AURORA; philippe coutinho

thirty eight

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AURORA
next day.

Saio do meu quarto e o tranco, saindo correndo em direção ao elevador e apertando o botão repetidas vezes, na esperança que ele chegasse no meu andar mais rápido.

— Anda, caralho. — Resmungo alto e logo a porta se abre.

— SEGURA PRA MIM! — Escuto a voz do Philippe e arregalo os olhos, entrando o mais rápido possível e me apoio na parede, vendo o mesmo entrar.

Ajeito o meu jaleco que está entre os meus braços e percebo o olhar dele em mim, me deixando desconfortável.

Não demora muito e a porta se abre, e antes que eu pudesse andar em direção ao meu consultório, sinto ele segurar o meu braço.

— Que mania desgraçada de me segurar pelo braço, eu odeio isso! — Falo e mexo o meu braço com força, fazendo ele me soltar.

— Me escuta Aurora, por favor. — Ele pede e eu o olho, respirando fundo.

— O que você vai me dizer dessa vez, Philippe? Dizer que sente muito por ter transado com a Ainê enquanto eu estava chorando por você, ou me encher com as suas baboseiras sobre amor? — Digo.

— Eu quero te pedir desculpas, Aurora...

— Isso você poderia ter feito por mensagem, exatamente como fez para desmarcar o nosso jantar.

Sinto as lágrimas quererem descer e as seguro, ajeitando a minha bolsa no meu ombro e saio dali.

[...]

— Acho que eu tenho que ser o seu psicólogo hoje, e não o contrário. — Gabriel diz entrando no meu consultório. — Como você tá?

— Péssima. — Ele ri fraco e se senta a minha frente.

— Pode descontar a raiva em mim, sei que você precisa liberar tudo isso.

— Gabriel, o que me deixa mais triste é o fato de saber que se a Ainê não estivesse grávida, eu nunca saberia que os dois transaram no dia do jantar, porque ele nunca me contaria. E nós estávamos juntos, e ele teve coragem de fazer isso comigo. — Sinto minha voz ficar embargada. — Ele é a pessoa que eu mais amo no mundo, e isso não serviu para nada, porque no final sempre vai ser a Ainê.

— Não fala isso, Aurora.

— Mas é a verdade, Jesus. Não é a primeira vez que eu sou jogada de escanteio pelo Philippe, porque não importa a situação, ele sempre vai amar ela. — Uma lágrima desce pelo meu rosto e eu a seco. — E eu fui idiota de acreditar em todas aquelas coisas lindas que ele me dizia, que me fazia sentir como uma garota que está se apaixonando pela primeira vez.

— Eu não sei o que te falar. — Ele diz e vem até mim, me envolvendo em um abraço apertado.

— Tá tudo bem, eu só precisa falar isso para alguém. — Me aconchego em seu abraço. — E obrigada por estar comigo, sempre.

— Eu sempre vou estar com você, Aurora.

[...]

Sinto duas mãos tocarem os meus ombros e me viro para trás, abrindo um sorriso ao ver o Arthur.

— Sentiu minha falta? — Ele pergunta e eu me separo dele, o olhando com deboche.

— Você é chato, nunca que eu sentiria a sua falta. — Falo e ele ri, me puxando novamente para um abraço. — Talvez eu tenha sentindo um pouco, mas não tenho certeza.

— Vamos fingir que você não morreu de saudades de mim, e até chorou. — Mostro a língua para ele e ele passa o braço ao redor do meu pescoço. — Descobri um restaurante ótimo aqui perto, o que acha de almoçarmos lá?

— Eu acho ótimo, mas você paga. — Ele solta uma risada concordando e eu rio, caminhando com ele até a saída do hotel.

*
PHILIPPE

Desvio o olhar do meu celular assim que escuto a risada alta da Aurora, e respiro fundo.

É de longe a minha risada favorita.

Olho em direção ao som e vejo ela abraçar o loiro e logo sair do hotel, fazendo o meu coração apertar mais forte.

— COUTINHO! — Escuto o grito estridente da Lorena e me viro, vendo ela vir correndo até mim. — Você já fez o que a minha mãe te disse?

— Ah verdade, me esqueci! — Ligo o meu celular e entro no aplicativo de mensagens, indo diretamente na conversa com a Ainê.

philippe:
oi ainê,
quando você chega aqui na rússia?

ainê:
oi phil,
vou só terminar uns jobs e vou
provavelmente chego na terça-feira

— Pede a sua mãe para marcar o exame de paternidade na quarta-feira, por favor!

•••

já escrevi desabafos melhores
bom noiteh 😘😎🙃🤑😁😉