade de Pripyat, em Chernobyl, havia explodido, milhares de bombeiros iam ao local para tentar apagar o incêndio, mas, não adiantava muito.

Enquanto isso, em um carro de luxo, uma família estava sendo evacuada sozinha da área de perigo, algumas crianças estavam em prantos, outras apenas em silêncio, igualmente o pai.

-- Pai!!! Cadê o Ucrânia?! Você esqueceu o Ucrânia!!! -- este que gritava era o mais velho dos filhos, Rússia, estava chorando em puro desespero enquanto gritava com o pai.

-- Ele está com os médicos, agora sente no banco e cale-se. -- este que se pronunciou agora, foi o Pai da família, União Soviética, ou para os mais íntimos, URSS.

-- Papai!! Eu quero ver o Ucrânia! -- disse um dos mais novos da família, Bielorrússia, este segurava um pequeno urso de pelúcia, que pertencia a seu irmão, Ucrânia, Bielorrússia e Rússia eram os mais próximos de Ucrânia, o mais novo da família.

-- CALEM-SE JÁ E SENTEM NA MERDA DO BANCO AGORA -- gritou URSS impaciente, estava irritado, a explosão nuclear o iria dar bastante dor de cabeça e gastos, tanto para concertar aquilo quanto para calar a boca de seus filhos, povos e países vizinhos para que não falassem o que havia acontecido.

Assustados e ainda em prantos, os filhos obedeceram e sentaram-se no banco do carro.
URSS estava no meio da guerra fria, como pode deixar isso acontecer?! Isso irá arruinar todo seu progresso e irá atrasar seus projetos, e de brinde, teria de cuidar do bastardo que chamava de filho, Ucrânia.

Logo, o carro de luxo parou e ao seu lado estava um outro carro preto, URSS esperou o seu motorista abrir a porta.

-- papai...? Aonde você vai?-- disse Bielorrússia confuso

-- Pai! Não!!! Fica aqui com a gente, por favor... -- disse Estônia assustado, logo abraçando URSS desesperado.

-- Eu vou cuidar de uns assuntos, ok? Se comportem, volto quando puder. -- URSS sorriu forçadamente e saiu do carro entrando no carro preto, e logo o motorista voltou a dirigir enquanto as crianças estavam coladas nas janelas do carro encarando a imagem distante de seu pai

-- ele sempre faz isso... -- murmurou Rússia em uma mistura de fúria e tristeza se encolhendo no canto do banco do passageiro.

Enquanto isso, em um laboratório um pouco longe do local, cientistas levavam desesperadamente em uma maca, um garoto, ele tinha diversas queimaduras por todo o corpo, ele esteve presente na explosão do reator, estava completamente intoxicado, as chances de sobreviver eram poucas, só não eram mínimas, pois aquele era o próprio Ucrânia, o mais novo filho de URSS.

Os médicos e cientistas gritavam uns com os outros, era pura pressão, tudo para salvar o pequeno bastardo de URSS. O garoto se debatia e chorava na maca quase inconsciente clamando pela presença de seu pai e Seus irmãos, o garoto sentia uma dor indescritível, sua pele estava carbonizada em alguns pontos, era horrível.

-- ТАПО! ТАПО! -- gritava o garoto com todas suas últimas forças, os médicos e enfermeiros tentavam o acalmar, uma coisa era certa, URSS não iria ver Ucrânia, nem hoje, nem nunca, afinal, URSS nunca se importou com nenhum dos filhos, por que se importaria com Ucrânia? Agora que estava mais fraco que nunca e em leito de morte, não tinha mais nenhuma utilidade para ele

Enquanto isso, atravessando a fronteira, os filhos de URSS, 14 no total, estavam em silêncio adentrando território germânico durante a chuva, Rússia sabia o que isso significava, e não gostava nem um pouco.

Eles só eram mudados de território quando algo muito sério estava acontecendo, e para levarem eles para um ex território inimigo, as coisas não estavam apenas sérias.

-- Rússia...ele... tá Ali....-- disse Bielorrússia olhando a janela

-- Что...? -- Rússia grudou na janela do carro, e Ali estava, o garoto que era a única coisa que fazia Rússia acalmar os neurônios.

Então, as portas foram abertas, e Rússia foi o primeiro a sair correndo mesmo na chuva, logo apertando o melhor amigo em um abraço forte

-- ГЕРМАНИЯ!

-- Oh Deus, Russland...! -- o germânico retribuiu o abraço com a mesma força e emoção que o russo.

-- Eae alemão -- disse Casaquistão se protegendo da chuva usando suas asas douradas.

-- vamos, o bunker fica aqui perto. -- disse um dos mordomos do alemão.

Rússia observava com desgosto os estragos da segunda guerra, aquele maravilhoso território cheio de pessoas alegres e com orgulho de serem alemãs, agora choravam na miséria que foram deixadas, diversas pessoas sem casa, outros sem dinheiro, sem motivação para se reerguerem, não tinham mais nada. Aquele cenário, deixava Rússia triste, e mais irritado ainda, afinal, a preço de que fizeram isso? Território? Dinheiro? Realmente, não entendia os adultos, a ambição deles os levou a miséria.

Mas então, ali estavam em frente o bunker que foi usado pelo pai de Alemanha na segunda guerra mundial, pode se ouvir um suspiro sôfrego sair do germânico.

Rússia colocou a mão no ombro de Alemanha e o olhou com um sorriso doce, que foi retribuído com um sorriso gentil por parte germânica.

-- bom...vamos entrando -- disse Alemanha arrumando os óculos.

Todos adentraram o bunker em silêncio, era possível ver o desconforto de Alemanha no local, o mordomo se dirigiu até os quartos do bunker.

-- Bom, temos poucos quartos então vão dormir em beliches, 4 de vocês em cada quarto. -- disse o mordomo com indiferença.

-- Ok então, pode se Retirar, Klaus. -- O mordomo se retirou do local.

-- poucos quartos? Ouvi dizer que esse lugar tem 30 salas. -- disse Casaquistão com sarcasmo.

-- e tem, só que a minoria são quartos, meu pai não se preocupou muito com isso, sabe? -- disse em um tom arrogante, não gostava nem um pouco de mencionar seu pai, afinal, não tinha boas lembranças com ele.

-- Ah cala a boca Casaque. -- disse Rússia dando um tapa leve na nuca do irmão, o repreendendo.

-- Tá tudo bem, Russland -- disse Alemanha sorrindo levemente.-- agora podem escolher seus quartos.

Rússia entrou no primeiro quarto do corredor junto de Bielorrússia, Alemanha entrou junto e por último entrou Estônia, o resto se dividiu pelos corredores.

-- até que não é tão ruim -- disse Estônia se jogando na beliche de baixo, em cima ficou Bielorrússia, e na outra beliche do quarto, Alemanha ficou na beliche de cima e Rússia na de baixo.

-- Verdade, é até confortável-- acrescentou Bielorrússia.

-- que bom que gostaram, aparentemente vamos passar um bom tempo aqui... -- disse Rússia olhando para a beliche de cima.

Pripyat, O terror na UcraniaOnde histórias criam vida. Descubra agora