Missão Marte

Lauren

Lauren nasceu em Israel, era mulçumana, assim como seus pais. Ela era grande, tinha 1,90m de altura. Cabelos longos, lisos, castanho escuro, chegando ao meio da costa. Sua pele era parda, meio que um tom amarelo doente. Seus olhos eram negros, grandes, brilhantes. Era do tipo físico atlético, chegava a ser mais forte que Bruce e Mossan em níveis de força, mesmo parecendo mais frágil. Lauren era mulçumana, porém não obedecia a nenhuma doutrina da religião, não usava roupas típicas e nem seguia os preceitos religiosos. Apesar das constantes guerras em seu país, ela não sofreu nada da história do seu povo, nunca passou por uma guerra, não teve amigos, parentes e nem conhecidos mortos na milenar guerra religiosa de seu país. Nunca sofreu um dia sequer de sua vida. Ela apenas nasceu em Israel.

Seus pais faziam parte do programa de excelência em criação da MARIU'S SOCIAL INSTITUTE®, a campeã em Criação e Formação Pessoal, uma instituição especializada na criação e formação de pessoas com grande potencial de desenvolvimento, baseado em estudos genéticos. O objetivo da instituição era criar e formar os mais bem preparados humanos para as mais diversas áreas de atuação. Não havia nada que uma criança criada no instituto não fosse capaz de fazer, não havia problema que fosse impossível de resolver.

Lauren cresceu junto aos nove membros do comando 10. A instituição mantinha dezenas de cidades planejadas espalhadas pelo mundo. As cidades eram altamente tecnológicas, com o maior índice de desenvolvimento humano do mundo, sem poluição, com 0% de analfabetismo e 100% de controle populacional. As crianças do instituto sempre eram divididas em grupos de dez crianças, agrupadas por idade e por disposição genética. Todas as crianças viviam com os pais e todos os adultos possuíam uma boa renda. Suas rendas provinham do controle na criação de seus filhos. Tudo deveria ocorrer dentro do programado pelo instituto. Cada passo de cada criança era predeterminado desde o primeiro dia de gestação.

Os pais eram escolhidos de acordo com seu potencial genético. Eram avaliados fatores como porte físico, inteligência, equilíbrio psicológico, entre outros. Os casais eram formados a partir de um cruzamento de seus DNA's e da possibilidade de gerarem crianças com grande potencial genético e Q.I superior a 129 pontos. Se o cruzamento genético dos casais obtivesse 98% de chance de gerar crianças com essas características, eles entravam para o programa de excelência da empresa. O programa de excelência possuía regras muito rígidas. Se durante a permanência no programa os casais apresentassem comportamento inadequado, como brigas ou casos de agressão, tanto entre os pais, quanto com a criança, eram descartados e substituídos por outro casal, através de uma nova seleção. Os pais também não podiam descuidar dos filhos, caso isso ocorresse, também seriam desligados do programa, junto com a criança. Um único casal excluído do programa de excelência poderia causar a exclusão de um grupo completo de dez crianças do instituto, visto que os grupos eram formados ao nascer.

Cada cidade apresentava uma especialidade para a formação das crianças. No Japão as cidades se destacavam pelo desenvolvimento em robótica. Nos EUA se destacavam pelos avanços genéticos. No caso de Londres, onde cresceram os membros do comando 10, a especialidade era a formação de astronautas.

Lauren sempre demostrou superioridade em relação aos outros membros da missão, sendo melhor em completamente tudo, nos esportes, na escola, no curso para astronautas, em tudo. Brewin sempre a observou e a apontava como provável comandante no programa espacial da Júpiter no futuro, porém Lauren começou a apresentar instabilidade emocional no final dos seus 22 anos. Essa instabilidade fez com que Brewin repensasse sobre sua indicação para a liderança em Londres, acabando por descarta-la de vez desse cargo.

Ao investigar profundamente a vida de Lauren, a partir desse início de instabilidade, os agentes de Brewin descobriram o envolvimento de Lauren com grupos extremistas com os quais ela se relacionava através de suas redes sociais. Nos últimos duzentos anos a história provou que as redes sociais diminuem o intelecto das pessoas, as tornando mais vulneráveis, influenciáveis e perigosas. No instituto era proibido o uso de redes sociais como forma de entretenimento ou para qualquer outra finalidade, os membros do instituto sabiam que estas redes sociais podiam influenciar de forma negativa a formação de suas crianças, e isto foi o que aconteceu com Lauren.