21 A Violação

7 1 0
                                    

Início da narração de Nat

2 dias.
48 horas haviam se passado e nada. As notícias espalhavam se e nada de Mbappé. Somente as imagens e as sensações que ele provocava em mim ainda estavam presentes.

Já tinham dado por falta do avião. Começaram a fazer as buscas e estava complicado. O mais provável era ele ter caído no meio da vasta floresta da Amazônia. A hora e o trajeto batiam certo, porém mesmo com os aviões era complicado encontrar o rapaz por quem me tinha apaixonado e o resto das pessoas que com ele iam no avião. Este era pequeno, com pouca capacidade e quando chegava à noite tinham que encerrar as buscas. Havia sido a ultima notícia que tinha visto. Mais uma noite e mais uma paragem. Mais um pesadelo sem fim.

Não saber nada de ele estava a sufocar me. Horas atrás do acidente tínhamos estado a falar. Tínhamos dito tudo um ao outro. Tínhamos finalmente mostrado o que sentíamos e agora tudo isso parecia ter se estragado.

- Preciso de ir dar uma volta. Não aguento mais ficar aqui a olhar para esta televisão e estas quatro paredes. Tenho que ir espairecer - digo virando me para a minha mãe. Tem sido ela o meu apoio nestes dias, e com isso entendi também a conexão que ambos tinham criado por minha causa. Ela também havia ficado triste com isso. Eram muitas emoções em muito pouco tempo mas simplesmente não queria estar no colo dela a chorar quando ela o fazia nas minhas costas também. E sozinha.

- Não achas que é muito tarde? Queres que vá contigo? Está muito frio e não quero que andes sozinha numa cidade tão movimentada. - diz ela carinhosamente e preocupada.

- Eu fico bem. Não te preocupes. Vou bem agasalhada. Eu levo o meu telemóvel. Qualquer novidade liga me ok? - pergunto, sorrindo forçadamente.

- Tudo bem. Tem cuidado.

Saio de casa e dirijo me ao parque que estava a uma distância curta de nossa casa. Estava escuro e apenas pequenos grupos se juntavam para se embebedarem ou fazer figuras tristes. Aquela ideia de sair de casa e esquecer os meus problemas nao estava a funcionar. Simplesmente piorava tudo. Tinha que regressar senão a minha mãe entrava em stress uma vez que já tinha passado meia hora desde que saí de casa.

Estava a virar a esquina por um beco onde não estava ninguém quando de repente sinto o meu braço ser puxado com força para algum lugar ainda mais sombrio. Tento gritar mas é em vão. Uma grande mão tapa a minha boca enquanto tiravam o meu casaco.

As temperaturas estavam baixas e o facto de ter ficado sem casaco não ajudava. Gritava, puxava o meus braços com toda a minha força mas tudo isso era em vão. Ele ou eles eram muito mais fortes e só as lágrimas saiam juntamente com todo o medo que estava a sentir naquele momento. Aquilo tinha que ser um pesadelo por favor. Eu só queria acordar. Só queria estar nos braços do Mbappé enquanto o beijava. Mal esse pensamento invade a minha cabeça sinto a perna de alguém no meio das minhas pernas. Ele tinha me encostado a uma parede no meio de dois caixotes do lixo. Só conseguia sentir as tonturas que pela minha cabeça passavam e a sua mão a passar pela minha intimidade. O fecho das minhas calças ja se encontrava desabetoado e a outra mao estava em direção aos meus seios que já não eram segurados pelo soutien uma vez que este tinha sido tirado com violência. Aquilo estava a ser demasiado mau.

Acorda Nat
Por favor!
Mbappé... Salva me
Por favor!

Tudo aquilo era feito com muita violência. Aquilo era de longe a primeira vez que uma miúda sonhava. Não havia amor, não havia carinhos, não havia sussurros. Só gritos e gemidos de prazer de alguém com o halito forte de bebida. Alguém que se divertia enquanto eu sofria.

Sinto o seu membro a entrar dentro de mim numa força horrenda e insuportável. Ele so me empurrava contra a parede com força enquanto gozava e as dores entre as minhas pernas estavam insuportáveis. As lágrimas saiam e já podia ver o sangue a escorrer quando sou largada no chão.

Apago por uns minutos.
De repente a a vibração do meu telemóvel faz se sentir na minha mão e quando abro os olhos a dor vem novamente até mim. Olho para o ecrã e vejo a minha mãe a ligar me.

- Filha? Onde estás o Mbappé apareceu! Encontraram no e ele está bem. Volta para casa.

Ele sobreviveu... Ele está bem? Oh Meu Deus...

- Mãe... - digo devagar com a voz rouca ainda com tudo o que se havia passado - Ajuda me... Por favor. Não consigo levantar me...

- Filha onde estás? O que aconteceu? Fala comigo - diz ela rapidamente

- Violaram me...

E com mais nenhuma força presente no meu corpo volto a apagar. Simplesmente. Apenas com a imagem e a sensação do Mbappé a beijar me...

Fim da narração de Natalia

*No meio do caos*Onde histórias criam vida. Descubra agora