Por um milagre, na manhã seguinte Julian me mandou uma mensagem dizendo que não ia para a aula e que não precisavam de mim na lojinha. No fundo, eu me sentia culpada por estar feliz de não ter que trabalhar no meu segundo dia lá, mas, depois de ter tido crise por horas, não pude deixar de suspirar em alívio na minha cama.
Graças a Julian, tive bastante tempo para me preparar para encontrar Alice. Sei que não precisava exagerar, mas ela era tão linda que eu me esforcei para fazer uma maquiagem leve e bonita, além de escovar bem o meu cabelo para ter uma aparência aceitável.
Quando eu estava olhando no espelho para ter certeza que meu vestido curto preto caía bem no meu corpo, percebi que não tinha pego o número de Alice e fiquei ansiosa por lembrar que teria que esperá-la sem poder mandar uma mensagem.
Depois de me olhar no espelho pela milésima vez, calcei uma bota com plataforma para me sentir mais alta, peguei minha bolsa e saí de casa, sentindo um vento frio atingir minha clavícula despida. O clima dessa cidade ainda me deixava confusa e eu me arrependi de não ter pego uma jaqueta.
"Eva!" Ouvi a voz de Alice me chamar. Ela estava deslumbrante, como das outras vezes que a vi, me esperando alguns metros antes da loja de conveniência e acenando animadamente.
"Oi!" Não pude deixar de sorrir, se eu fosse fazer amigos nessa cidade, a única certeza que eu tinha, era que eu queria que fosse ela. "Você está me esperando há muito tempo?"
"Não, meus irmãos foram embora há uns cinco minutos e eu vi que você não estava trabalhando." Ela explicou, cruzando o seu braço com o meu e praticamente me arrastando pela calçada. "Uma pena que Jasper estava com pressa, você está ainda mais bonita hoje."
"Jasper?" Mordi o lábio com força. Com certeza eles não haviam falado sobre mim ontem, porque eu estava convicta que aquele homem não gostava de mim. "Por que você diria isso?"
"Ele achou você linda!" Alice sorriu largamente.
"Ele tem medo de mim." Murmurei tão baixo que achei que ela não iria ouvir.
"O quê?!" Ela perguntou, o sorriso desaparecendo do seu rosto, enquanto abria a porta para uma lanchonete.
O lugar parecia bem antigo, mas bem conservado. Tinha um estilo retrô que me lembrava a lanchonete de Grease e eu fiz uma nota mental de voltar aqui algum dia. Alice se sentou na cadeira oposta à minha em uma mesa mais reservada e esperou que eu continuasse a conversa.
"Eu vi medo nos olhos dele." Disse e ela deu um sorriso discreto. "Eu acho fácil de ler quando alguém está assustado e do que as pessoas tem mais medo. Pode ser que nas outras vezes foram apenas coisa da minha cabeça, mas Jasper, com certeza, estava aterrorizado." Continuei e Alice continuava olhando para mim com aquele sorrisinho. "De qualquer forma, não posso culpa-lo, ele não me conheceu no meu momento mais glamuroso."
Assim que Alice abriu a boca para falar algo, uma garçonete muito bonita veio recolher nossos pedidos. Pedi um hambúrguer com milkshake de morango e Alice pediu a mesma coisa que eu.
"Evangeline, você tem um dom." Ela disse, fixando seus olhos dourados em mim.
"Você está falando igual a minha tia." Rolei os olhos e ri baixo. "Ela dizia que eu era especial e que Deus havia me abençoado com sensitividade."
"Você acreditaria se eu dissesse que consigo ver o futuro?" Seus olhos dourados continuavam sérios e ela segurou minha mão por cima da mesa, como se estivesse pedindo apoio.
"Eu acho que..." Comecei a dizer, sendo interrompida pela garçonete voltando com nossos pedidos. "Obrigada." Disse, esperando ela se afastar de nossa mesa para voltar meu olhar para Alice. "Eu acho que, caso você conseguisse ver o futuro, você não precisaria me perguntar se eu acredito ou não." Ela deu uma gargalhada, enquanto eu dei uma mordida no meu hambúrguer.
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Fearless • Jasper Hale
VampireApós Evangeline se mudar de São Francisco para uma cidade minúscula na Pensilvânia, sua vida ganha uma nova perspectiva depois de virar amiga de Alice Cullen. Tentando superar os seus próprios demônios interiores, talvez as mudanças sejam boas, mas...