4. Álcool, Pêssego e Bergamota

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Aos sábados Jaehyun trabalhava até o meio dia, era quando costumava entregar alguma crônica relacionada a curiosidades sobre a capital sul coreana, coisas bizarras e ao mesmo tempo divertidas, era dos temas que mais o instigava, escrevia com gosto, e só por causa desse estímulo não estava ainda tão nervoso com a perspectiva do encontro que teria à noite. Não era bobo ou inocente, sabia muito bem quais as suas intenções e as de Johnny também, mas deixaria para preocupa-se mais tarde, afinal trabalho em primeiro lugar, contudo, dentro do elevador na saída para casa, foi levado de volta àquele tópico.

– E então, cervejada hoje?

Naeum propôs animada, retirando o blazer amarelo que vestia e amarrando na cintura fina, revelando um chupão recente próximo ao colo, Jaehyun revirou os olhos observando a marca ao responder:

– Por que vocês fazem tanta questão de mim? Vão namorar, oras!

– Porque você, seu insuportável, é nosso amigo! – Minhyuk abraçou a namorado de lado e deu um peteleco na cabeça do amigo que resmungou fazendo um bico infantil.

– A gente sente falta de fofocar contigo, te encher o saco, ver você bêbado e bobo... – A mulher completou meiga, eles eram muito amigos afinal.

– Tenho planos pra hoje a noite, então só vão pro motel, ok?

O casal entreolhou-se de forma cínica, eles tinham a mania irritante – segundo Jaehyun – de se comunicar com o olhar.

– Ah é, e esses planos envolvem um certo pai? – Minhyuk insinuou sorrindo.

Jaehyun não tinha vergonha de falar sobre seus encontros amorosos e sobre suas intimidades com os amigos, mas por algum motivo sentiu as pontas das orelhas esquentarem daquela vez, era irritante como elas ficavam vermelhas e denunciavam seu estado de espírito. Naeum e Minhyuk riram zombando dele, era tão óbvio.

– Jae, – Naeum deu um dos braços e puxou o amigo para fora do elevador, quando chegaram ao térreo – Cuidado, tá bom? Vai devagar dessa vez, ok?

Jaehyun respirou fundo quando Minhyuk também agarrou seu outro braço para lembrá-lo de que também estava ali, pois foram aqueles dois que estiveram a seu lado todas as vezes em que foi um idiota e magoou outras pessoas.

– Qualquer coisa lembra que ele é pai do filhos da usa chefe! – Minhyuk descontraiu fazendo uma piadinha, pois sempre tentava deixar o clima menos tenso.

– É só uma noite galera, ele está ciente disso, eu acho... Ele que começou as provocações, eu estava de boas.

– Tá bem, senhor tranquilão, só não seja estupido, certo? – a mulher chamou sua atenção novamente, pois naquele trio ela era a racionalidade e a sensatez.

– E esteja muito gostoso, e não esqueça que amanhã queremos detalhes! – Minhyuk comentou quando chegaram ao ponto de ônibus e Jaehyun teve a sorte de ter o seu transporte parado como se apenas o esperasse.

Em respostas Jaehyun apenas sorriu e mostrou o dedo do meio num gesto muito grosseiro fazendo o casal de amigos gargalhar enquanto o homem abraçava a namorada por trás apoiando seu queixo na cabeça dela.

Sentado na poltrona da janela do ônibus e com os fones de ouvido enfiados profundamente nas orelhas, Jaehyun refletia se dessa vez conseguiria não estragar tudo, não que fosse má pessoa, mas nunca havia se permitido envolver-se de verdade com alguém, tinha seus encontros e gostava de variar os parceiros, e se eles pediam por mais até aceitava, e não seria hipócrita de dizer que não se aproveitava de todo afeto e atenção que lhe eram dados, o problema era não poder retribuir da mesma forma – o que o tornava um babaca "quebra corações". Além disso, mesmo que Johnny tivesse o cheiro mais gostoso dentre todos os homens com os quais já se envolvera, ainda queria apenas uma transa e, ah, é claro!, continuar amigo de Jisoo, não sabia que precisava tanto de um amigo como ele até encontrar-se com ele.

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