There Is a Light That Never Goes Out

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Akihiko revirou os olhos e depois esfregou as mãos no rosto, ele parou ao lado do mecânico, tirando a cartela de cigarros do bolso. Sem nem perguntar se poderia, ele acendeu um cigarro e deu um longo trago, sentindo o gosto amargo preencher sua boca. Ao soltar a fumaça, Kaji deu uma risada forçada, enquanto ouvia o mecânico somar o prejuízo que ele adquiriu, após bater a moto.

A batida não foi sua culpa, Akihiko pilotava na chuva e se desequilibrou após passar o sinal, onde um carro não respeito o alerta amarelo. Felizmente, nada grave aconteceu com ele, senão uns arranhões. Contudo, a moto estava em um péssimo estado e Akihiko não tinha dinheiro suficiente para pagar o conserto. Precisaria de um emprego extra, se quisesse voltar a usar a moto.

Ele deixou a oficina mecânica a pé e foi caminhando até a estação de metrô mais próxima. Aquele era um gasto ao qual ele não estava esperando no momento. O dinheiro estava contado para manter o mês e, além disso, era aniversário de Haruki e ele estava pensando em comprar algo bom.

Com um suspiro cansado, Akihiko entrou no vagão e sentou-se na poltrona ao lado da janela. Ele colocou os fones de ouvido e tentou se distrair com uma música. Ao chegar no apartamento, ele tirou os sapatos e calçou as sandálias. Como o lugar estava escuro, acedeu as luzes e não disse nada. Haruki deveria estar no trabalho e chegaria tarde naquela noite.

Akihiko aproveitou e fez o jantar, costelinhas de porco com arroz e legumes refogados com molho agridoce. Assim que terminou de preparar a refeição, recebeu uma ligação. Um colega da faculdade ofereceu a ele um serviço de meio período e rapidamente Kaji aceitou.

Haruki chegou muito tarde aquela noite, Akihiko já estava na cama quando ouviu o barulho de chuveiro. Ele bocejou, sonolento e esfregou os olhos. Sentou-se em seguida na cama e passou a mão no pescoço. Haruki saiu do banheiro com a toalha enrolada na cintura e olhou para ele na cama.

— Eu te acordei? — Ele perguntou, enquanto abria a porta do armário para pegar uma roupa.

— Não, eu apenas estava te esperando e acabei pegando no sono. — Akihiko bocejou novamente e Haruki riu.

— Pode voltar a dormir, eu vou apenas terminar umas coisas e já venho. — Nakayama se vestiu e foi para a sala. Akihiko não o deixou sozinho, ele sentou-se ao lado de Haruki no chão e encostou a cabeça no ombro dele, depois o beijou no rosto, fazendo Haruki sorrir. — A comida estava ótima.

Haruki terminou de comer e em seguida abriu um livro, ele precisava terminar um trabalho que não teve tempo de finalizar naquela semana, trabalhando sempre até tarde todos os dias.

Akihiko ficou ao lado dele durante todo o tempo que ele esteve estudando, apenas observando-o, em silêncio. Ele usava apenas a calça do pijama e estava sem camisa, não fazia muito frio à noite, mas estava era acostumado a se esquentar com o corpo de Haruki ao seu lado na cama.

— Eu arrumei um outro emprego para pagar a moto. — Kaji disse, depois que se levantou e abriu a porta de vidro da varanda, para fumar um cigarro. Haruki ficou em pé e espreguiçou-se, alongando os braços para o alto.

— Ah! Sério? Ficou tão caro assim?

— Sim. — Kaji respondeu, movendo a cabeça e entregando em seguida o cigarro para Haruki fumar com ele. Os dois observaram a noite iluminada pelas belas estrelas naquele céu limpo e as luzes dos prédios da cidade. Eles estavam parados um ao lado do outro, como costumavam ficar, dividindo um cigarro enquanto conversavam, e trocavam risadas.

Porém, nessa noite, Akihiko estava mais quieto do que o normal. Preocupado com aquele emprego de meio período que poderia atrapalhar seu outro trabalho e as aulas. Além disso, uma competição de bandas se iniciava em breve e eles teriam que ensaiar mais vezes durante a semana. E para completar, a cereja do bolo, Kaji não conseguiria comprar o amplificado para o contrabaixo de Nakayama.

There Is a Light That Never Goes OutOnde histórias criam vida. Descubra agora