Capítulo Único

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*Notas: Esse era um conto que pretendia postar no Natal, mas devidos aos problemas com ansiedade, resolvi postar porque simplesmente não aguentei ahuahau espero que vocês gostem! Um beijinho <3

O Melhor Presente

Isso aconteceu um mês antes do Natal. Não tinha sido planejado – um tanto óbvio, se formos analisar a situação. Ninguém planeja um acidente, mas às vezes, temos que prevê-los, ou no mínimo, aprender como evitá-los.

Não é como se agora eu não estivesse feliz de estar voltando ao meu querido e amado vôlei, estava fervendo, e pegando fogo. Estava louco pra saltar, ver o outro lado da rede novamente, e sentir a bola vir na minha mão, leve e precisa, como Tobio sempre fazia. 

Eu estava de volta à quadra da Karasuno, depois de um longo mês parado por causa de uma torção no tornozelo. Pra quem usava tanto as pernas para jogar, parar de repente e não conseguir mais pular, foi um choque. Para mim foi um choque tão grande, que admito que nas primeiras semanas, me tornei um drama queen de primeira. 

Mas se veja na minha situação; se imagine parando de fazer a coisa que ama na vida, e por culpa sua mesmo. Porque sim, eu fui tolo o suficiente pra não escutar os conselhos do meus senpais, e parar com o treino puxado, mesmo depois de amistosos e jogos intensos.

Lembro-me perfeitamente de escutá-los falando sobre não ficar treinando até tarde, mas eu sempre revirei os meus olhos para isso. Eu queria continuar treinando, refinando as minhas habilidades que ainda estavam em fase de desenvolvimento. Eu não queria parar, eu queria melhorar, enfrentar Kageyama e vencer. E para isso, eu só iria conseguir se treinasse, treinasse e treinasse. Não podia me dar o luxo de descansar, senão eu nunca conseguiria. 

Eu nunca ficaria em pé de igualdade com ele.

Contudo, essa triste história de como virei o melhor drama queen do mundo, me fez ver um lado do Kageyama que nunca tinha visto antes; um lado sensível, empático, e até mesmo carinhoso, que nunca imaginei que existiria por trás daquela máscara mal-humorada que ele carrega todos os dias.

Tínhamos acabado de sair de um amistoso contra Nekoma, Kenma tinha me feito bobo com as suas estratégias de bloqueio, e seus levantamento fáceis de cortar, em que quase não consegui bloquear. Depois daquele jogo, eu vi como ainda faltava chão para caminhar, e virar o verdadeiro pequeno gigante. 

Quando o time foi embora, acabou que eu não estava satisfeito em perder - novamente - para eles, então eu fiz um pedido egoísta; pedi a Kageyama que não fosse embora e treinasse comigo. Sabia que ele, mais do que ninguém, estaria cansado, afinal, era ele quem mais se mexia, e se esforçava para dar levantamentos perfeitos. Só que ele aceitou, largou a mochila em qualquer canto da quadra, e veio me ajudar. 

Levantou todas as bolas que eu pedi, me xingou também, e por incrível que pareça, aquele dia ele me deu umas dicas realmente boas, as quais eu quis testar de imediato. 

Só que eu não contava que meu corpo não me respondesse tão rápido quanto eu pensava. Quando eu pulei, meu corpo não me respondeu com exatidão. Ele estava lento e exausto, ainda que meu cérebro estivesse ligado no duzentos e vinte. Então, eu caí por cima da perna, e impacto fez meu tornozelo esquerdo virar e torcer. 

Cara, aquela dor foi demais! Eu nunca soube a dor de quebrar algum osso, já que nunca tinha quebrado nenhum osso na vida, então não tinha como comparar a isso. Mas foi tão forte, que eu simplesmente gritei de dor e desespero, porque também não conseguia me levantar, e nem me mexer. 

Foi quando eu senti os braços de Kageyama se colocarem embaixo dos meus, fazendo força para me levantar. Eu me apoiei sem pensar duas vezes, sem ver que ele também estava desesperado. No momento, eu não consegui pensar em mais nada, apenas na dor que sentia e na forma que meu corpo se comportava, sem conseguir parar de pé sozinho.

O Melhor Presente (KageHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora