Tea

466 46 28
                                    

Sua garrafinha estava vazia...

  E infelizmente sabia que não apareceria água magicamente colocada na porta do quarto em que estava hospedado...

  Também sabia que Ray não traria para ele, afinal, ambos estavam brigados...

  Mas isso não significava que ele não pudesse ir pegar a água sozinho (achava Norman)

  O branquelo lentamente tirou o grosso e quentinho cobertor de cima de si, e lentamente colocou os pés para fora da cama, ficando sentado. O garoto levou as mãos até a testa lentamente, apenas para tirar a compressa quente da mesma. Ele observou os colchonetes que estavam espalhados pelo chão, que graças ao abajur da ruiva (que não dormia sem ele ligado) lhe dava uma ampla visão do quarto e dos adolescentes ali hospedados. Emma estava em um colchonete com Gilda, sendo ele o primeiro da esquerda para direita; Don estava dormindo ao lado do colchonete da Anna, cada um com o seu cobertor (mas Emma e Don roubavam os cobertores das pobres garotas). Anna estava em um colchonete ao lado do de Don, esse que se encontrava esparramado no fino colchão, ele roncava, o que fazia a coberta acompanhar seus movimentos; os colchonetes de Don e de Anna eram um pouco mais afastado dos de Emma e Gilda graças a cama, que era localizada no centro da parede e era onde Norman se encontrava agora. O garoto sorriu ao ver os amigos dormindo, seja de maneira comportada e delicada (como Anna e Gilda) ou esparramada e confortável (Emma e Don). Ele sorriu ao observar os amigos antes de lentamente se colocar de pé e pegar a garrafinha de água, que se encontrava na mesinha de cabeceira junto com o abajur.

  O chão da cabana era de madeira maciça, sem carpete ou tapete para amortecer do frio, mas Norman não se incomodou graças as meias grossas que usava. Em seguida se direcionando até a porta para ir de encontro com sua tão amada água. Ele lentamente saiu do conforto de sua cama, com passos rápidos e precisos, infelizmente nem tão silenciosos, mas nada que acordou os garotos, na verdade, eles estavam tão cansados que seria impossível acorda-los. O albino riu de seu pensamento e então sentiu o relevo da portinhola, que se encontrava no chão, ele se agachou e a puxou portinhola lentamente, sabendo do ranger alto que ela faria, abriu a porta somente o suficiente para que seu corpo pudesse passar, não fazendo tanto barulhos e dando menos chances de seus amigos acordarem. O garoto virou, ficando de frente para a escadaria, logo sentindo a escada de madeira abaixo de si.

  O moreno desceu as escadas que levavam para o primeiro andar. Não conseguia ver nada em sua frente por conta da escuridão, o que lhe fez ficar preocupado, mas logo ele sentiu o chão do primeiro andar sob seus pés, que também era de madeira. O garoto lentamente saiu do corredor, passando pelo quarto de hospedes e pelo quarto do "avô" de Emma.

  Com o paradeiro de seguir até a cozinha, Norman seguiu em frente confiante, mesmo não conhecendo a casa tão bem. Ele ia tateando as paredes com a mão que não segurava a garrafinha de água. Seus passos eram lentos e (mesmo que minimamente) calculados, sempre tentando fazer o mínimo de barulho possível.

  Assim que atravessou o corredor (com muito custo) ele sorriu e continuou tateando a parade, até sentir o interruptor, que ele logo apertou para acender a luz, e se deparando com um moreno encostado na mesa, rindo, e um platinado em sua frente, encostado na bancada a frente da mesa. Norman desmanchou o sorriso imediatamente quando viu que foi notado pelos jovens ali, estes que viraram a cabeça para encarar quem estava no recinto, seu plano de passar despercebido foi por água abaixo. O albino encarou o chão levemente envergonhado

  - Eu só queria... Huuumm - disse e apontou para a garrafa de água em suas mãos - ...pegar, água... - disse passou pelos garotos pela cozinha, até chegar no bebedouro, posicionou a garrafa de água e abriu o bebedouro para enche-la.

  Um silêncio desconfortável reinou no local, enquanto Norman encarava a garrafinha enchendo lentamente, e ali ele se perguntou, como chagamos a esse ponto?

Bottle of waterOnde histórias criam vida. Descubra agora