Amizade

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Minha mãe estava na porta do meu quarto me encarando, esse era o barulho que eu havia escutado.

- Any, troque de roupa e vá andar pelo vilarejo para conhecer o local, não ache que vai ficar trancafiada nesse quarto agora. O seu pai e eu vamos montar os móveis dos quartos. -Assenti.

Abri minha mala, juro fiquei na dúvida do que vestir. Acabei pegando uma blusa dos EUA, uma calça preta e calcei uma sapatilha preta com uns brilhinhos.

Meu pai já havia trazido o espelho para o quarto então dei uma olhada e parecia okay, a partir daí a dúvida cruel, será que eles iam gostar de mim? Eu sou bonita, meus olhos são escuros, meu cabelo era meio estranho ele era preto encaracolado na raiz e terminava num marrom mediano, nunca pintei eu nasci com o cabelo assim, um mistério para a medicina que eu preferia evitar de contar para as pessoas, eu tinha um e sessenta e quatro de altura e era magra. Peguei meu celular e sai. Comecei a admirar o sítio era tão lindo

 De novo comecei sentir uma energia estranha e então resolvi segui-la, o que vi depois disto me assustou, vi o grupo que eu havia conversado mais cedo, usando magia? Eles estavam no portal, e eu a uns cem metros de distância dali. Eu os ouvi, eu conseguia ouvi-los tranquilamente.

- Será que foi os novos moradores que removeram o feitiço de proteção? -perguntou Shivani.

-Acho difícil, não identifiquei magia. -O louro falou.

-Mas então por que o feitiço foi quebrado? -Perguntou a loira... a Sina.

-Eu não sei, mas não foram eles. - o louro continuou.

Arregalei os olhos e prendi a respiração, existia magia aqui! E disto eu não tinha dúvidas. Me aproximei e os cumprimentei.

-Oi!

-Olá! -Sina me respondeu seca.

-Oi Any! Tudo bem? - Perguntou... Shivani.

-Sim e com você? 

-Tudo bem também! - Ela respondeu.

-Que bom! -Sorri e ela sorriu de volta.

-Então, o que estão fazendo no portal da vilarejo? -Joguei verde.

-Só admirando a vista. -Respondeu o de cabelo escuro.

-Aqui é lindo, não é mesmo? - Falei.

-Sim! -Respondeu... Josh! Lembrei o nome dele!

- Quando meus pais montarem todos os móveis dos quartos vocês podem ir lá em casa. - Falei tentando ser simpática. 

Minha mãe mandou eu conhecer o vilarejo e as pessoas estavam inclusas, certo?

-Claro! -Respondeu Noah.

-Podemos sim! Mas você mal nos conhece. -Josh falou diretamente e ele estava certo, eu mal os conhecia.

-Eu acho que confio em vocês. -Eles achavam que eu não tinha visto nada e não iriam falar sobre. 

Sina estreitou os olhos.

- Aqui tem mercado, farmácia, escola? -resolvi tentar me aproximar para obter respostas.

-Tem sim, quer que eu te leve? - Perguntou Josh.

- Adoraria!- respondi e depois me arrependi. "Mas você mal nos conhece" começou a rodar na minha cabeça.

Acho que vou arriscar, consciência.

Ele me deu o braço como um cavalheiro do século 19 e seguimos em frente. Fomos até o 4° quarteirão da rua e viramos a direita, lá se encontrava tudo que eu queria, um mercado, uma farmácia, um posto de saúde, um posto de gasolina e uma loja de conveniência, passando duas quadras era a escola. A escola não era como eu esperava, parecia mais uma casa.

- Como é por dentro? - perguntei meio que receosa.

Ele soltou um risinho.

- O 1°, 2°, 3°, 4° e 5° ano dividem uma sala. Do 6° ao 9° ano também dividem uma. No ensino médio cada um tem uma sala. 

- Nossa! É diferente de Amsterdã, lá cada série tinha sua sala. - Falei.

- Deve ser melhor. -Falou tentando ser gentil.

- Não sei como é aqui, mas acho que lá era melhor. Aliás, aqui tem uniforme? -perguntei só para confirmar.

- Não, pode ir com a roupa que quiser.

-Tá, obrigada!

-Vamos sentar ali? - Perguntou.

-Sim! 

-Você pintou o cabelo antes de vir para cá? -ele estava encarando meu cabelo.

- Não, eu nasci com o cabelo assim, foi um mistério para os médicos, ninguém nunca nasceu com o cabelo preto e marrom nas pontas.

- Nossa! - Ele parecia pensativo.

- É eu sei! Como se não bastasse eu ter a pele mais escura, o meu cabelo também devia ser diferente não é mesmo? Um prato cheio para fazerem bullying comigo.

- Você é especial, Any. -ele passou as costas da mão na minha bochecha. -Nunca se esqueça disso. 

Nos encaramos por tempo suficiente para as minhas bochechas ficarem igual brasas. Decidi mudar de assunto.

- Há quanto tempo mora aqui? -Perguntei.

- Desde que nasci.

- Nossa!

- Quer que eu te acompanhe até em casa? -Falou rapidamente, ele não queria que eu perguntasse demais.

- Quero, obrigada. -Respondi.

Andamos sem falar nada até o sítio. Ele não puxava assunto e eu não sabia o que falar.

- Amanhã posso vir aqui para ir nós irmos juntos para a escola? -ele perguntou.

- Claro, seus amigos não vão se importar de você passar tanto tempo comigo? - O encarei.

- Não, eles não irão se importar.- Alguma coisa dentro de mim se aqueceu com suas palavras, até eu sentir aquela mesma vibração de antes. 

- Sentiu esta energia? -Perguntei subitamente querendo ir novamente na direção que me chamava.

- Que energia? -Perguntou todo disfarçado.

Continua...

Realeza da Magia- Adaptada Para FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora