2 - Do Chifre ao Topo!

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— Você bateu nele com estilo! — exclamou Eloise, quando Jane se sentou à mesa. Jane sorriu em resposta.

A festa de casamento aconteceu, mesmo depois de tudo. Além do chute, Jane bateu bastante em Tyler, dando-lhe uma surra que o rapaz nunca esquecerá. Enquanto Eloise e Jane tentavam afogar suas mágoas em alguns drinks, a família de Tyler estava em casa, brigando com ele e com a sua incompetência em manter as duas vidas.

As ex de Tyler ainda estavam bastante chateadas com tudo o que aconteceu naquele dia, principalmente por Eloise descobrir, minutos depois, que as garotas com quem ela achava que podia contar, na verdade sabiam da vida dupla que seu ex-marido levava. Ela ficou sabendo da forma mais decepcionante: ao ver as duas "amigas" chegando atrasadas ao casamento que não aconteceu. Elas chegaram durante o clima caótico.

Aquele foi um dia marcante e completamente agitado para Eloise e Jane.

— Você não é a vagabunda que roubou meu marido. Desculpe-me por tê-la chamado assim — Eloise disse, olhando para Jane. Ela se sentiu mal por ter interpretado as coisas de forma tão errônea, culpando a moça que também havia sido enganada.

— Tudo bem, está perdoada. Nada é pior do que os caras se interessarem pelo dinheiro do seu pai, ao invés de por você — Jane falou, enquanto lágrimas se formavam em seus olhos.

Ver o estado em que Jane ficou deixou Eloise ainda mais triste.

— Isso foi tão específico — Eloise disse, rindo baixo, e Jane a acompanhou.

— Uma vez, na sexta série, eu chamei o menino de quem eu gostava para ir ao meu aniversário. — Jane suspirou, antes de continuar. — Dias depois, descobri que ele foi obrigado pelo pai, e não porque gostaria de comemorar o meu dia. O pai dele tinha um plano de juntar nós dois para que, no futuro, pudéssemos nos casar. Muitas pessoas fazem qualquer coisa por dinheiro.

— Nossa, vocês eram muito novos nessa época — Eloise comentou.

— Exatamente. Aquele homem nem pensou que, sei lá, meu pai pudesse falir e ficar pobre antes de eu chegar à idade de casar — Jane disse.

— Você chutou o pênis desse menino? — Eloise perguntou, fazendo a morena rir.

— Ah, não! Eu joguei gelatina na bolsa dele durante o intervalo.

As duas riram durante algum tempo. Quem poderia imaginar aquelas mulheres ali, juntas, tendo uma crise de risos.

— Sempre vingativa. Gostei de você, garota — Eloise disse, e Jane sorriu em resposta. — Já que estamos falando sobre nossas situações embaraçosas, é a minha vez. Esse era o meu terceiro casamento e, veja só, acabou como todos os outros, aliás, bem pior. Pelo menos, dessa vez, o término me trouxe algo de bom: uma amizade — Eloise afirmou, sorrindo para Jane.

— E eu, com certeza, quero saber toda essa história depois! — Jane exclamou e, logo, riu. — Mas, agora, que tal nos acabarmos na pista de dança?

— Com toda a certeza!

As novas amigas se levantaram e correram para a pista, onde dançaram com alguns convidados — os poucos que permaneceram, mesmo depois do que houve. Essas duas mulheres nem imaginavam o grande futuro que teriam.

UM ANO DEPOIS

Eloise e Jane se tornaram grandes amigas, do tipo confidentes, e até passaram a morar bem próximas uma da outra. Nesse momento de suas vidas, elas até criaram o próprio bordão: "Do chifre ao topo".

As coisas começaram a se encaixar na vida das duas. Eloise foi trabalhar na empresa do pai de Jane, e elas aproveitaram que estavam se dando super bem para também serem um sucesso profissional juntas. Eloise, por sinal, sentia-se imensamente feliz, pois tudo estava caminhando ainda melhor do que ela esperava. Seu maior objetivo, que era crescer profissionalmente, estava se concretizando; e o amor, deixado para trás.

Por Um NatalOnde histórias criam vida. Descubra agora