Invisível,
Não sentem meu toque
Permanente no meu desfoque.
A necessidade de atenção
Apenas me mostra a solidão.Fantasma,
Sou igual a um
Que as pessoas passam
E não olham
Não notam.
Onde está o meu eu?
Onde está o meu ser?
Se eu não consigo viver
Nem crer para ver.Vivendo em um nada,
Em uma ajuda
Que não leva a nada.
Onde está você?
Onde está?
Eu preciso
Mas você não vê,
Não prevê.Egoísta,
Egoísta por pensar demais.
Você é privilegiado
Mas não é capaz?
Como assim?
Como pode ser tão miserável?
Pare de reclamar pelo o que não tem
Pelo o ontem...Não te vejo,
Não me importo,
Você é um fantasma
Um nada!
O você sou eu.
O meu eu
Não é possível se ver.Que desejo este que vem,
De querer aquele ombro
De ser membro
Deste mundo que você chama de casa.
Desse mundo que te acolhe,
Por quê não conseguem me ver?
Eu preciso correr,
Me esconder,
Mas por que ainda quero
Que você possa me ver?No Rio,
Meus pensamentos se afogam,
Eles de deslocam...
O meu eu,
Por quê o "não ver" ,
te incomoda tanto?
Por quê você precisa aparecer?
Apenas um número,
Apenas um número na multidão,
Que se desloca sem rumo e sem direção.A fuga procurei,
Acreditei que finalmente me achei,
Mas continuo na obscuridão,
Gritando por atenção.
O erro não está no mundo,
O erro está dentro do muro.Talvez o meu "eu" seja um fantasma
Que queira poder ser visto,
Ser sentido,
Ser compreendido...
Pobre eu,
Que mesmo sendo pessimista,
Tenta ser otimista
Mas a vida,
Nunca será um conto de fadas
E o final feliz,
Possa se tornar mais infeliz
Do que o imaginável.