Capítulo I - O erro

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Havia uma estrada que levava à lugar nenhum porque o que havia nela não deixava com que quem entrasse conseguisse chegar ao fim, mas nem mesmo sei se realmente existia uma chegada.
Meu nome é Verena e em um belo dia fui convidada para ir até uma festa de aniversário da minha prima Carol, em uma chácara distante. A festa aconteceria no sábado, eu decidi pegar a estrada na sexta à noite porque não sou muito boa em acordar cedo.
Às 21:00 eu pensei que estava perdida, já estava muito cansada quando avistei uma casa abandonada e decidi parar perto dela para verificar as mensagens de Carol, mas meu celular estava sem bateria. Olhei para meu lado esquerdo e percebi que havia uma estrada. Desci do carro, olhei em volta e vi que as portas estavam completamente fechadas mas as janelas estavam abertas, o teto estava meio caído e a cor estava desgastada. Eu sabia que não havia ninguém lá então não adiantaria pedir informação. Como estava com medo, decidi voltar para carro e pensar no que fazer. Foi quando me lembrei que Carol havia dito:
"Prima, quando passar por uma casa, pegue a estrada à esquerda" mas tinha mais alguma coisa nas mensagens que eu não me lembrava e meu celular estava sem bateria, então entrei naquela estrada mesmo. Ao entrar me senti estranha, a estrada era de terra, havia muitas madeiras envelhecidas formando cercas, árvores e matos. Havia, também, uma placa escrita:
"Salve ela!"
Em um determinado momento, alguma coisa apareceu na frente do carro, eu enxergava os olhos mas não tinha forma, estava com medo e passei por cima pensando que eu pudesse estar apenas com muito medo, era só coisa da minha cabeça e então continuei!
Olhei no retrovisor e aquilo estava vindo atrás de mim. Comecei a tremer e achei que talvez não fosse tanto coisa da minha cabeça assim. Eu dei ré, saí destruindo as cercas e coloquei o carro voltando para a casa que estava fora da estrada.
Olhei o retrovisor eu vi aquilo me seguindo! Estava desesperada, quase sem respiração e parecia que não ia conseguir sair dali nunca, eu sentia que não adiantava acelerar o carro, eu estava em câmera lenta enquanto aquilo estava andando muito rápido. Não me lembro como saí, mas consegui sair dali, aliviada! Pensei em seguir para ver se encontrava algum lugar que pudesse me hospedar e ao passar pela casa que havia mencionado, vi pernas penduradas na janela, como alguém que se enforcou. Eu fechei os olhos e fingi que nada havia acontecido!
À diante encontrei uma outra casa que não era nada velha, com uma outra estrada à esquerda. Deveria ser isso que estava no restante da mensagem, afinal. Eu nunca deixo meu celular acabar a bateria, mas saí apressada sem verificar.
Entrei por ali e cheguei finalmente até a chácara da minha prima. Na primeira noite dormi tranquila e não contei à ninguém o que havia acontecido.
No dia seguinte, os outros convidados chegaram: toda nossa família, amigos, amigas e Beatrice, a mulher que sou apaixonada!
Começamos a beber  cerveja na parte.  da tarde e tomei coragem de falar com Beatrice, contei que era apaixonada por ela e pedi que dormisse no meu quarto comigo, ela me olhou nos olhos e sorriu: também era apaixonada por mim!
Depois de toda bebedeira, fomos para o quarto e nós estávamos aos beijos quando ouvimos gritos! Uma de nossas primas, Vivian, veio correndo e reuniu todo mundo.
Vivian estava assustada e disse:
- Alguém entrou na estrada amaldiçoada.
Perguntei:
- Que estrada?
Vivian: Há uma estrada vindo para cá que todo mundo sabe que não pode entrar.
Pensei:
Caramba! Eu não sabia, ninguém me contou.
Carol continuou: Quem entra nela não sai mais. Há uma lenda que diz que  quem entra precisa salvar uma mulher que foi morta há muito tempo nela. Mas ninguém consegue sair e nem salvar a mulher porque também acaba do mesmo jeito.
Vivian: Mas... se a pessoa consegue chegar ao fim ou sair da estrada de alguma forma e não tiver salvado a mulher, é perseguida para sempre por ela.
Carol: Quem saiu  e todas as pessoas ao seu redor são perseguidas por ela...
Vivian: E eu acabei de ver uma mulher pendurada no meu quarto! Alguém entrou na estrada e saiu...
Verena: Eu! - Disse com os olhos cheio de lágrimas.
Carol: Você entrou? Mas você chegou aqui tranquila!
Verena: Eu não quis contar que passei por uma situação apavorante porque ficariam preocupadas! Eu entrei porque   meu celular acabou a bateria e eu não sabia que havia outra casa. Eu consegui sair, me desculpem, foi meu erro!

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⏰ Última atualização: Nov 09, 2020 ⏰

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