Meu Par Perfeito ❤ (Reggie)

Um Novo Começo

Pov: Samanta Connor 

  Eu já estava cansada, a viagem de NY para L.A havia sido longa e estressante, o divórcio dos meus pais havia virado minha vida de ponta cabeça, eu sabia que uma hora ou outra isso ia acontecer, mas no fundo queria q não acontecesse, mas no fim eles se divorciaram e meu pai... Bem ele tirou tudo da gente, minha mãe recebeu uma proposta de trabalho para ser corretora e com o divórcio ela não podia recusar, então aqui estou eu, dentro de um carro com minha mãe em uma viagem que não tem fim. Ela disse que seria divertida a loucura de fazer essa viagem de carro, que resumindo são 41 horas dirigindo sem parar,  como isso é basicamente humanamente impossível, e como minha mãe gosta de parar em cada nova cidade que passamos essa viagem está levando quase uma semana entre dirigir, dormir em hotéis e conhecer a cultura local.

  Eu admiro os esforços da minha mãe, ela está fingindo que está tudo bem, que vamos ficar bem e que não precisamos do meu pai, mas sei que ela está se segurando para parecer tranquila mesmo estando a beira da loucura. 

  Faltava pouco para chegarmos no novo lugar que eu chamaria de casa,  minha mãe dirigia e cantava quase todas as musicas que tocavam no rádio, apesar de tudo ela parecia animada, e eu odiava não conseguir sentir o mesmo, parecia que tudo me remetia aquele momento, aquele desesperador momento em que você vê quem você achava ser amor da sua vida se agarrando com outra e depois dizendo que nunca gostou de você. Eu enxugo rapidamente uma lagrima que começa a escorrer com a manga da blusa antes que minha mãe veja, mas como sempre a visão periférica dela é ótima e então sem tirar os olhos da estrada ela diz com uma voz doce e calma:
   - Achei que bailarinas não chorassem 

Eu ri nervosa e respondi:
  - De onde você tirou isso?

- Ué, você fica nas pontas dos pés durante duas horas em uma apresentação,  isso sem falar nos treinos ensaios e tudo o que  você já passou nessa jornada de bailarina, eu já vi seus dedos sangrarem e você sorrir, vai chorar pelo James? Um garotinho mimado, que se acha e nem é tão bonito assim? Pensei que nós já tínhamos metralhado o James mentalmente

Eu respiro fundo:

- Tínhamos, mas as lembranças voltam e ainda machucam, eu preciso de tempo... E também não é só isso...

- E oque é então? 

Minha mãe ficou com uma voz preocupada então eu resolvo responder somente:
- Nada... 

- Ei, nada nunca é nada, se abre comigo 

Eu fico em silencio então ela continua :
   - Vai, cinco minutos pra dizer o que quiser sem broncas e julgamentos

Eu adorava quando ela fazia isso, pareci que eu podia dizer qualquer coisa a ela, e na verdade eu e minha mãe sempre fomos tão próximas que eu realmente podia:

   - Tudo bem então... Eu estou com medo, mudar de cidade, de colégio tem ideia de como isso é horrível... Eu perdi tudo mãe, meu quarto perfeito, meus amigos, a escola de dança... E ainda tem o papai, eu estou com raiva porque ele trocou a gente mãe!... E sim eu ainda estou sofrendo por causa do James, parece que eu vou explodir! Tudo aconteceu de uma vez!

  Minha mãe respira fundo ao ver que eu não consegui terminar de falar sem começar a chorar
   - Talvez não seja o fim, mas sim o começo, a chance de você fazer novos amigos, amigos de verdade, não aqueles esnobes de Nova Iorque, talvez seja a hora de você finalmente decorar seu quarto do seu jeito, talvez você entre em uma escola de dança com pessoas que amem isso tanto quanto você, você da sua vida pelo balé, Nova Iorque é uma cidade cruel com as artes... Seu pai seguiu o caminho dele e nós - Ela respira fundo outra vez - não estamos nele, então temos que seguir o nosso... E sobre o James... Eu ouvi dizer que os garotos de Los Angeles são muito gatos, na primeira oportunidade você esquece ele num piscar de olhos. 

   Minha mãe ri ao dizer essa ultima parte e eu acabo rindo também, como não faço a muito tempo
   - E se parássemos em algum lugar para tomar sorvete? Nada melhor pra animar o astral do que sorvete!
E fico tensa só de pensar nisso, essa viagem já durou tempo demais 
   - Não mãe! Eu estou cansada, quero chegar logo na casa nova e começar a organizar, as coisas, a vida... Tudo!
   - Tá! Vamos seguir então... Estraga prazeres.

   E nós seguimos, durante cinco horas, até finalmente chegar na nova casa. Minha mãe estaciona o carro na frente da casa, ela é grande e bonita,  é bege com detalhes brancos nas janelas e portas e o gramado ao redor é verde e vivo, as casas aqui em Los Angeles são diferentes, se assemelham a propagandas de famílias felizes, diferente dos prédios imensos de Nova Iorque.  Minha mãe não quis me mostrar nenhuma foto da casa por dentro, disse que queria que fosse surpresa. Desço do carro e faço alongamento para me esticar da longa viajem cansativa de carro, sinto uma brisa abafada e isso me da paz, olho para casa por alguns segundos, respiro fundo e digo a mim mesma "Bem vinda ao novo começo Samanta!"