Chapter seven

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P.O.V Izuku

Haa... Finalmente é sábado e... eu não tô disposto a nada. Ultimamente, bem frequentemente mesmo, eu tenho saído de mais com o Shouto durante a noite. Por quê durante a noite? porque durante o dia estamos no colégio e durante a tarde estamos ocupados com outras coisas, restando só a noite.

Eu não deveria estar me incomodando tanto com isso relacionado à minha mãe. Mas algo tá diferente, digo... eu apenas deveria agir normalmente e eu estou fazendo isso mas, está simplesmente diferente, eu não sei nem como explicar isso direito.

Porém hoje é sábado, tudo bem ficar por aí sem ter que explicar algo.

Eu queria muito poder contar e compartilhar meus pensamentos com ela, mas eu a conheço e sei como pensa. Passar a vida toda do filho falando que ele precisa estudar, se formar, conhecer uma garota bonita, se casar e ter filhos é um pouco de mais. Eu queria que ela observasse melhor eu mesmo, de todos as vezes que eu disse que não aconteceria.

Porém quem se importa se ela souber ou não, não vai ficar chateada por muito tempo.

Afastei tais pensamentos chatos que rodavam na minha cabeça, abrindo rapidamente a cortina e me levantando. Precisava arrumar algo útil pra me manter ocupado. Podia chamar o Katsuki pra jogar mas ainda é muito cedo e eu sei que ele dorme ate tarde nos sábados, então nem irei incômoda-lo.

Fui pro guarda-roupa e peguei por uma calça moletom e uma camisa confortável, apenas para ficar em casa. Em seguida eu fui pro banheiro lavar o rosto, que inclusive estava péssimo por falta de sono. Espero que melhore pelo menos um pouco.

Voltei pro quarto e sai logo dali, descendo pra sala. Minha mãe estaria chegando em poucos minutos com as compras, e eu precisava já estar ali se não ela faria maior fuzuê por literalmente nada e eu acabaria de mal humor o resto do dia.

Me sentei logo no sofá e peguei pelo controle da televisão, procurando por algo útil ou que matasse tempo o bastante durante um tempo. E assim foi feito depois de uns episódios de Boku no Hero, um anime. Até minha mãe chegar.

─ Mãe quer ajuda? - pergunto pausando a televisão, me levantando e indo até ela.

Onde peguei algumas sacolas e levei até a mesa da cozinha, dando uma bisbilhotada nelas.

─ Izu... não mexa! - ela ordena e ri, passando por trás de mim e indo pro centro da cozinha.

Como ela que cuidava dessas coisas e até mesmo brigava comigo pra não mexer, eu voltei pra sala e me sentei no sofá novamente, voltando a prestar atenção à televisão de novo.

Depois de alguns minutos ela veio para sala também, e se sentou no sofá ao lado, por alguns minutos também acompanhando o anime na TV.

─ Mãe... - quebro o silêncio sufocante entre nós dois ─ O que você acha do Shouto? - pergunto sem olhá-la.

Mas seria que ela pensava muito bem na resposta.

─ Os membros da família Todoroki são boas pessoas, incluindo o Shouto - ela diz, mexendo a ponta de uma mecha de cabelo inquietamente ─ E são realmente... boas pessoas para se manter apenas... uma amizade.

Congelei por um breve instante, mas não demonstrei isso, tentando me manter o mais calmo possível.

─ Haa... e por quê apenas isso?

─ Vamos quebrar as formalidades Izuku, vá logo ao ponto principal ou eu mesma digo - ela diz normalmente, dessa vez me fazendo olhá-la surpreso ─ Bom, já que agora não tem palavras para dizer algo, vamos começar pela parte onde você me conta o que está rolando entre vocês dois.

Ah...

─ Nem isso? ok, vocês são o quê?

─ Mãe... pare por favor - digo baixo deixando de olhá-la.

─ Não finja que não sabe ou que não está acontecendo nada! você acha que eu não percebo as coisas Izuku...? toda vez que você saiu escondido de noite e voltou tarde da madrugada eu já sabia. Só estava esperando por essa conversa com você - ela se levanta, e se senta ao meu lado ─ Aonde você acha que isso aí vai dar? eu não vejo futuro algum nisso! ele é um garoto, vocês são dois garotos!

E eu cai na gargalhada agora. Eu nunca ouvi tanta besteira saindo da boca dela igual está acontecendo agora.

─ Hah foi mal, foi mal. Me pegou totalmente de surpresa - balanço as mãos na frente do rosto e logo trampo minha boca, segurando mais risos ─ Sério, qual o problema dele ser um cara?

Recupero totalmente o controle, agora tendo facilidade de olhá-la nos olhos.

─ Ele só está te atrapalhando! você está ficando totalmente cego por causa dele Izuku! - ela fortalece o argumento ─ Você não está me deixando opções!

Acho que nunca me levantei tão rápido do sofá e me afastei assim. A observando de longe.

─ E o que você vai fazer? me impedir de vê-lo? não foi você que me ensinou que deveríamos ficar com quem gostamos, quando o sentimento é recíproco? eu tô fazendo exatamente isso! e eu não me importo se ele é um garoto! - falo alto, podendo ouvir todas essas palavras ecoarem pelo local.

─ Izuk... - a corto, soltando um longo suspiro de frustação.

─ Eu te entendo, você só quer meu bem mas eu não vou fazer o que você quer e muito menos viver uma mentira! Ótimo você saiu vasculhando a minha vida e descobriu tudo, bom para você, então eu digo em voz alta, eu amo ele! - jogo as palavras nela, sentindo um grande peso se desmanchar dentro de mim.

─ EU NÃO IREI ACEITAR NADA DISSO - ela muda totalmente o tom, agora irritada.

─ Eu não esperava que você entendesse de qualquer forma - digo rindo ─ Me formar, arrumar uma namorada e me casar são as única coisas que você consegue pensar, e parece que é mais por você do que pra mim mesmo - abaixo o tom, eu não tô me sentindo bem... que sentimento é esse?

─ Você vai se afastar dele, e não vai demorar para fazer isso, ou eu vou tomar outras medidas contra isso - ela se aproxima e ergue meu rosto.

Era inevitável não conter lágrimas de desespero, porque era o que eu estava sentindo agora. Eu sabia que ela não aceitaria, mas isso é um pouco de mais? ela está simplesmente ignorando os meus sentimentos por algo ganancioso que ela quer presenciar.

Eu não estava pensando direito, mas de uma coisa eu tinha certeza, eu não iria conseguir olhar na cara dela o resto do dia.

A afastei completamente e andei rápido em direção à porta, podendo ouvir apenas ela me chamar pelo nome, mais irritada ainda.

─ Não venha atrás de mim!

─ Olhe bem o que você está fazendo! quando o seu drama acabar iremos nos mudar dessa maldita casa, desses vizinhos!

São as últimas palavras que escuto ao sair e fechar a porta em um estrondo. Ainda estava chovendo, isso é bom, e ao mesmo tempo não é. Está me dando mais vontade de chorar.

Eu precisava ir para outro lugar... eu preciso do Shouto mais que tudo nesse momento, e não pensei duas vezes antes de começar a me mover na chuva e ir pra porta da casa dele.

Bati rapidamente sobre a porta, na esperança que alguém abrisse rapidamente. E atendendo aos meus pedidos, ela se abriu, mostrando a Rei.

─ Izuku! o que aconteceu? você está péssimo, além de encharcado! - ela me puxa pra parte de dentro, fechando a porta atrás de mim

─ Por favor... me diz aonde está o Shouto... - começo a chorar e logo sou envolvido pelos braços dela, me entregando completamente.

Ela estava me abraçando, enquanto acariciava delicadamente meu cabelo.

─ O Shouto saiu a uma hora, já deve estar voltando - ela diz baixo, tentando me acalmar ─ Enquanto isso só tente se acalmar, ai você me explica melhor o que aconteceu - ela me ergue novamente, começando a me acompanhar para algum lugar.

Eu só preciso do Shouto...

───────────────────"

Rei foi mais mãe pro Izuku do que
a própria Inko em um capítulo.

O melhor de mim - TodoDeku (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora