Noiva de um Cretino [✓]

10. DIAMANTE

Como Dante, em a Divina Comédia, perdido em uma selva sombria, a perfeita representação simbólica da perdição no pecado, Tobias  Nash  sentia—se naquela manhã, com o corpo recostado na gélida parede de um estreito corredor, diante a uma porta branca, no último andar de um prédio.

Tombando a cabeça para trás, engoliu a saliva em sua boca, movimentando seu pomo—de—adão, aquela mulher o levaria a completa insanidade, despertava o pior em seu interior, o insano, cruel, sádico, confuso e primitivo.

Por cinco dias ela o evitou, certamente jogou suas rosas em uma lixeira, apenas tendo a cortesia de dar algum sinal em um breve recado escrito a mão em um cartão.

'' Acabou! Não vou mais participar dessa farsa

                                                                 Emilia''

A odiava, cada canto de seu ser ansiava por faze—la sofrer, a cada palavra insolente, ato evasivo, possibilidade de fuga a odiava e delirava quando aqueles olhos se estreitavam em ódio, fúria e dor, mas tudo se quebrava no instante que suas malditas narinas inalavam seu aroma, ou seus olhos sorrateiramente alcançavam o redondo desenho de sua bunda, os perfeitos seios escondidos e a pior tentação eram os lábios que se tornavam mais excitantes ao seu hormônio quando o desafiava sem temor.

Era uma maldição ser homem ao lado de Emilia Field , a menina boba que levara consigo seu coração para Londres, voltando uma completa mulher, uma mulher que ansiava por foder incansavelmente, até render—se, perdendo a irritante coragem, porém sem voltar a frustrante covardia, que a fazia deixar de ser uma adversária a altura.

Arfando o ar por seus lábios, Tobias  enrijeceu a musculatura de seus ombros, fitando a porta ao seu lado, revirou os olhos, não possuía paciência para esperar nada, mas seu inferno, denominado Emilia, adorava testar seus limites, bagunçar sua rotina, arrancar suas noites de sono e invadir seus sonhos trajando absolutamente nada.

Levando a parte occipital de seu crânio contra a parede, maldize aquela confusa noite, que resumia—se em Emilia dançando sensualmente, com outro cara, doses de uísque, sangue fervendo, vontade de jogar a mulher em seus ombros e dar umas palmadas em suas perfeitas nádegas, dança, calça apertada, beijo, ardência em sua bochecha e uma ruiva.

Encontrando suas pálpebras, franzindo a testa, teve a certeza que não deveria ter caído na armadilha de seu purgatório, rendendo—se a luxúria ao experimentar aqueles lábios que haviam se tornado mais atraentes com os anos e cedido a inconsequente vontade de beijar a ruiva com a simples motivação de ...

Ruídos de passos correndo invadiram os tímpanos de Tobias , tornando sua postura ereta e a expressão rígida, afastou o corpo da parede, lançando seus olhos para a porta do lado oposto do corredor, que dava para as escadas daquele prédio.

—I just wanna live while i'm alive – com um empurrão a porta na outra extremidade do corredor se abriu, revelando a locutora de tal melodia, Emilia, com seus fones de ouvidos brancos, madeixas presas em um rabo e expressão relaxada — It's my life— seu tom tornou—se decrescente e a relaxada expressão foi substituída por uma máscara inexpressiva, assim que seus olhos encontraram o monstro de seus sonhos – Tobias  – suspirou com uma expressão de dor, desacelerando seus passos em direção ao homem parado diante de sua porta.

Tobias  sentiu sua calça ficar apertada, aquela mulher era um pecado regado de luxúria, camiseta branca com um tecido que evidenciava seu sutiã esportivo vermelho, camiseta com decote que mergulhava para acentuar a pele macia do pescoço e clavícula brilhantes, encobertos por uma fina camada de suor que tornava o aroma de sua pele puramente evidente as narinas de Nash.