Cap 1 - Pânico

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Tenten Pov

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Tenten Pov

New York

Mitsashi Corp

Minha respiração doía, meus sapatos caros deslizavam facilmente por aquele piso de madeira recém polido enquanto eu tentava correr. Não adiantava fugir, eu soube disso no momento em que fui vista, mas eu precisava de um local, com ao menos cinco minutos de paz, para pôr meus pensamentos em ordem. Não era fácil digerir tudo o que eu havia acabado de ouvir.

Finalmente encontrando uma sala aberta em todo aquele enorme prédio, girei com violência a maçaneta e logo me joguei contra parede, tremendo, enquanto meu corpo escorregava em direção ao chão. Lágrimas começavam a marcar minha fina maquiagem, e talvez, para deixar claro o quão idiota eu era, minha mãe se fez presente, imponente em seus saltos Scarpin 15cm, me repreendendo com o olhar e me estendendo a mão. Aquilo não era ajuda, era uma ordem.

- Venha! vamos conversar em casa.

Me levantei rapidamente, meus movimentos eram automáticos, eu não sabia o que fazer. Com seu braço ao redor do meu corpo nos retiramos da empresa da família, e enquanto entrávamos no carro tive a ligeira impressão de estar sendo observada.

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PÍ!

PÍ!

PÍ!

O alarme estridente me fazia acordar mais uma vez para aquela vida desgraçada, socando seus botões me levantei esfregando os olhos, tomando consciência de que já haviam se passado 3 dias desde o "incidente" com a mamãe.

Me arrastando até a grande janela no meu quarto abri num único movimento as cortinas, fazendo com que aquela forte luz invadisse todo o ambiente, e como num ritual, sorrindo, esquentei minhas cordas vocais com o que já recitava a um bom tempo.

- Bom dia bando de filhas da puta.

E me virei indo em direção ao banheiro.

Tomei um banho rápido, escovando os dentes no box mesmo, quanto mais cedo eu saísse de casa menos desconforto eu sentiria por ter que me lembrar quem eu era a todo momento.

Peguei uma regata e um short curto de moletom, ideal para exercícios, prendi meus longos cabelos no típico rabo de cavalo e desci saltando da escada diretamente para cozinha. Mas antes que eu conseguisse enfiar toda uma rosquinha na boca enquanto amarrava meus cadarços uma voz exaustiva soou.

- Onde pensa que vai assim?

Inconscientemente meus olhos reviraram, mas consegui impedir minha garganta de liberar o muxoxo que reverberava em minha mente. Olhei de canto e pude ver minha mãe impecável, com um vestido fino, salto agulha e um sobretudo com as mãos na cintura. Ela usava o cabelo preso, como o meu, mas a diferença no penteado era gritante.

Gatas em Fuga (NejiTen)Onde histórias criam vida. Descubra agora