Mente vazia, oficina do diabo

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Era um lindo dia nos campos da gloriosa terra abençoada pelo sol vermelho, com os pássaros cantando, as flores desebrocanho, ah, em dias como esse, não a nada melhor que tirar o tempo para pensar na vida, fazer algo divertido ou simplesmente deixar tudo de lado por alguma besteira folgada. Venhamos e convenhamos, quantas vezes não procrastinou alguma coisa patética de se fazer por preguiça? Tirar a mesa, lavar a louça, dar banho no cachorro, levar o lixo para fora, todos já enrolaram na realização de alguma tarefa, e nem pense em dizer que “aí, nunca fiz isso, só gente irresponsável faz isso, blá, blá, blá“, só para que está feio, mentir a si mesmo é uma coisa, mas isso? Me engana que gosto.

Porém, existem certas pessoas que julgamos estarem acima dessa regra, verdadeiros Deuses e Deusas, perfeitos desde o nascimento, obviamente, sem qualquer erro, tanto físico quanto de caráter, pois estão num patamar tão elevado dentro de seus domínios, que o público baba enquanto andam nos corredores. Esse é o caso do conselho estudantil da Academia Shuchiin, onde apenas os mais poderosos, ricos e geniais alunos frequentam, portanto, ser do grêmio garante vários mimos, e qual seria melhor que uma carta de recomendação para qualquer universidade do Japão? 

Saindo da disputa amorosa entre os jovens Shirogane e Kaguya, muitas coisas aconteceram no período de suas peripécias, não dentro da academia, mas sim, no lugar onde os adolescentes se matam para ingressar quando saírem da escola, a faculdade, mais especificamente, a Universidade Shuchiin, que conta com um verdadeiro batalhão de gênios. Ao contrário do sistema juvenil, aqui não existe votação, tendo cada cargo do Conselho ocupado pelo melhor aluno em sua determinada área, divididos dessa exata maneira: Tesoureiro; exatas, Secretário; biológicas, Vice-Presidente; letras, Presidente; humanas. Assim, cada área do conhecimento humano tem um representante dentro da faculdade mais concorrida de todo país, claro, com cada uma estrategicamente escolhida para não dar ruim, pois ao menos no ensino superior as matérias realmente importantes precisam ser valorizadas, afinal, nós só lembramos da regra de três após o terceiro colegial.

Alfinetadas à parte, às aulas estavam começando no período da noite, quando os alunos dispersos e desesperados para chegarem em suas salas simplesmente param, olhando as quatro figuras subindo pelas escadas do prédio principal, todas carregando suas marcas registradas. Agora, talvez me pergunte, “ué, mas porque raios todos pararam do nada? São só pessoas normais”, calma, pequeno gafanhoto, gente normal é muito chato, esses aqui são extraordinários.

Passando na frente, Levi Ackerman, o anão mais puto da vida de toda universidade, sempre usando luvas brancas pela mania de limpeza, carregando um notebook gamer de última geração, com boatos maldosos dizendo ser capaz de hackear todo sistema da faculdade brincando, enquanto outros apenas desmentem, “viaja não, certeza que o cara joga um lolzinho”. Em seguida, atropelando o baixinho na escada, dando uma ombrada em provocação, temos a campeã absoluta das categorias femininas de esportes nos jogos universitários, Mikasa Ackerman, sua alguma coisa, porque mesmo dividindo o sobrenome, esses dois não são parentes, amém. Talvez esteja estranhando o “amém”, mas sei que não é burro, leitor, apenas pela capa deu para perceber o porque expliquei a situação, afinal, se posso quebrar a quarta parede, por que não? Fica mais fácil de contar tudo em detalhes, ainda mais no início.

Enquanto os Ackermans se matavam nos degraus, às pessoas mais fabulosas e lindas entravam por último: o Presidente Erwin Smith; gênio, filósofo, historiador, discursista, escritor, e etc, porque se for listar todas as qualidades desse homem, vou levar umas dez páginas, e sei que não deseja isso, considerando mal ter ânimo para ler as matérias atrasadas e fazer os trabalhos escolares, quem dirá ler algo assim.

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