Okay, eu queria muito fazer um discurso, mas eu tô ansiosa demais pra isso. Sejam bem-vindos.
***As leves batidas na porta despertaram o homem de seus pensamentos, fazendo-o erguer a cabeça e verificar o horário. Estava tarde e ele torceu para que fosse algo importante, não estava afim de nenhum tipo de estresse naquele dia. Murmurou um "entre" e aguardou.
Alguns segundos foram necessários antes da porta finalmente se abrir, revelando um homem de pele pálida e longos cabelos platinados.- Malfoy. - Cumprimentou com o mesmo tom áspero e frio que costumava usar. - Espero que seja importante.
- As cartas, foram despachadas há alguns minutos. Em apenas um mês o garoto estará em Hogwarts. - Anunciou sem rodeios e, se atentou ao rosto do homem parado a sua frente, analisando suas expressões.
- Isso é bom, pois então finalmente poderei dar início aos meus planos. Venha imediatamente caso algo aconteça e esteja atento as notícias. Dispensado.
O loiro se curvou e saiu do escritório, desaparatando nos jardins. O homem de olhos escarlate suspirou e recostou-se na cadeira, sentindo certa inquietação.
- Você está nervoso. - Observou, deslizando sobre seu ombro, permitindo ser acariciada.
- Eu não estou nervoso, não seja ridícula. - Disse, falhando ao tentar não demostrar sua irritação.
- Tom, eu te conheço há tantos anos. O que tanto te incomoda?
Tom suspirou e massageou as laterais da cabeça, se preparando para falar.
- Ele é só uma criança. Coisas ruins aconteceram e vão lhe acontecer e eu não sei se serei capaz de protegê-lo. - Disse de uma vez, esperando a zombaria começar, mas isso não aconteceu.
- Conheça-o primeiro, depois discutimos se ele precisará ou não de proteção. - Respondeu, o encarando diretamente nos olhos.
- Do que está falando? É uma criança, é óbvio que precisa de proteção. - Afirmou, verdadeiramente indignado com a suposição.
- Ele está desaparecido há anos Tom. Tantas coisas devem ter acontecido... - Ela deslizou para o chão e foi até a porta. - Devemos esperar para ver, mas duvido que tenha restado um pingo de inocência naquela criança.
Nagini saiu do escritório e Tom suspirou. Ela estava certa, afinal.
***
Ofegando, ele se permitiu deslizar até o chão, lutando para regular sua respiração enquanto enxugava o suor da testa. Foi por pouco, pensou. Se fosse um pouco mais lento, teria sido pego e o garoto não se permitiu pensar no que teria acontecido.Estava cansado daquela vida, de viver pelas ruas de Londres, roubando comida e negociando com pessoas perigosas por um lugar para dormir ou tomar banho. Mesmo assim, morar na rua não é tão ruim quanto morar com os Dursley, ele pensou, mas logo tratou de esquecer o assunto. Não queria se lembrar deles naquele momento.
Guardou o dinheiro que tinha roubado e se levantou, mordendo o pão que havia conseguido em uma padaria algumas quadras dali. Analisou o lugar abandonado em que se encontrava e sorriu de canto, poderia ficar alguns dias ali antes de precisar fugir novamente. Era frio, empoeirado e relativamente pequeno, tendo apenas uma pequena janela em um canto. Mas era o suficiente para passar algumas noites.
Um barulho chamou sua atenção e ele correu para detrás do armário, aguardando qualquer indício de que quem quer que estivesse ali. Sentiu certo receio, tinha medo de quem poderia ser. Mas ele era Harry Potter afinal, sempre poderia dar um jeito.
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Por Pura Maldade
RandomTrês pessoas, três passados, três vítimas. Poucos anos de vida, marcados com dor e sofrimento, angústia e tristeza. Uma luz no fim do túnel aparece e um encontro de almas promete mexer com as estruturas de um mundo que não está preparado para enten...