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Para poder escrever algo, fazer bom uso das palavras e pensar além da caixinha para que a sua história tenha um bom rumo, realmente é difícil. Todos nós temos capacidade para criar histórias, qualquer uma que quisermos. É o nosso mundo. Um mundo que criamos dentro da nossa imaginação e lá funciona da forma que nós desejamos. É bom ter esse tipo de poder sobre algo, no entanto, nem todos gostam de ter o trabalho que é escrever.

Seja por preguiça ou falta de vontade, tempo e paciência. Realmente, nem todas as pessoas do mundo podem escrever aquilo que pensam. Mas com o Taehyung não era dessa forma.

Ele era um escritor bom. Escrevia boas histórias e as postavam em seu blog pessoal na internet. Milhares de pessoas liam as histórias incríveis do querido escritor Vante. Que nunca mostrou o rosto, muito menos revelou a sua identidade. Mas isso não impedia de suas histórias ganharem fama na internet por um autor anônimo. Na verdade, o contrário, chamava mais público ainda.

Seja do bom uso das palavras, até a incrível descrição dos acontecimentos narrados, as pessoas se apaixonavam pelo o que o Vante fazia. E bem, ele também se apaixonava. Amava o que fazia e sentia que, quando fosse mais velho, seria de história que viveria. Gostava do que fazia demais, e se pudesse entrava dentro de todos os universos que criara e presenciaria todas as coisas de primeira mão.

Mas para quê entrar num universo paralelo, quando se o universo paralelo vai até você?

— TaeTae, e como termina? – Jeongguk estava sentado na sua cama de concha azul. Ele estava sentado em posição de índio e olhando ao Taehyung, quem estava encostado na cabeceira e com as pernas esticadas, com o notebook sobre as pernas, escrevendo o final de seu livro mais recente.

— Catherine morre. – Falou simplista.

Jeongguk arregalou os olhos, engolindo seco e fitando de forma alheia ao garoto mais velho a sua frente, realmente chocado com tal informação que fora revelada à si.

Querida Paris era a mais recente historia do Vante, que contava sobre um homem que decidiu passar as férias em Paris, e lá conheceu a sua alma gêmea. Era baseado na lenda Akai Itto, o enredo. No entanto, a moça sofria de uma doença terminal e bem, conhecer alguém, amar, e ver esta pessoa morrer não é fácil. “Jack estava sofrendo muito”, pensava Jeongguk. E de certa forma, agora ele também. Pois, vindo de uma realidade diferente da imaginação do Kim, ele sabia que nada disso, no final, eram simples palavras.

Ao escrever algo, dar nome aos personagens e detalhar os acontecimentos, você está criando uma realidade paralela em um outro local para seus leitores acompanharem. E mente pequena você achar que são simples palavras. É uma vida ali, um mundo, só que controlado por você. Só que em um outro lugar.

— V-Você poderia curar ela. Você comandava essa realidade. – Disse entristecido o moreno, com um bico mínimo e involuntário em teus lábios de traços elegantes.

Taehyung tirou os olhos do computador por um instante e congelando quando iria escrever um novo parágrafo, suspirando de forma baixa ao fitar o Jeongguk logo depois e de forma quase em câmera lenta, calmo, retirou o notebook de cima de suas coxas e também os óculos que usava, colocando ambos de lado, encostando as costas na cabeceira da cama, olhando sugestivo ao Jeon.

— Me diga o que final que lhe agradaria.

— Ela vivendo, óbvio. – Respondeu de forma rápida. — Eles eram almas gêmeas, Jack nunca mais encontrará outra.

Ao dizer tal coisa, o moreno abaixou a cabeça. Ele estava sentado ao lado do Kim e de frente, e como não estava longe, Taehyung levantou a sua mão destra e de forma suave novamente arqueou o rosto bonito do moreno pelo queixo, quem o fitou com os olhinhos brilhando como sempre.

— É a história deles. – Usou um tom grave, rouco e suave, arrepiando o Jeon com tal feito. — Jack ficará mal sim, mas almas gêmeas jamais irão se desconectar. Eles ficarão juntos por toda a eternidade e depois dela. Eles foram feitos um para o outro, Gguk. Catherine sofreu muito com aquela doença, só está descansando para encontrar o Jack de novo.

Jeongguk engoliu seco, desviando o olhar brevemente para o chão daquele quarto em tons calmos e serenos, derretendo sob a mão do Taehyung quente em teu queixo, que iniciara uma carícia ali que ambos nem perceberam quando começou, mas de longe ninguém iria parar aquilo. Depois olhou para o Taehyung, queimando-o com os olhos assim como o mesmo fazia com si.

— Em um outro universo, não é? – Taehyung sorriu mínimo, assentindo. — Assim como eu e você? – Outro assentimento. Jeongguk dessa vez assentiu devagarinho, suspirando mais devagar e segurando o braço do Kim suave, fazendo carícia ali também. — Então, tudo bem...

Taehyung sorrira extremamente bobo com a cena.

Tem uma história sua chamada "o escritor solitário, não tão solitário assim” que contava, basicamente, de sua história.

Ele, ousado como é, criou-lhe dentro de um universo e que inspirou-se na sua vida. No entanto, ele acredita em realidades diferentes, universos diferentes, e resolveu criar um plot que um rapaz chamado Jeon Jeongguk entraria magicamente em sua realidade paralela. Como um amigo imaginário. Fazendo de sua vida solitária, não tão solitária assim.

Taehyung é gay, estaria mais para um romance do que outra coisa, mas isso, Jeongguk não sabe.

Quando ele chegou, aparecendo do nada em seu quarto deitado na sua cama, Taehyung assustou-se, mas reconhecia o poder da fé em acreditar em uma coisa. E então, aconteceu. Eles são amigos mesmo que um babe sobre o outro e estejam, definitivamente, se amando.

Ainda não rolou nada entre eles, mas são rapazes de muitos toques íntimos, e que eles fazem e mal se dão conta.

— Sabe, Jeon... – Começou o mais velho, receoso, acariciando o maxilar do moreno. — Aquele capítulo de nossa história, onde lhe revelei que você foi criação minha e rolou todo aquela cena emocionante. Se lembra?

— S-Sim. – Respondeu meio fraco com o carinho do outro. — Você nunca me contou o que rolou no final.

— É. – Taehyung riu, meio nervoso, assentindo, olhando até lábios vermelhinhos do Jeongguk e suspirou ao tentar adivinhar qual o sabor deles. Jeongguk relativamente corou ao reparar para onde o mais velho olhava. — Você quer saber agora?

— Eu quero. – Respondeu quase de imediato.

Mesmo não sabendo o que ocorrerá, Jeongguk sentia algo estranho em teu íntimo e dentro de sua alma. Taehyung pareceu gostar da resposta do mesmo e sorriu ao que ouviu a mesma.

De forma calma, Taehyung parou o carinho na mandíbula do Jeongguk para que, com calma, agarrasse o mesmo pela nuca e fitando os olhos de jabuticabas que brilhavam mais do que as estrelas mais brilhantes que Taehyung pôde ter visto na vida, antes de apagar-se na escuridão ao que fechou os olhos e de forma calma, mas ainda sim rápida, encostou os lábios nos do moreno.

Jeongguk não teve a reação que achava que teria, não ficou tímido, não ficou nervoso, não ficou estérico e nem arregalou os olhos. Apenas, sorrira minimamente curvando os lábios e fechou os olhos de forma sedutora, encaixando os lábios com mais harmonia ainda. Não queria sumir dali de vergonha por ser seu primeiro beijo, queria era permanecer. Daquele jeito, daquela forma e naquele encaixe por toda a eternidade. E se sentia bem por dentro ao que sabia, que sim, poderia.

Assim como Jack e Catherine, Taehyung e Jeongguk eram almas gêmeas. E naquele instante, naquele segundo, eles dois sabiam que aquilo significava apenas o início de um novo capítulo.

END.

Querido VanteOnde histórias criam vida. Descubra agora