Dia 02 de outubro, 03h00min da madrugadaEles já haviam se rendido, eram feitos um para o outro e agora tinham consciência disso. O que ambos estavam esperando há muito tempo finalmente aconteceu, seus lábios se uniram de forma com que sentiam o amor percorrendo suas veias ... Até que a energia caiu e a TV desligou. Enquanto eles sentiam amor, agora eu sentia raiva.
- Só podem estar de brincadeira, logo na melhor parte do filme isso acontece!
Sussurrava enquanto calçava minha pantufa branca aveludada e pegava uma lanterna que - por sorte- estava na minha cabeceira de cama (porque eu tinha usado numa missão um dia desses e acabei me esquecendo de guardar no lugar certo). Após apontar a lanterna para o espelho e dar uma olhada no meu cabelo e pijama, que também era branco com detalhes de flores cor-de-rosa, fui ao quarto da minha amiga Lídia que fica ao lado do meu chamá-la para me ajudar - já que sou uma ótima medrosa e COM CERTEZA não iria à sala do gerador de energia sozinha, de noite, no breu, SÓ para consertar a luz. -
Chegando lá a porta estava trancada (isso era óbvio, ela não dormiria na nave com a porta aberta né ?!), Então tive que ligar para ela. O telefone estava ligado e eu podia ouvir seu toque do lado de fora, mas não foi atendido em nenhuma das vezes. Depois que eu quase arrombei a porta ela finalmente foi aberta, mas não pela Lídia. Quando entrei a minha melhor amiga estava no chão, morta. Definitivamente não acreditava no que via, não acreditei que em algum momento da minha vida a veria daquela maneira, o sangue que percorria em suas veias, agora estava escorrendo pela sua pele pálida e se misturavam com o ruivo de seu cabelo. Olhei para seu rosto de semblante triste, mas ainda repleto de sardas que ela não gostava e que eu sempre dizia que só complementavam a sua beleza. Reparei em seus olhos castanhos, não tinham mais a alegria que ela esbanjava.
A morte. Uma coisa natural, mas que por culpa de algo ou alguém tirou prematuramente a vida de quem não merecia isso tão cedo, ela levou a essência da minha amiga, da minha única e verdadeira concepção de família.
Naquele momento fiquei em choque. O motivo da minha alegria, a pessoa que eu mais amava e sabia que podia contar para tudo tinha ido embora para sempre. Queria chorar, mas não conseguia, a única coisa que eu sentia era uma forte dor no peito, como se tivessem arrancado um pedaço do meu coração.
Estava tão perplexa com uma situação que quase anulei o fato de que uma pessoa entrou correndo na tubulação por onde saía o oxigênio, foi tão rápido que não consegui descobrir quem era e nem sequer a cor de sua roupa, até pensei em segui-la, mas eu também acabaria morta . Fiquei desesperada com a situação e saí daquele lugar o mais rápido que pude, aquele era o último espaço em que eu estaria novamente na minha vida.
Não consegui pensar em mais nada além do ocorrido e acabei me batendo em alguém. Quando levantei, ainda muito assustada, consegui ver seu rosto, era um garoto alto de cabelos escuros e olhos claros , estava igualmente assustado e parecia estar procurando por algo, mas eu estava tão tonta que nem entendi o que ele falou, senti minha vista escurecendo e meu corpo ficando pesado, como se me puxasse para baixo ... E eu desmaiei.
02/11/2020
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O mistério da nave Íris-747
Teen FictionOi, meu nome é Charlotte e tenho 16 anos. Estamos no ano 2145 e há 3 semanas fui enviada com mais 19 pessoas para a nave Íris-747 com o objetivo de auxiliar na adaptação de humanos fora do planeta Terra. Tudo estava indo bem até a tragédia acontece...