1/1 - Meu Rouxinol

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Ali estava ele mais uma vez, sentado no velho balanço do parque da cidade

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Ali estava ele mais uma vez, sentado no velho balanço do parque da cidade. O vento leve bagunçou um pouco os cabelos longos de Cesar, seu coração acelerado e o rubor nas maçãs do rosto mostravam que o garoto havia acabado de correr até ali e agora tentava recuperar o fôlego perdido. A mente confusa do garoto não ajudava em nada, tudo parecia ser um grande ponto de interrogação e a falta de ar lhe trazia um sentimento amargo de quem está prestes a ter uma crise de ansiedade.

"Vamos lá, Cesar." Murmurava a si mesmo enquanto inspirava e expirava forçosamente até que seu ritmo finalmente normalizou fazendo-o relaxar o corpo no assento do balanço.

Em poucos segundos as imagens que o fizeram parar ali invadiram seus pensamentos e as lágrimas puderam correr livremente por seu rosto pálido. Sua pele que parecia porcelana em contraste com os olhos negros do rapaz e os cabelos da mesma cor, toda a cena poderia ser vista e apreciada como uma pintura renascentista e melancólica: triste, mas extremamente bela.

"Como eu consigo sempre ser tão idiota?"

Voltava a se questionar enquanto visualizava os olhos amendoados do melhor amigo que se recusavam a sair de sua mente. "Como eu pude achar que..." Seu próprio soluço interrompeu seu raciocínio e por alguns minutos tudo que pode fazer fora liberar todas aquelas emoções reprimidas por tantos meses.

De longe, correndo em direção ao lugar que saberia que iria encontrar seu melhor amigo, Joui quase alcançava o balanço onde já podia ver a familiar imagem do moreno, e seu coração partiu milhões de vezes ao ver que este ainda chorava enquanto murmurava algo que não pode entender pela distância.

"Cesar..." Chamou baixo, mas já estava perto o suficiente para que o mais velho o escutasse. " Ei, o que aconteceu?"

"Me deixa em paz, Joui" O moreno limpou as lágrimas com as mangas da blusa que usava e evitou direcionar o olhar para o asiatico que estava agora parado de frente a ele. "Vai embora!"

"NÃO EU NÃO VOU!" Pela primeira vez ouviu o mais novo aumentar o tom de voz, nervoso, frustrado.

Estava acostumado com a personalidade dócil e gentil de Joui, sempre tentando ser compreensivo e atencioso. Vê-lo desta maneira o fez encolher o corpo involuntariamente.

"Já chega de deixar você fugir sempre que der na telha e depois eu simplesmente ficar igual idiota atrás pensando que fiz algo de errado, Cesar! Eu cansei! Eu..." Parou para suspirar fundo, as mãos abriam e fechavam de forma inquieta mostrando o quão frustrado e desconcertado estava...

No fundo estava triste, triste por mais uma vez ter que passar por essa situação, por se sentir desprezado pela pessoa que mais ama. "Tudo bem, eu vou... Se é o que você quer eu vou embora."

Finalmente pode olhar nos olhos escuros que tanto amava, sentiu um pontada no coração e seus olhos arderam marejados, as lágrimas viriam logo, sem permissão.

"Jo..." Cesar sussurrou se sentido fraco, incapaz. Sentiu culpa, culpa por sempre estragar tudo, por estar afastando a única pessoa que insistiu e aceitou ele de todos os seus trejeitos erráticos.

"Mas dessa vez eu vou de vez, não vai precisar se preocupar em me mandar embora de novo." O oriental disse com mágoa na voz já embargada.

Era quase impossível não ver o sentimento gigantesco que ambos compartilhavam, os olhos não mentem, e eles não conseguiriam mentir ali.

Joui se preparou para dar meia volta, quebrado. Tinha que tomar essa decisão,  tinha que parar de se machucar por essa relação. Sempre fez de tudo pra ajudar o amigo, sabia de seus traumas e limitações e nunca quis apressa-lo a nada, nunca! Mas era exaustivo sempre ser afastado sem motivos aparentes e depois ter quase que implorar para voltarem e ter a intimidade que construíam, pouco a pouco.

E era sempre esse ciclo: passos lentos para frente e deslizes enormes para trás.

"JOUI!" Ouviu a voz do mais velho, rouca e morgada pelo choro. "Joui não, por favor!"

E logo sentiu seu corpo ser abraçado por trás, parando de andar, paralisado. O choro alto do moreno o fez fraquejar e finalmente as lágrimas insistentes começaram a descer por sua face, por mais que ele tentasse manter o controle.

"Cesar, por favor eu nã..."

"Eu te amo, por favor..."

Tudo parou. Era como se o vento, os pássaros, tudo ao redor deles estivesse congelado, somente os dois estavam ali, nada mais.

"Cesar..." O mais novo tentou falar algo mas não conseguiu, só pode se concentrar nas três palavras, no frio na barriga e os batimentos acelerados a ponto de o fazer acreditar que seu coração sairia pela boca.

"Eu te amo, eu te amo, me perdoa por ser assim, eu sei que sou insuportável..." O mais velho riu entre o choro e limpou mais uma vez o rosto molhado, tentando se conter. "E que você não tem a obrigação de me aturar, mas por favor, eu preciso de você comigo Joui... Eu não vou conseguir sem você, não agora. Preciso de alguém pra me guiar nessa escuridão. Ainda quero te ouvir cantar quando eu não conseguir dormir, quero comer sua comida gostosa e ouvir seus elogios porque são eles que me fazem me sentir capaz, quero que você me leve em mais parques por mais que eu odeie sair e que também fique em casa comigo quando eu não tô bem... Por favor, meu Rouxinol..."

O mais alto se virou para o mais velho ainda um pouco desacreditado, sem cortar o abraço desajeitado em que se meteram. O coração bombardeando seu peito a ponto de doer.

"Droga, Cesar." Riu o encarando. Seus olhos eram tão lindos, era como encarar sua própria galáxia, como se perder numa noite estrelada. "Deus, eu amo tanto você!"

Finalmente o mais velho sentiu os braços fortes o rodeando de volta, o calor do corpo de Joui era tão reconfortante que poderia se ajeitar e dormir ali mesmo, mas seu coração dava cambalhotas violentas demais para deixá-lo dormir agora.

"Então você.." Fungou. "Você me perdoa? Eu prometo que vou me esforçar mais e e tentar ficar são, com você ao meu lado eu posso e..."

"Cesar eu amo você, olha pra mim." Se afastaram um pouco e Joui levantou o rosto do moreno delicadamente com a ponta dos dedos. "Eu vou estar sempre aqui pra você, bobo. Não pode se livrar de mim, vai ter que me ouvir cantar muito ainda." Sorriu gentil, como sempre.

Minha nossa! Isso fez com que Cesar chorasse ainda mais, dessa vez de felicidade, alívio. Ele se sentia tão amado na presença do outro que não imaginou que a sensação poderia ser ainda melhor quando selaram os lábios num ato desesperado, precisando de mais contato.

Ao contrário das diversas vezes que idealizou esse momento, ele não era calmo e delicado, - como sempre esperava com qualquer coisa vinda do mais novo - muito pelo contrário, as bocas se encontravam quase em guerra, uma mistura gostosa de vontade e paixão.
As mãos passeavam pelos corpos tendo Joui no controle da situação, arrancando suspiros do moreno, ambos esperaram muito por isso, e eles teriam mais oportunidades para serem delicados depois.

O ar faltou e se afastaram devagar, vermelhos, ofegantes, os olhos conectados mesmo com toda a vergonha que surgiu corando as maçãs do rosto de ambos, não conseguiam e nem ao menos cogitaram desviar o olhar.

"Obrigado, Rouxinol..." Cesar murmurou por fim enquanto encostava sua testa na de Joui. "Obrigado por me trazer tanta paz."

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Hihi... boiolinhas e tal kkkkkkKKkk

Digam o que vocês acharam gentes, eu adoro uma melancolia KKKKk

Então é isso... Até a próxima :) -
"Jovens" sai na semana que vem e é inspirada na música Younger-Ruel.

Bjxs da Autora <3

Rouxinol - JoesarOnde histórias criam vida. Descubra agora