Capitulo Unico

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— É engraçado, na verdade.

A voz de Kurt me tira do meu devaneio, me fazendo olhar para a frente e começar a prestar atenção no meu melhor amigo novamente. Estamos no refeitório e, por algum milagre não está cheio, o que é incomum aqui no McKinley, mas pelo que entendi, muitas pessoas resolveram não ir por conta de um parque novo que abriu na cidade. Praticamente, uma das melhores coisas que surgiu nos últimos tempos. Durante a semana, todos falavam como estavam animados para levar as namoradas até lá e passar um dia tranquilo, antes da bagunça que será as Nacionais. Então, quando acontece a inauguração, todos preferem faltar e planejar o encontro de mais tarde. O que eu não acho algo muito bom. A vida acadêmica é muito importante.

— Desculpa, Kurt. Não prestei atenção na última que você disse. Poderia repetir? — pergunto para ele que revira os olhos e sorri em minha direção.

— Claro que você não prestou. Estava ocupada demais olhando Quinn com Santana e Brittany do outro lado. — resmungou, mas não estressado. Eu quase podia notar um tom sarcástico no fundo de sua voz. — Ou olhando só Quinn.

— Oh, por favor pare com isso. Elas estavam rindo e fiquei curiosa. — revirei os olhos e comecei a mexer na salada em meu prato. Ela não parecia boa, Figgins realmente deveria investir mais em opções veganas. Eu não me atreveria a comer isso.

— Sim, sim. — soltou uma risada irônica. Abri a boca para protestar, quando senti uma mão pesada em meu ombro.

Era Finn. Olhei para cima e pude ver seu sorriso torto e suas bochechas coradas, como se estivesse nervoso ou com vergonha de algo. Ele costumava a fazer isso quando estava prestes a pedir ou fazer algo. Dois anos de namoro me fez aprender muito sobre ele, não sei se isso era bom ou ruim, visto que nesse tempo todo ele nunca aprendeu algo sobre mim. Mas ele sempre foi bom, um bom namorado, um bom amigo. Só não era mais confortável para nós dois se manter como casal, conseguimos enxergar meses atrás que nosso relacionamento era mantido pelo egoísmo. Ele de não ter nunca um plano e nenhuma expectativa de futuro, então se apegou à mim que tinha planos sobre o que fazer e eu, de ficar sozinha. Então, sempre fomos confortáveis um para o outro. Sabíamos que dávamos o que o outro precisava. Até tudo se tornar muito cansativo.

— Hey, Finn. — o cumprimentei sorrindo, o deixando mais confortável ao ponto de tirar a mão do meu ombro e sorrir de volta. — Está tudo bem?

— Hey, Rach. Está tudo bem. — balançou a cabeça confirmando o que disse antes de corar ainda mais e passar a mão atrás da nuca. Ele definitivamente estava com vergonha. — Eu estive pensando... Você sabe, inaugurou o parque hoje.

— Sim, Finn. Eu tenho total consciência sobre a inauguração do parque. — disse, olhando para ele e depois para Kurt que mantinha os lábios em linha reta, como se soubesse o que estava por vir. — Algum problema?

— Não... Bem, na verdade sim. Eu estou querendo perguntar para Quinn se ela gostaria de ir comigo.

Então estava aí o problema. Ele queria levar Quinn. Na verdade, não sei o que ele queria me perguntando isso. Como me sinto com a ideia dele levando Quinn ao parque que todos estavam considerando como algo romântico e ponto de encontro?

Eu definitivamente não gosto. A ideia deles dois juntos novamente faz meu estômago revirar. Nem consigo sequer imaginar na possibilidade sem me sentir mal e também, não sei o porquê. Ainda gostava da possibilidade de ter Finn como um plano secundário se meus planos derem errado? Eu era egoísta nesse ponto? Se não, por que a ideia de saber que ele estará beijando Quinn me faz querer vomitar?

Olho novamente para onde as cheerios almoçavam e percebo o olhar de Quinn em mim, me encarando séria. Ela já não sorria como antes e Santana pareceu perceber, também olhando em minha direção e o sorriso morrendo quando viu Finn parado ao meu lado.

Sparks Fly - FaberryOnde histórias criam vida. Descubra agora