capítulo 17

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Maratona 3/5

- Como assim?! – Questionei indignado. Isso não é possível, é mentira, só pode ser mentira.

- Josh, eu sinto muito. – Any falou com os olhos marejados. – Aconteceu. Nós nos divorciamos enquanto ainda morávamos nos EUA.

- Isso não faz sentido. – Maneei a cabeça tentando entender. – Se estamos separados por que você me deixou te beijar?! – Interroguei e ela corou. Ex-mulher ou não meu moranguinho ainda sente algo por mim, constatei enquanto ela se sentava na beira da cama.

- Josh, nossa relação é muito complexa. – Ela suspirou e pareceu tentar encontrar as palavras certas.

- Então, me deixa te ajudar. – Pedi segurando sua mão. – Vamos começar do começo, por que nos separamos?! Nós dois começamos a discutir demais?! Passamos por alguma crise?! Eu tive que mudar por causa do trabalho?! Ficamos nervosos por causa da gravidez?! O que houve?! – Emendei perguntas e Any fitou o chão, algumas lágrimas escorreram pelos seus olhos. Merda, nosso divórcio foi doloroso, merda!

- O que acha que aconteceu?! – Ela questionou limpando as lágrimas.

- Não faço ideia. – Fui sincero, na minha cabeça aquela situação era extremamente improvável, Any e eu quase nunca brigamos, sempre dávamos um jeito, nenhum de nós jamais gritou com o outro. Também era difícil que o trabalho nos separasse, estudávamos a mesma coisa, e Elly sempre foi altruísta ela tentaria entender se algo acontecesse. A hipótese mais provável seria que perdemos a mão por causa da gravidez, mas Elly jamais se separaria grávida e eu também não a deixaria assim. – Eu realmente não consigo imaginar algo que tenha nos separado. – Disse tentando trazer minhas memórias, mas nada veio.

- Tem certeza?! – Ela perguntou melancólica. Any não me deixaria, ela jamais pediria o divórcio, ela perdoaria qualquer coisa, até mesmo uma traição. Ei, calma, Any perdoaria, eu não.

- Quem pediu o divórcio?! – Interroguei frio.

- Você. – Ela respondeu com a voz embargada. Eu era corno?! Não posso acreditar que ela tenha me traído.

- Eu quero ficar sozinho. – Pedi com raiva. Será que foi assim da primeira vez?!

- Quer que eu chame a Sofya?! – Ela se levantou da cama.

- Não, eu quero ficar só, preciso digerir isso. – Falei sem conseguir olhar na cara dela.

- Ok, quando estiver pronto avise. – Any se aproximou de mim e se curvou para beijar minha testa, contudo eu a detive. – Algum problema?! – Ela questionou confusa.

- Doeu assim da primeira vez?! – Perguntei magoado e ela suspirou.

- Para mim, com certeza, para você acho que não. – Ela deu os ombros e eu não consegui entender mais nada.

- Any, sem detalhes, me diga o que de fato aconteceu. – Pedi e me preparei para ouvir sua confissão.

- Bem, nós estávamos bem, como sempre, e então você começou a ir muito da Nova York a trabalho, e eu acabei ficando em New Haven por causa da Yale, o último ano começou difícil para mim. – Contou e as lágrimas não deixavam os seus olhos. Ótimo, eu a deixei sozinha, Any ficou carente e dormiu com outro cara. – Nós nos afastamos um pouco, mas acho que você não notou. Então um dia eu resolvi tomar uma atitude, você me mandou mensagem dizendo que estava indo para casa e que tínhamos que conversar, então eu preparei a casa, fiz um jantar especial para você, fiz aquela torta de morango. – Ela sorriu entre lágrimas. – Comprei a nossa tequila, quando você chegou estava estranho, falando pouco, mas ao mesmo tempo estava mais carinhoso que o normal, você me fez comer o jantar no seu colo, e ficou o tempo todo sussurrando o quanto eu era bonita, que nunca me esqueceria, que eu era a mulher mais perfeita que você conheceu, você quase não comeu, passou o jantar inteiro me embalando nos seus braços. – Ela sorriu para mim e eu comecei a ficar muito confuso. – Nós fizemos amor, foi especial, não que as outras não tenham sido, mas naquela noite você estava mais carinhoso, mais cuidadoso, mais intenso, quando terminou eu achei que você iria me fazer uma surpresa com uma viagem para a Toscana, mas então. – Ela não conseguiu terminar, passou a chorar copiosamente, o seu choro era perturbador, acabava comigo vê-la assim.

Abraça-me {Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora